segunda-feira, 27 de julho de 2020

Há palavras e palavras!



Sempre que posso, desde a fase mais aguda da Covid 19, gosto de arrumar coisas em casa: reorganizo livros, separo papéis e reúno outros, reciclo ou dou coisas que, com o tempo, se foram tornando inúteis e ocupam demasiado espaço, etc.

Ora, como acontece muitas vezes nestes casos, vêm-me ter à mão papéis que não me trazem boas recordações, outros que me causam nostalgia, outros que me comovem e que não quero perder...

Numa caixa, uma espécie de pequena arca onde vou guardando bons tesourinhos, encontrei uma folha de um jornal Expresso, dobrada em quatro, com um texto de José Tolentino Mendonça. Não devia ter tempo de o ler na altura e ficou à espera.

O título é "Farmácia da alma".
Reli o texto e deixem-me partilhar algumas frases de que gostei muito:

"Na contemporaneidade, descobrimo-nos sempre mais imersos numa cultura onde a palavra é sobreabundante, onde a todo o minuto se produzem milhões de palavras, com o risco de que o seu vamor empalideça";

"A palavra distingue-nos entre todas as outras criaturas, porque somos seres de palavra, nascemos com essa capacidade, vivemos através da palavra, conhecemos e damo-nos a conhecer através dela";

"Conta-se que os antigos faraós do Egito criavam bibliotecas nas cidades mais remotas do reino e sobre a entrada faziam escrever: 'Farmácia da alma'";

"A palavra é uma parte significativa da complexa arte de curar";

" A palavra oportuna pode ser, de facto, curativa."

Toda a crónica é muito interessante, mas... mais palavras para quê?


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