Ir passar três dias fora
descansava-lhe a mente. E seria completamente diferente desta vez. Provavelmente não sairia do hotel. Chegara até ali não para visitar a cidade, mas para ser babysitter do seu menino mais pequenino.
Quando chegaram, souberam o número do quarto: 818.
Era grande, com vista, ao longe, para uma infinitude de automóveis em movimento em estradas e redondas encruzilhadas, para um mar de bairros e para um casario imenso de todos os tamanhos e alturas, porque Braga é uma cidade em grande expansão. Felizmente via-se muito, mas não se ouvia quase nada.
Depois de comer, o bebé adormeceu. Ela fechou um pouco mais a cortina e ficou a olhá-lo. Dormiria, com certeza, um soninho tranquilo até a mamã voltar.
Ela ia-se apercebendo do evoluir da tarde pela cor do céu que se ia carregando.
Pegou no telemóvel e esboçou um post. Viria a apagá-lo no dia seguinte. Era lamechas para o seu gosto. Acontecia-lhe muito. Começava a escrever e as palavras escorriam com fartura. No dia seguinte, era mais o que modificava ou apagava do que o que aproveitava. E ainda bem, pensava. Salvo as devidas distâncias, se Marcelo não agisse enquanto pensa, às vezes seria bem melhor.
E assim passaram três dias. Diferentes e bons. À volta de fraldas, papinhas, brinquedos e sorrisos e mimos.
Quando a filha chegava, feliz, podiam conversar e fazer o ponto de situação. Mãe, para ti é seca? Sei que gostas de ter o teu tempo. Claro que não, respondia ela, com sinceridade. Gostava de ser útil e podia estar todo o tempo com o seu menino.
E um dia, quando vieram almoçar, o átrio do hotel estava cheio de luz e ainda sem ninguém. Ela pensou que podia ser cenário para uma história, mas não sabia se iria concretizar. Talvez por incapacidade imaginativa, preferia as histórias vividas ou conhecidas.
O que sabia era que estava a gostar daqueles três dias num hotel, a maior parte do tempo passado no quarto. Daí três dias no 818.
É interessante Maria Dolores o que faz a gente sentir-se bem. Às vezes com pequenas coisas, direi mesmo insignificantes, pequenos gestos, alguns momentos... como este de a ler e lhe comentar.
ResponderEliminarQue bom, Joaquim. Fico muito contente. Eu chego à conclusão que falo quase sempre de pequenas coisas, mas que me dão prazer, lá isso dão.
EliminarObrigada e bom sábado.
Nunca experimentei escrever um post por telemóvel, prefiro a largueza do portátil. Mas, seja o que for, é vulgar apagar bastante no que escrevi de véspera ao correr da pena (se acaso não publico de imediato que é o que sucede quase sempre).
ResponderEliminarNão tenho assim um menino de fraldas a entreter-me as horas. Mas, com um dos meus meninos grandes mantenho simbiose que ambos preservamos. Rodeia-me das pequenas atenções do amor e é o que importa. Ali, sinto-me em férias, aquele tempo de diferença é o meu 818.
A Maria aprecia esse cuidar de sossego e nem dá pelas horas, julgo que por serem apenas uns dias. As crianças suscitam inesgotáveis fontes de ternura. Enjoy.
Eu também prefiro a largueza do computador. Até para estacionar gosto de largueza, apesar de o meu carro não ser grande. Mas quando não há computador, é como diz o ditado, quando não há cão, caça-se com gato!!!
EliminarImagino como será boa essa simbiose, Bea. De uma maneira ou de outra, todos (agora tenho de acrescentar e todas) deveriam ter direito a um tempo de vez em quando em modo de 818 com troca de mimos. É que passa tudo tão depressa. Fique, pelo menos, a imensa e tão próxima ternura.
Enjoy too
Estórias de vida quem as não tem?.
ResponderEliminar.
Votos de um bom fim de semana.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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E há tantas e tão boas, ainda que simples!
ResponderEliminarObrigada, Ricardo, e bom fim de semana também
Boa tarde
ResponderEliminarO que por vezes nos parecem pequenas insignificancias, acabavam por fazer uma grande diferença
JR
Obrigada, Joaquim, também acho, embora não queira dizer que seja o caso.
EliminarBom domingo
É sem dúvida uma história de vida bem contada! Bj e eu há muito que não uso o PC!!!
ResponderEliminarObrigada, Gracinha. Coisa simples, mas importante para quem a vive.
EliminarQuanto ao PC, já não digo a mesma coisa. Preciso da 'largueza do écran', como diz a Bea.
Beijinho