Raramente tenho de andar a fazer horas. Não sei se é bom ou se é mau,
mas faltam-me muito mais horas do que as que me sobram.
No último domingo, precisei de ir fazer umas compras ao Corte Inglês. Como
tinha outros afazeres nessa manhã, fui cedo e cheguei lá pouco depois das 9 h, julgando eu que o
parque estava aberto, podia tomar um café, ir ao supermercado e, entretanto, as lojas
abririam. Nada disso. Tudo fechado. Acabei por pôr o carro mais longe.
Era da maneira que andava um bocadinho a pé. Fui caminhando até ao
largo em frente ao grande edifício envidraçado. Uma rapariga ia dispondo as cadeiras na esplanada da confeitaria do exterior. Estava frio. Olhei a fachada do edifício cheia de publicidade sem vida porque as portas estavam fechadas e não havia ninguém. Sentei-me num dos bancos de madeira. Senti falta do livro que ando a ler.
Era da maneira que via aquele espaço bem largo a
despertar e olhava as poucas pessoas, umas mais ligeiras, outras em passo lento de passeio de domingo despreocupado.
Mas que ar tão frio. Por que não
trouxe eu um casaco. O melhor é ir ao café mais próximo. Fui. Sempre
é mais resguardado. Três pessoas de três gerações estão sentadas à mesa ao meu
lado: mãe, filha e neta. A mais nova é uma criança. Falam-lhe com ternura. Diz que quer
mais sumo. Dizem-lhe que vá pedir ao balcão, mas que não se esqueça de pedir por favor e dizer
obrigada. Que bom, penso eu para mim.
Olho para o relógio à minha frente - 10 h. As lojas deviam estar a abrir.
Paguei o pingo e a miniatura e saí. Daí a minutos, estava num provador do Corte Inglês, quente, como são quase todos os provadores de roupa. Para mim, pelo menos, e a responder à questão: Gosta? O tamanho está bem?
Sim, obrigada.
Compra feita, desejamo-nos bom domingo!
Durante uns tempos, não precisava de fazer mais compras.
E por isto também me soube bem não ter deixado o carro no parque. Até parecia mais domingo e a frescura da manhã mais saborosa.
Por vezes sabe bem andar sem horas marcadas ou sem ter de cumprir horas, para fazer alguma coisa que queiramos. Isso é bom!
ResponderEliminar-
Manhas desertas, ruas de outono...
Beijos
Boa noite!
Um espaço que ainda não conheço mas adoro madrugar para passear!!!bj
ResponderEliminarBoa tarde
ResponderEliminarAté a fazer horas se aproveita o tempo para aprender algo de novo.
JR
É preciso ser assim como a Maria, fazer do inesperado uma coisa boa. Atitude nem sempre fácil, mas mais salutar que ficar chateada por ter chegado uma hora mais cedo. Afinal, fez o que queria e curtiu essa hora por inteiro na mesma. Acresce que, no final ficou grata por ter deixado o carro mais longe. A Maria sabe como mudar a cor do mundo. Ah! E não gosta de fazer compras.
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