Hoje recebi uma mensagem de uma amiga: 'Está tudo bem contigo?' E a minha resposta foi, se calhar parva ou provocadora: 'Estou, obrigada. Ontem, fui feliz durante quarenta e cinco minutos'. Ela deve ter achado estranha a resposta, ainda que entre amigos não haja muito espaço para estranhezas. Como devia andar ocupada com o almoço para a família, com as galinhas que agora tem e que lhe dão ovos frescos e coradinhos, com o galo cujas cores, crista e cantar ela não se cansa de elogiar, e, para mais, o tempo escasseia para subir ao sossegado sótão para ler e escrever um bocadinho, não me perguntou porquê e escreveu: 'Espero que depois desses 45 minutos tenhas continuado feliz'. Sim, felizmente, tenho a felicidade de ter momentos de felicidade diversa (estou a aprender a não ser demasiado modesta!).
Mas voltemos ao assunto. No fundo, no fundo, eu queria falar dos meus 45 minutos de ontem em que fui muito feliz. Pois bem, sem mais delongas: está a decorrer a Semana da Leitura com atividades promovidas por bibliotecas escolares. O meu livro para crianças, Histórias da Clarinha, foi lido, em forma de e-book, em aulas do 1º ciclo. Ontem, durante 45 minutos, houve uma sessão conjunta on-line para escolas do agrupamento nº 1 de Gondomar.
Em casa, preparei até um pequeno cenário com alguns trabalhos feitos por Cristina Pinto, a ilustradora do livro, como as bonecas clarinhas, que foram usadas no dia de lançamento, e os marcadores que foram ilustrados nesse dia e em muitos mais momentos por diferentes crianças.
Ontem, os meninos estavam em sala de aula, fizeram perguntas, eu respondi com muito gosto, foram lidas algumas (poucas) das minhas histórias porque as perguntas eram bastantes e o tempo era pouco e foram, de facto, 45 minutos que passaram a correr e que me deixaram muito feliz por várias coisas: ter reentrado em ambiente escolar, ter revisto amigos, ver a empatia dos miúdos com os professores, dialogar sobre o prazer da escrita e da leitura, sentir o pujante entusiasmo da infância, etc.
Ah, a minha amiga mandou-me agora outra mensagem, dizendo que estava curiosa sobre os meus 45 minutos de felicidade. Ela conhece bem momentos semelhantes.
E todos precisamos tanto de momentos bons e felizes, sejam eles quais forem, durem eles o que durarem.
No teu texto consigo sentir esses 45 minutos de felicidade, consigo ver um sorriso nos teus olhos e ouvir a alegria na tua voz. Percebi bem o que representou esse contacto com uma sala de aula.
ResponderEliminarComo deseja a tua amiga, faço votos para que esses 45 minutos se repitam com frequência.
Abraço
Obrigada, Justine, pela empatia. Se tal acontecer, vou dando conta, porque o prazer é grande, de facto.
ResponderEliminarOutro abraço e uma tarde feliz.
Fico contente por saber que a Maria escreve para crianças e gosta de conversar com elas. Pode ser muito gratificante o contacto com a infância. E julgo que todos gostam de conhecer o autor(a) de um livro. Pequenos e graúdos.
ResponderEliminarCom certeza vai repetir a boa experiência muita vez.
Obrigada, Bea. Sim, gosto muito e esta experiência foi muito boa para mim. Espero que para eles também, apesar de terem tido outros diálogos com pessoas com livros publicados. E as perguntas foram muito engraçadas. Desde a minha idade, o meu livro preferido, o que fazer para escrever histórias...
ResponderEliminarUm dia bom, Bea, com momentos de encher o coração.
Há-de ser um dia de trabalho. Mas terá os tais momentos de encher o coração. Muito aguardados.
EliminarQue bom! E bem merecidos, de certeza.
ResponderEliminarSe o quanto se aguarda for merecimento, sim.
ResponderEliminarBoa tarde.
Que bom. Imagino a alegria das crianças! :)
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SINTO FALTA...
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Beijos, e um excelente fim de semana.
E também a minha alegria, Cidália.
ResponderEliminarUm beijinho e bom fim de tarde.
Parabéns por ter sido escolhida para esses 45 minutos de leitura do seu livro e da felicidade respetiva.
ResponderEliminarÉ o que eu digo, a felicidade dá trabalho...
Bom fim de semana, querida amiga Maria Dolores.
Beijo.
Obrigada, Jaime. É verdade, embora sinta que podia fazer muito mais, mas são as naturais inquietações.
EliminarFeliz fim de semana
Boa noite Maria. Cada minuto de felicidade não pode ser desperdiçado.
ResponderEliminarQue palavras tão boas, Luíz. Obrigada
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