sábado, 25 de fevereiro de 2012

Algumas palavras sobre um livro que (também) pode ser um tesouro


O Tesouro de Maria Clara Miguel
Em primeiro lugar, muito obrigada à Isaura Afonseca, Maria Clara Miguel, pelo convite que me fez para apresentar este seu segundo livro: O Tesouro, dedicado à sua irmã Fernanda. Pessoalmente, também estou grata à Editora Lugar da Palavra por ter publicado um livro que, para além do prazer que tive com a sua leitura, sei que muitos alunos o poderão partilhar, nomeadamente em Contratos de Leitura. Também quero referir a ilustração. Acho a capa muito bonita e muito motivadora para a leitura do livro. Reunidas estas qualidades, este livro é um tesouro que ajudará, por certo, a descobrir outros.
Um dia, falando com uma amiga comum sobre a vontade e capacidade de escrita, ela utilizou um termo que muitas vezes recordo: A Isaura arranja tempo para escrever e escreve com este fascínio porque tem a chave. Nessa altura, ainda não existia O Tesouro e ela referia-se sobretudo às Histórias para lermos juntos.
O tempo foi passando, e para além de poemas e de contos, a Isaura ia dizendo que estava a escrever um livro ao qual viria a dar o título O Tesouro. Tive o privilégio de acompanhar a escrita que ia dando vida a um grupo de personagens que seguiam muitas pistas que iam, secretamente, encontrando.
A palavra “tesouro” é sempre motivadora pelo mistério que sugere, pelo avivar do nosso imaginário, pela recordação de leituras que ficaram na nossa memória, de filmes, de brincadeiras de infância…
 O Tesouro de Maria Clara Miguel está envolvido num ambiente propício à sua procura. Existe uma velha casa que acompanhou várias gerações de uma família, um jardim, um sótão, baús que o tempo foi cobrindo de pó, cartas antigas, uma estante bem guardada e que é geradora de pistas e indícios, morcegos a voar numa real biblioteca…
 A este propósito, queria salientar o cuidado e minúcia da autora em procurar e encontrar pistas verosímeis mas inesperadas que conduzissem ao tesouro.
Durante este tempo de escrita, a Isaura, sempre com o seu entusiasmo e brilhozinho nos olhos, falava da avó Margarida, da velha Amélia, da Joana, do Pedro, do Afonso como seres que passaram a existir através das suas palavras e cuja vida ia construindo e partilhando. Queria que os vocábulos e os diálogos saíssem com verdade e naturalidade…
E por falar em palavras, é um livro muito bem escrito, embora de leitura muito acessível. A história e o modo como é contada prendem o leitor pelo ritmo e vivacidade. As personagens são igualmente motivadoras: poderíamos dizer que são pessoas que conhecemos ou que poderíamos conhecer: os mais novos gostam de se divertir, têm bom humor, vão fazendo descobertas amorosas, falam da escola, esforçam-se por conseguir chegar ao fim das suas buscas, embora às vezes, apeteça desistir, respeitam a família e são respeitados, guardam segredos, cumprem promessas, entusiasmam-se com as pequenas coisas da vida... Os mais velhos organizam a vida com carinho e alegria.
Ao longo da obra, no sentido de encontrar o tesouro, Maria Clara Miguel não dá todas as respostas porque sabe que quem está a ler é inteligente. E os leitores poderão ser de idades muito variadas. Tal como as personagens. O mais novo, Afonso, tem onze anos, a mais velha da casa, Amélia, tem 93. Todos são uma mais-valia na busca do tesouro. Eu diria que todos são uma mais-valia na busca do tesouro que é a própria Vida.
Le Clézio, o escritor francês que ganhou o prémio Nobel em 2008, escreveu um livro intitulado O caçador de tesouros. Essa personagem fez uma longa viagem para encontrar a riqueza escondida. Quando chegou ao local, depois de consultar livros e mapas, de atravessar rios e mares, chegou à conclusão que a principal riqueza estava dentro de si.
Com este livro, Maria Clara Miguel, com o seu talento e amor que põe em tudo o que faz, revelou também que há muitos tesouros, materiais ou não, perto de nós e que podem ser encontrados. Se se acreditar, como podemos ler nas primeiras páginas da narrativa.
Retomando as tais palavras da nossa amiga comum, a Isaura Afonseca, ou Maria Clara Miguel mostrou, mais uma vez, que tem a chave. Parabéns, muito obrigada e continuação de boas escritas.
Para todos, boas leituras. Muito obrigada



 Os comentários não deviam vir aqui, mas....

Dolores,
mais uma vez não consigo comentar na tua Mariana.
Por isso segue aqui o meu comentário.
Espero que gostes e não o censures! Eh eh eh...
Um beijinho grande e muito obrigada!
Za




Depois da releitura deste teu texto de apresentação que prendeu quem o ouviu, ontem, no auditório da Biblioteca Municipal de Gondomar, só posso concluir, mais uma vez, que os verdadeiros tesouros caminham connosco! Em casa. No trabalho. Nos cada vez menos momentos de encontro e de lazer...

Um muito obrigada pelo teu texto, pelo teu carinho, por teres seguido a escrita deste "O Tesouro", do qual és também uma espécie de autora, e, principalmente, um muito obrigada por acreditares...

um beijinho muito grande desta que gosta muito de ti

Isaura, também Maria Clara Miguel




Pois não sei, Clarinha, o que se passa com a publicação e leitura dos comentários. Ai como eu gostava de saber resolver estes problemas informáticos. Como não sei, ficam sempre para quando houver tempo e ele sempre a fugir. Mas também quando passa depressa é bom sinal! É porque há tesouros que vamos procurando e, felizmente, às vezes encontrando.
Za, obrigada pelas tuas palavras. Escolheste bem o título: O Tesouro. Também o és.
Um beijinho
Dolores e também Mariana

1 comentário:

  1. Dolores,

    mais uma vez não consigo comentar na tua Mariana.
    Por isso segue aqui o meu comentário.

    Espero que gostes e não o censures! Eh eh eh...
    Um beijinho grande e muito obrigada!



    Depois da releitura deste teu texto de apresentação que prendeu quem o ouviu, ontem, no auditório da Biblioteca Municipal de Gondomar, só posso concluir, mais uma vez, que os verdadeiros tesouros caminham connosco! Em casa. No trabalho. Nos cada vez menos momentos de encontro e de lazer...

    Um muito obrigada pelo teu texto, pelo teu carinho, por teres seguido a escrita deste "O Tesouro", do qual és também uma espécie de autora, e, principalmente, um muito obrigada por acreditares...

    um beijinho muito grande desta que gosta muito de ti

    Isaura, também Maria Clara Miguel

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