Hoje, as notícias focam-se nos ataques do Irão a Israel. Ontem, prevalecia o tema da baixa do IRS para muitos portugueses e que foi promessa afirmada e reafirmada pela AD em campanha eleitoral. A verba de 1500 milhões de euros era tentadora e cativou muitos votos. Quem não gosta que mais algum dinheiro lhe entre na conta?!
Mas, afinal, havia outra verdade maior que não entrou nesta verdade pequenina do governo e que fez passar por verdade grande e sedutora: 1300 milhões já vinham do anterior governo e já eram um dado adquirido. Para o ‘choque fiscal’ ficariam apenas 200 milhões de euros.
Ainda assim, o líder parlamentar veio (que remédio!) reafirmar que as pessoas é que não tinham percebido, não tinham estudado, não tinham lido com atenção o seu programa. Todos tinham estado distraídos, menos o governo.
Esta situação fez-me lembrar a história de um homem que todos os meses dava uma quantia aos netos. Chegado o Natal, deu-lhes a mesma quantia, num envelope bonito e diferente, dizendo que era o seu presente de Natal.
Como acho piada às palavras, verifiquei que o líder parlamentar, na defesa do governo e sobretudo do primeiro ministro, usou a palavra ‘cristalino’, no mínimo cinco vezes, para atestar que o governo estava certo e que todos os outros estavam errados, apesar das imagens e das afirmações registadas.
É pena quando ao poder vem colada tanta sobranceria e vaidade. E a mentira, que se diz ter perna curta, em política, e como mais uma vez e neste caso bem se comprova, entra de perna comprida.