Ontem, foi o lançamento online desta coletânea. Para além de outras pessoas, os editores tinham-me convidado para o conselho editorial deste livro, convite que aceitei com gosto. Cabia-me também dizer umas palavras. Escrevi o pequeno texto que agora partilho e que não li, porque não pude estar presente na sessão.
Em breve, partilharei também o conto que escrevi e que foi publicado no livro: 'Maria dos Anjos'. Ficará para depois do Dia da Criança, em que outros anjos poderão voar.
Nota:
Agradeço os comentários muitos generosos. Só queria esclarecer que fiz parte do conselho editorial (e não redatorial, como, por lapso, escrevi) só nesta coletânea. Nada mais. Por isso, é coisa pouca, sem deixar de ser boa, é claro.
Boa noite a todos. Não podendo estar presente por motivos familiares, deixo esta mensagem.
Agradeço à Editora Lugar da Palavra o convite para fazer parte da equipa editorial da coletânea - Os Anjos na Prosa e na Poesia. Parabéns aos editores, João Carlos Brito e Ana Bessa, autora também da belíssima capa, e a todos os autores.
Quando, inicialmente, vi a proposta de tema e de título do livro, fiquei logo interessada em participar e curiosa sobre os textos que iriam ser produzidos.
De facto, o tema era inspirador e dava pano para mangas ou, neste caso, dava asas para voos diferentes, em prosa ou em verso.
Nessa altura, sobre os sentidos da palavra 'anjo', logo me ocorreu a oração matinal ao anjo da guarda que a minha mãe nos ensinava.
Também me lembrei dos anjos barrocos muito rechonchudos, tal como me vieram à memória crianças pequeninas que não resistiam às graves doenças. Dizíamos, com muita tristeza, serem anjinhos que iam para o céu.
Impossível não me recordar também dos anjinhos nas procissões das festas religiosas, ou da expressão bem menos inocente e tão usada a propósito das pessoas que põem máscaras sem ser a sanitária: tem cara de anjo mas é um demónio.
E, nesta linha de pensamento, vem o livro de Camilo Castelo Branco, A queda de um anjo cuja história se aplica na perfeição a tantas figuras públicas atuais. Ou a figura aterradora da 'tecedeira de anjos' do romance O crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós.
Como já temos a coletânea nas nossas mãos, podemos encontrar os diferentes modos como todos os autores recriaram o tema. Aqui reside a beleza da diversidade humana presente numa coletânea.
Desculpem-me se me alonguei, se não correspondi às expectativas e também pela minha ausência, mas não me mandem para o inferno, porque só gosto da terra e do céu. Por isso, destaco as palavras de José Saramago, transcritas na capa da nossa coletânea: 'o que há de mais bonito, nascer sem asas e fazê-las crescer'.
Muito obrigada e continuação de um bom encontro. Muita saúde e que todos se sintam felizes com a escrita e com a leitura.
29 de maio 2021