Foi ontem o nosso almoço de Natal: de um grupo de amigos de longa data. Desta vez, com francesinhas. E que boas que estavam. E que quentinhas com o molho espesso e saboroso. Eu tinha dito à minha amiga anfitriã: para mim, não ponhas bife. Não é que eu seja vegetariana, mas dispenso.
Éramos uns doze à volta da mesa numa cozinha grande, com janela grande donde víamos a chuva abundante a cair e um limoeiro pequeno cheiinho de limões. Antes tínhamos visto na televisão a fúria libertina das águas das chuvas ruas abaixo na baixa do Porto. E as escadas de belas estações, como a de S. Bento, eram entradas abertas às fortes enxurradas. E o assunto continuou já à mesa. Era forte de mais para não continuar.
E como gostamos de livros, veio também à baila, já não sei por quê, Contra Mim de Valter Hugo Mãe e muito do que ele conta da sua infância e juventude, onde cabe uma escola primária, que frequentou em Paços de Ferreira, com réguas que alguns pais ofereciam às professoras, o que, felizmente, seria impensável nos dias de hoje. E logo surgiram relatos de momentos da nossa infância com algumas reguadas dentro. E a razão, ou a falta dela, de as professoras o fazerem.
Como sempre, de vez em quando, lá se levanta uma voz: eu ainda não acabei! E lá continua a contar e a intercalar parênteses, logo motivo de mais risota.
Quando nos reunimos, há sempre muitos assuntos - uns que começam e nem acabam; outros que nem se sabe como começam, uns que se soprepõem, outros que se cruzam no meio de graças e de boa disposição. E, sobretudo, há muita amizade e muito gosto em estarmos juntos à volta da mesa, como já fazemos há bastantes anos, sobretudo por esta altura.
Na casa aonde formos, lá chega cada um com o seu saco de presentes, mais uma sobremesa, mais uma entradinha... E quando de lá saímos, o saco vem de novo cheio com presentes recebidos, mais umas tuperwares com umas sobras de doces ou salgadinhos. E todos os anos, no momento de troca de prendas, ou falta ou sobra alguma. Já é alegre tradição.
Vivam estes momentos de convívio e amizade. Também ajudam a abrandar algumas tempestades.
Gostei muito de ler o texto. É verdade e sinto o mesmo... estes momentos são mágicos e devem ser mantidos. 😊
ResponderEliminarCumprimentos,
Cantinho dos Poemas de Criança.
Obrigada, Olavo. Bem-vindo.
EliminarTambém concordo consigo. Estes momentos são cada vez mais necessários.
Um domingo feliz para si.
Imagino que tenha sido um almoçocalmo e super divertido.
ResponderEliminarFeliz ano de 2023.
Muito bom, mesmo.
ResponderEliminarUm domingo feliz, Ricardo.
Bom dia
ResponderEliminarSão estes momentos que nos dão tantas vezes muita felicidade .
JR
É verdade, Joaquim. São momentos muito bons e cada vez mais necessários.
ResponderEliminarUm domingo feliz para si.
Há que "DESfrutar" bem desses momentos! Lá fora continuava a chuva e lá teve de se aguentar com ela à saída. Pingava e bem... coisa pouca depois do vivido no calor da amizade e da consciência de que alguém estava a sofrer mais com as enxurradas.
ResponderEliminarBom domingo (apesar da persistente chuva).
Beijinho.
Beijinho.
Sim, desfrutar e não 'disfrutar', como bem assinalaste na palavra escrita (ias lá deixar passar um erro).
EliminarO amigo calor humano aqueceu-nos boa parte da tarde, mas fazes bem em lembrar os que estavam a viver a fria aflição das águas desavindas porta adentro.
Um abraço, Vítor, e muito boa semana.
Devem ser bons momentos, sim. Reanimam, suponho. Também gostei de "Contra mim" uma história muito bem contada e parece que autobiográfica. Além disso sentimo-nos contadas naquelas memórias infantis. Foi-me oferecido e fartei-me de o oferecer no ano passado:).
ResponderEliminarSim, bons momentos que fazem bem ao corpo e à alma.
EliminarTambém me sinto muito contada neste livro de VHM, apesar da diferença de idades. Já me disseram que a segunda parte do livro é ainda mais interessante, mas ainda estou na primeira. O escritor vem à Biblioteca Municipal de Gondomar no dia 20 deste mês, nos Encontros com Escritores, falar da sua obra em geral e deste livro em particular.
Que o seu dia, Bea, seja bom e possa ser bem contado.
Na minha primária, a professora tinha uma "menina de cinco olhos" não sei se conheceu, era uma palmatória redonda com cinco buracos que quando batia, pareciam fazer sucção e muitas vezes as mãos sangravam.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Essa 'menina' não conheci porque julgo que não 'vivia' na minha sala de aula, mas uma professora que tive na segunda e terceira classes gostaria de a ter, porque batia muito. Quando se reformou, via-a com frequência na rua. Tinha ar infeliz. Eu às vezes pensava que já tinha tempo para se arrepender!!!
ResponderEliminarUm abraço, Elvira, e um dia calmo e bom.