Às vezes, apercebo-me de pessoas que vivem em permanente ruído. O toque do telemóvel é constante e estridente. Ou por chamadas, ou por mensagens, ou por avisos...
Em casa, a televisão fala alto enquanto todos falam ao mesmo tempo sem se ouvirem, embora falem alto, e sem ouvirem a televisão que ainda fala mais alto e quase grita com a publicidade.
O cão de estimação reage ao ruído ladrando e aumentando o ruído.
Às vezes, penso como é difícil os alunos estudarem em ambiente barulhento e que os que o conseguem são verdadeiros heróis.
E como é normal que só se ame o que se conhece, muitas vezes, a vida vai decorrendo neste frenesim sem pausas mais calmas.
E como seria bom se se parasse um bocadinho durante o dia sem gritar nem ouvir gritaria.
Nem que fosse por uns minutos apenas. A seguir, poderia haver vontade de baixar um pouco o som do telemóvel e talvez da televisão e muitos decibéis podiam ir sendo reduzidos.
E o significado da palavra silêncio podia ser explicado e entendido, não como tristeza ou proibição, mas como necessidade para descansar, para pensar, para comunicar melhor, para produzir mais sustentadamente...
E podíamos ser até mais felizes, dizendo convictamente: sem ele, não posso viver.