- Nem me lembro de um Carnaval assim.
- Sim, costumava chover mais.
- As tulipas até se desfolham com a secura.
- Também tenho de regar as minhas plantas.
- Temos estado demasiado distraídos a ver a banda a passar.
domingo, 3 de março de 2019
sábado, 2 de março de 2019
Conversa ao pé da porta
- Tenho andado a organizar armários e gavetas.
- Também gosto. Mas há alguma razão especial?
- Não quero dar trabalho um dia mais tarde.
- Ainda é cedo para pensar assim.
- Enquanto dura o Carnaval, sabe bem algum despojamento.
- Também gosto. Mas há alguma razão especial?
- Não quero dar trabalho um dia mais tarde.
- Ainda é cedo para pensar assim.
- Enquanto dura o Carnaval, sabe bem algum despojamento.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019
Em tempo(s) de máscaras!
Depus a máscara e vi-me ao espelho.
Depus a máscara e vi-me ao espelho.
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sou a máscara.
E volto à personalidade como a um terminus de linha.
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sou a máscara.
E volto à personalidade como a um terminus de linha.
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa, 1934
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
Uma notícia do Expresso, há dois dias
Portugal é 22º país mais saudável do mundo (mas está um bocadinho pior)
O líder da lista dos mais saudáveis está bem perto de nós. Os dez primeiros lugares são sobretudo ocupados por países europeus
Portugal
é o 22º país mais saudável do mundo numa lista de 169 nações liderada
por Espanha. O “Bloomberg Healthiest Country Index”, divulgado este fim
de semana, lista os países e tem em consideração factores como a
esperança média de vida, risco com o consumo de tabaco e a obesidade,
acesso a água potável, entre outros.
Olhando para a tabela disponibilizada pela Bloomberg, apesar de a posição de Portugal no 'ranking' estar consolidada entre os melhores, perde um lugar relativamente ao ano passado, o que significa uma de duas coisas: ou estamos menos saudáveis ou os outros estão fazer mais do que que nós para melhorar. Portugal tem uma pontuação de 87,95 em 100.
Este ano, Espanha roubou o lugar a Itália, que teve de se contentar com o segundo lugar. O pódio encerra com a Islândia. Seguem-se o Japão, Suíça, Suécia, Austrália, Singapura, Noruega e termina com Israel. A maioria dos melhores ficam na Europa. Já os EUA estão em 35º.
A zona do mundo com piores resultados é a região da África Subsariana, em que 27 nações ocupam os últimos 30 lugares da tabela. Os restantes três lugares são ocupados pelo Haiti, Afeganistão e Iémen.
Olhando para a tabela disponibilizada pela Bloomberg, apesar de a posição de Portugal no 'ranking' estar consolidada entre os melhores, perde um lugar relativamente ao ano passado, o que significa uma de duas coisas: ou estamos menos saudáveis ou os outros estão fazer mais do que que nós para melhorar. Portugal tem uma pontuação de 87,95 em 100.
Este ano, Espanha roubou o lugar a Itália, que teve de se contentar com o segundo lugar. O pódio encerra com a Islândia. Seguem-se o Japão, Suíça, Suécia, Austrália, Singapura, Noruega e termina com Israel. A maioria dos melhores ficam na Europa. Já os EUA estão em 35º.
A zona do mundo com piores resultados é a região da África Subsariana, em que 27 nações ocupam os últimos 30 lugares da tabela. Os restantes três lugares são ocupados pelo Haiti, Afeganistão e Iémen.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
Quando tocam o útil e o agradável
Recordo o post de 8 de setembro 2018: "Uma proposta genial - Uma vitória, uma moeda", a partir do blogue Bem-Vindos ao Paraíso, de Isaura Afonseca.
A ideia consiste em contribuir para a APPDA Norte (Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo), com uma moeda por cada vitória do nosso clube preferido. No final do campeonato, pode entregar-se o donativo diretamente na Associação.
Quem não gostar de futebol, mas gostar de ajudar, pode encontrar outras formas de participação.
Aqui fica um modo de conhecer melhor a Instituição:
https://www.appda-norte.org.pt/index.php/contactos
Oxalá que hoje e no próximo sábado possa colocar duas moedas de um euro. Pelo FCP, é claro!!!!
