Vivo na minha casa há uns quarenta anos. Estávamos na flor da idade quando a construímos (com a grande ajuda dos meus pais) e na flor da idade tudo parece ser eterno. E, nesse tempo, ainda mais. A vida, muito mais efémera do que parecia, não era fácil, mas, atualmente, ainda será mais difícil para muitos casais com velhas e novas instabilidades que não param de bater à porta.
Vem isto a propósito da minha casa da qual continuo a gostar, mas jamais faria igual quarenta anos depois. Para ir à rua, tenho escadas, para ir ao quintal, escadas tenho. Para que o saneamento funcione bem, tenho de ter um motor de escoar águas pluviais. E que cumpra a sua função.
Como o período de seca foi longo, o motor de escoamento de águas teve tempo de funcionar e avariar sem eu dar conta. As máquinas também precisam de atenções porque adoecem e avariam, o que aconteceu e eu não sabia. Pois bem, no primeiro dia deste ano, a chuva foi tão intensa e tão prolongada que a água, sem nada que a impedisse de circular à vontade, me entrou na parte de baixo da casa tão depressa como eu subia as escadas há quarenta anos.
Tive de chamar os Bombeiros para me ajudarem a resolver o problema, mas os meios de que dispõem não são muitos, apesar da boa vontade e da celeridade em prestarem os serviços. Valeu-me também a solidariedade de um vizinho que foi cedendo a sua máquina, embora estivesse atento a uma iminente inundação. E agora o meu receio é grande quando vejo que as previsões são de mau tempo por estes dias.
Valeu a última semana de sol para limpar e secar muita coisa, mas não bastou para me consertarem o motor de escoamento de águas. Peço ao S. Pedro que guarde as chuvas por uns dias, mas não me está a ouvir porque, coitado, este e outros pedidos devem ser mais do que muitos.
O tempo foi-me ensinando que uma casa não é só o nosso bom abrigo no imediato, embora saiba também que as novas gerações estão mais disponíveis para as mudanças, o que considero um bem.
Ah, e se fosse agora, tinha feito um pequeno pátio fora da cozinha. Para algumas refeições, para me sentar um pouco ao ar livre com os meus novelos, com um livro, ou sem nada, só para olhar o céu e as árvores que, felizmente, continuam perto. Sem ter de subir ou descer escadas, é claro.
Muito bom. Gostei de ler .))
ResponderEliminar.
Vida, é a luta semelhante a longos degraus....
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Bom fim de semana.
Bom Ano. Beijo
Obrigada, Cidália. Um beijinho e bom domingo.
EliminarTambém vivo na minha casa há mais de 40 anos. Começamos de um jeito e com o passar dos anos vamos pensando e se ...
ResponderEliminarAbraço, saúde e Bom Ano 2023
Diz um colega que, depois de fazermos uma casa, devíamos fazer a segunda e essa, sim, servir de habitação. Pensamento assisado.
ResponderEliminarEu pensando que estava a curtir a casa no remanso a que estas chuvadas nos obrigaram e a Maria Dolores andava ensarilhada numa inundação. Como o lastimo. Oxalá a bendita máquina seja arranjada com brevidade. E a vida lhe volte a ser quotidiana.
Pois, também tive uma casa com degraus de ambos os lados - frontaria e traseira. Entretanto, mudei os degraus das traseiras para uma rampa e devo dizer que, após partir o pé, me deu a dita rampa um jeitão. Pode ser que consiga fazer o mesmo.
A casa, como ouvi dizer a Filomena Molder, começa a dar problemas desde que existe, exige muito de nós. A questão é que gostamos e precisamos dela com muito afinco:)
Boa sorte com essas tarefas pendentes, Maria.
Bom dia.
ResponderEliminarEstou de acordo com o seu colega, só que para um ser humano comum, tal não será possível. Só em pensamento.
O motor da minha casa ainda não está consertado e andamos sempre escada abaixo escada acima a ver se a água da chuva, que não tem parado, continua calma sem invadir o que não dá jeito nenhum.
Ainda bem que a rampa a ajudou, Bea, porque as escadas são úteis mas vão-se tornando incómodas em muitos casos.
Um domingo bom e tranquilo.