Os incêndios criaram o caos em Pedrógão. Houve demasiados estragos, o número de mortes foi elevadíssimo, porque foram sessenta e quatro as vidas perdidas na tragédia. Para além dos feridos. Para além das sequelas. Para além das destruições.
E as televisões, umas de maneira mais séria, outras de modo sensacionalista fizeram diretos, reportagens, ouviram testemunhos, choros, queixas, lamentos, etc.
E não é precisa muita compaixão para todos se solidarizarem com as perdas e com o sofrimento.
E os técnicos de saúde estavam também no terreno, como os psicólogos, e bem necessários foram de certeza. E continuarão a ser.
Os governantes iam dizendo que se estava a fazer tudo o que era possível para bem das populações; os políticos não governantes apontavam sobretudo os erros e as falhas. A ponto de o ex-primeiro ministro ter ouvido de um responsável político da região que tinha havido um suicídio na sequência dos incêndios, o que logo se propagou às palavras do ex-responsável pela política nacional, que logo as passou aos jornalistas, pondo os suicídios no plural.
Pouco tempo depois era tudo desmentido pelos dois, pedindo públicas desculpas, pela não confirmação do boato ouvido e transmitido.
Talvez um psicólogo nas equipas de aconselhamento político não fizesse nada mal!
Paralelamente, as televisões dissecam, durante horas, o caso dos e-mails do Benfica que incendiaram ódios clubísticos e, mais uma vez, levaram à descrença na pessoa humana.Psicólogos e psiquiatras dariam uma ajuda nestes casos, porque o incêndio continua num frenético passa-culpas para quem o ateou.
Vejo muitas vezes estas notícias. E, enquanto as vejo, vou pensando que podia estar a fazer outra coisa bem mais interessante, mas, muitas vezes, continuo, o que não deveria acontecer.
Socorro, preciso de um psicólogo.