Há mais de uma ou duas dezenas de anos, fiz algumas viagens longas e, felizmente, conheci alguns países em diferentes continentes. Nesse tempo, visitei Moscovo, na Rússia. Dessa cidade, ficaram-me na memória estações de comboio com tetos e candeeiros como se de belas e estimadas salas de palácio se tratasse.
Também tenho bem presente a pressa das pessoas de rosto triste e fechado a subir as escadas rolantes dessas estações. Toda a gente se encostava à direita para que a esquerda ficasse livre e ninguém impedisse ninguém de as subir como queria ou precisava. As vozes e sorrisos que se ouviam eram sobretudo dos turistas em contraponto com o silêncio fechado dos locais.
Numa dessas estações, travámos conhecimento com um homem de meia idade, que se aproximou educadamente de nós. De barbas e estatura à José Milhazes, falava inglês e deu-nos informações úteis sobre o local, tal como procurávamos. Nesse tempo, ainda não dispúnhamos do telemóvel com o sr Google sempre com a resposta na ponta da página. O diálogo durou apenas alguns minutos e, no final, com o mesmo ar sério, triste e sem rodeios, pediu-nos dinheiro. Agradecemos a ajuda e demos-lhe uma gratificação. Concluímos que era a sua forma de ganhar a vida, porque os ordenados eram baixíssimos.
Hoje não iria a esse país de modo algum, tal como muita gente, julgo eu, pela instabilidade e tirania de quem o governa.
De facto, o mundo mudou tanto nos últimos anos que há destinos que eram um bom sonho e que agora são um mau pesadelo. Tal como acontece com Israel - aonde nunca fui - que se tornou cenário de terror. Indicar as razões cabe aos analistas, mas, a mim, mera espectadora de algumas notícias, choca-me ver tanta gente inocente morta ou em sofrimento, ou sentir o tormento de quem vive com insegurança e muito medo, como acontece em Israel e ainda mais na Palestina.
Tantas reuniões se fazem ao 'mais alto nível', tantas resoluções se tomam, tantos documentos se aprovam, e as guerras vão destruindo e matando sem dó nem piedade.
Neste cenário atual, não poder escolher alguns destinos para viajar não é nada - mesmo nada - face à imensidão do terror de quem vive nos países em guerra e/ou onde não se respeitam os direitos humanos.
É muito triste todas essas guerras que temos vivido nos nossos dias atuais. Só posso torcer e orar para que elas terminem.
ResponderEliminarBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
Bom dia!
ResponderEliminarNão tenho instagram, mas a escrita, seja ela curta ou mais longa, também é um modo de partilhar o desejo de um mundo melhor.
Felicidades, Jovem Jornalista.