Gosto muito de ir ao cinema ao fim da tarde de domingo, embora poucas vezes o faça. Hoje fui ver “As serviçais” de Tate Taylor, tendo Emma Stone, Viola Davis e Octavia Spencer como atrizes principais.
O filme está classificado como drama e, de facto, é dramática a vida daquelas criadas negras ao serviço de famílias brancas, para cuidar, sobretudo, das crianças. São mulheres que vivem situações humilhantes devido à cor da pele.
Ora, estas “serviçais” vivem diferentes histórias de vida que só partilham com as amigas que têm a mesma função e sentem, pela cor da pele, idênticas dificuldades. É, então, que uma jovem branca, que havia sido criada por uma senhora igualmente negra, decide recolher as histórias dessas mulheres e publicá-las. A comunicação dessas histórias foi difícil porque todas sentiam medo de retaliações. A escrita foi um modo de se libertarem e alertarem para uma situação que se estava a tornar explosiva.
É um filme que questiona preconceitos, que dá relevo a valores como solidariedade, gratidão, coragem…
E a jovem autora, para além das modificações sociais que produziu, através da escrita, conseguiu também que uma das “serviçais” continuasse a escrever outras histórias, gosto que até então guardara só para si.
Decorrendo a história nos anos sessenta, no estado do Mississipi, nos Estados Unidos da América, o guarda-roupa é lindíssimo. Para os penteados deve ter sido gasta muita laca, como também era moda na época. A jovem escritora revelava algumas diferenças no visual, o que acentuava uma visão do mundo mais avançada. Reconhecia o trabalho de quem carinhosamente cuidou dela, rejeitando formas de desumana discriminação.
Foram umas duas horas e meia com os olhos atentos postos no ecrã. Confesso que tive de pegar no lenço algumas vezes e não foi só por estar constipada. E também apetece mexer um pouco ao som de algumas (poucas) músicas da época.
E fiquei com vontade de, no próximo domingo, se puder, ir outra vez ao cinema.
Também já vi este filme e gostei muito.
ResponderEliminarFoi um bom fim de tarde a ver bonitos cenários e a pensar que preconceitos racionais só trazem infelicidade.
ResponderEliminarUm beijinho
M.