S/cem palavras
Há muitos muitos anos, a estudar no Porto, dirigia-me diariamante à paragem da camioneta, pela hora do almoço. Uma porta abria-se numa casa em frente e saía uma mulher alta, de cabelo negríssimo, atado com um laço. Encostava a porta e punha-se do lado de fora à espera de alguém. Semblante expectante, sério e convicto.
Passados uns instantes, a morena mexia-se, esboçava um sorriso. Era ele que chegava. Beijavam-se, ele punha o braço por cima dos ombros dela, entravam e fechavam a porta. Sem nunca olharem para mais ninguém. No dia seguinte, o ritual repetia-se. Belo par. Estranho caso.
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