Estava um dia frio mas com sol.
Começava fevereiro e trazia uma nova vida. Uma nova luz chegava.
Após o nascimento, no quarto
do hospital, a médica tomou nas mãos a menina, voltou-a para a janela, olhou-a com atenção e disse
à mãe: que linda menina aqui tem!
E a menina cresceu. Com os seus
caracóis claros. Com o olhar meigo e azul. Andando sempre que podia com a sua irmã –
cujos gestos imitava.
Na escola primária, fazia os
trabalhos bem e devagar. Com letrinha redonda e bem legível. Quando se levantava para pôr uma questão à professora,
fazia-o quase em silêncio para não incomodar. E fazia várias perguntas, porque gostava de compreender e saber mais.
Os livros de ficção e de ciência sempre
a acompanharam. Em adolescente, fascinavam-na os livros de Clara Pinto Correia.
Um dia, disseste que te identificaste com uma passagem de um livro da bióloga-escritora e que choraste. Não contaste nunca porquê.
Entraste numa peça de teatro, remaste, viajaste... Quando fizeste dezoito anos, um grupo de amigos ofereceu-te um grande urso de peluche. O teu sorriso abriu-se e os braços abraçaram o terno presente.
Um dia, disseste que te identificaste com uma passagem de um livro da bióloga-escritora e que choraste. Não contaste nunca porquê.
Entraste numa peça de teatro, remaste, viajaste... Quando fizeste dezoito anos, um grupo de amigos ofereceu-te um grande urso de peluche. O teu sorriso abriu-se e os braços abraçaram o terno presente.
Já recém-licenciada, o trabalho
escasseando, emigraste. Tal como muitos jovens portugueses, és também um sinal de que
escolas públicas portuguesas formam cidadãos do mundo.
Claro que também ajuda ter-se livros em casa, ver que por perto existe o gosto pelo estudo, que há o silêncio necessário à concentração, que são frequentes as palavras de incentivo e reconhecimento...
Claro que também ajuda ter-se livros em casa, ver que por perto existe o gosto pelo estudo, que há o silêncio necessário à concentração, que são frequentes as palavras de incentivo e reconhecimento...
E vejo-te numa fotografia com uma
boneca ao colo e um grande laço no cabelo. Uma bela menina, hoje bela mulher.
E, longe, perguntas por todos nós, sem nunca esquecer a cadela Castanha (como fazias com o Dunas)... Acho que terás saudades da família, dos amigos, dos nossos petiscos, mas os
lugares onde tens estado são sempre bons lugares. E não arranjas muito lugar para o queixume. O teu sorriso é sereno – cá e lá. A
tua sensatez, inteligência e beleza não se insinuam, notam-se. E tudo parece ser natural.
Dizes que gostavas que a Mariana
existisse. Muitas vezes escrevo o seu diário, porque sei que à noite, num bocadinho, também o lês. E a Mariana adoraria ter-te também como irmã do meio. Disso tenho a certeza.
E sei também que gostas da proximidade do Mar, dos Rios, da Natureza, da Amizade, do (teu) Amor…
E do teu gosto antigo pela Geologia! E pela Astronomia! E pela Matemática! E pelo Cinema! ...
E sei também que gostas da proximidade do Mar, dos Rios, da Natureza, da Amizade, do (teu) Amor…
E do teu gosto antigo pela Geologia! E pela Astronomia! E pela Matemática! E pelo Cinema! ...
As tuas mãos continuam,
carinhosas, a segurar os livros que lês, a trabalhar no computador, a preparar,
cuidadosamente, os teus trabalhos…
Investigas sobre o cérebro
humano, sendo tu um dos muitos cérebros que deixaram o país em busca de uma vida
melhor, trabalhando para que melhor também seja a vida de todos os cidadãos.
Parabéns por tudo o que és e
sempre foste.
Feliz aniversário!
Feliz aniversário!
Parabéns para a menina que tem luz no nome e ilumina outras terras e outras gentes! E também para a mãe, a quem fica melhor Maria do que Dolores!
ResponderEliminarUm beijinho grande da(s)
IA, prima Za e, às vezes, Clarinha
Obrigada, amiga. O teu nome é também MARIA.
ResponderEliminarUm beijinho
M.