Querido diário,
Há tanto tempo que não te escrevo. Tenho tido testes, trabalhos... mas também só
uma fã é que me disse há algum tempo: Mariana, não tens escrito o teu diário! Eu
sorri, puxei o cabelo para trás e encolhi os ombros. Ontem, a minha irmã mais
velha também me disse: ó Mariana, há que tempos não leio nada teu. Eu até lhe
disse logo: ó mana, até ‘tou admirada contigo porque criticas algumas páginas. Uma vez
até disseste que o diário nem fica muito bem neste blogue adulto. Como é que
disseste? Eu acho que tu chamaste pediátrico ao meu diário. Lembras-te? Até achei piada.
A minha irmã
mais velha também é muito querida, mas gosta de tudo muito a sério. Ainda bem
que eu não sou assim, porque isso dá muito trabalho e nem dá para descansar um
bocado no sofá. Livra!
Pus-me a falar
da minha irmã mais velha e ainda não falei do assunto que pus no título. Eu
então vou contar. Hoje foi o último dia de aulas nos contentores. Também se
dizia que eram monoblocos, mas quase toda a gente chamava pombal. As escadas, de
chapa aos furinhos, eram muito largas, tremiam muito e faziam muito barulho.
Até me dava pena ver algumas professoras a subir: num braço, a carteira, no
outro a pasta e às vezes o computador ao ombro. Eu não gosto de criticar as
pessoas mais velhas, mas às vezes imaginava-as a serem içadas até às salas de
aulas. Se a minha Dê-Tê sabia disto, deitava-me logo um olhar fulminante e
dizia: Mariana, por amor de Deus!
Hoje foi o
último dia que estivemos nessas casinhas provisórias. A partir de agora, depois
de muitas obras que, pelos vistos custaram bué de milhões (eu que tenho só uns
euritos por semana até me custa compreender essas contas) vamos ter salas a
sério outra vez. Mas até houve coisas fixes durante este tempo que estivemos no pombal: era mais fácil
copiar porque as mesas estavam mais juntas; podíamos trocar bilhetes sem a
setora ver; falávamos mais à vontade sem nos chamarem a atenção… Pra não falar
do Gi que às vezes dizia que não percebia, eu punha-me a explicar-lhe baixinho e ele
dizia-me que só me queria dizer outra vez que eu era a inspiração dele. Ele é
mesmo fofinho!
Para a semana,
falo das minhas impressões das aulas “na parte nova”. Ainda não sei muito bem
onde vai ser a sala da minha turma mas oxalá que não fique muito longe do bar. Os
croissants são altamente.
Eu como me
habituo com facilidade às situações novas, até continuava no pombal, mas,
pronto, tem de ser, tem de ser. O pombal vai abaixo. Que vá. Mas não digo “Abaixo o
pombal”. Tenho recordações tão fixes!
Até um dia
destes, querido diário. Muitos abracinhos.
Mariana
Pois é, Mariana, ainda bem que te encontro nas linhas deste teu diário há muito esquecido, não foi?
ResponderEliminarAté fico contente por saber do fim dessas espécie de salas que foram ou vão acabar. Acho que a tua escola vai ficar mais arejada sem aqueles montros que tiravam espaço e sol ao recreio. Não sei é como vais agora ficar tão pertinho do Gil, o fofinho, para ele te dizer coisas ao ouvido. Cuidado! Eles, às vezes, são atrevidos!! Sei lá, não ligues. Se ele é fofinho é porque não é como os atrevidos, aqueles da outra turma.
Continua a escrever, porque eu gosto de ler os teus textos e até de fazer comentários, ainda que não escreva tão bem como tu, mas estou sempre disposta a aprender.
Bjs
Fã