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
Conversa ao pé da porta
- Não acredita como ando com fome.
- Fome?
- Sim, de ler, de escrever, de ir ao cinema, de ver o mar...
- Ah, estava a ver se era de alimento!
- E acha que isso não é também alimento?
- Fome?
- Sim, de ler, de escrever, de ir ao cinema, de ver o mar...
- Ah, estava a ver se era de alimento!
- E acha que isso não é também alimento?
'Roma' - um filme sem máscaras e... com três óscares.
Quando
vi este filme, pus este post. Partilho-o de novo porque o filme
recebeu, esta noite e em Los Angeles, os óscares de realização,
fotografia e filme estrangeiro. Para mim, apenas pessoa que gosta de
cinema, bem merecidos.
Começo
pelo fim. Não pelo fim do filme, mas pelo final na sala do cinema
Trindade, no Porto, onde o filme também está em exibição. Toda a gente
continuou sentada, durante os minutos em que passou o genérico, embora
os carateres fossem esbranquiçados e de difícil leitura.
De facto, o filme, a preto e branco, entra no coração e na razão das pessoas.
Uma família mexicana de quatro filhos, uma mãe/sogra, duas empregadas e um cão. Vivem numa zona privilegiada, de nome Roma.
A
protagonista (para mim) é uma das empregadas, Cleo, uma rapariga pobre
mexicana, interpretada na perfeição por Yalitza Aparicio. Ela vive
silêncios, sofrimentos, perdas tremendas, levantando-se sempre quando
toca o despertador.
Apaixona-se por um rapaz que a abandona. Também os donos da casa se separam.
Num
contexto de forte agitação social dos anos 70 no México, surgem
fenómenos naturais adversos, desilusões, lutas, sentimentos fortes...
Tudo sem rodeios, sem fingimentos, sem cinismos, sem mentiras. Há cenas em que a vida é tratada a cru.
Gostei
muito do modo como agem as crianças, os quatro filhos do casal. Correm
para as ondas do mar, zangam-se com os irmãos por tudo e por nada,
sentem a natural tristeza pela falta de amor do pai, etc.
E são todas diferentes. E todas gostam de Cleo, que sempre ajuda e acarinha.
Parece
que o realizador e argumentista, Alfonso Guarón, quis homenagear as
mulheres que contribuíram para o seu crescimento e educação, para além
da mãe e da avó que, no filme, estão sempre presentes.
Uma das crianças tem uma forte imaginação. Não sei se, através daquele menino, ele desenhou alguns dos seus próprios traços.
O que sei é que este filme prende ao longo de mais de duas horas.
O que sei é que este filme prende ao longo de mais de duas horas.
Perdurando nos olhos e no pensamento.
Conversa ao pé da porta
- Também fui à praia este domingo.
- Parecia verão.
- Verão em fevereiro.
- O Trump até diria que gosta deste aquecimento global.
- É tão ignorante que nem sabe o que isso é.
- Pode ser que alguém lhe explique devagarinho e tim-tim por tim-tim para ele perceber.
- A ele e a muita gente. Antes que seja tarde de mais!
- Parecia verão.
- Verão em fevereiro.
- O Trump até diria que gosta deste aquecimento global.
- É tão ignorante que nem sabe o que isso é.
- Pode ser que alguém lhe explique devagarinho e tim-tim por tim-tim para ele perceber.
- A ele e a muita gente. Antes que seja tarde de mais!
Conversa ao pé da porta
- Como é que ele se está a dar por cá?
- Anda felicíssimo.
- Custa a crer depois de dezenas de anos fora.
- Muita gente da idade dele já não mudaria de país.
- Será que consegue arranjar trabalho aqui?
- Ele está confiante e também que ninguém o assalte.
- Oxalá possa continuar a confiar.
- Anda felicíssimo.
- Custa a crer depois de dezenas de anos fora.
- Muita gente da idade dele já não mudaria de país.
- Será que consegue arranjar trabalho aqui?
- Ele está confiante e também que ninguém o assalte.
- Oxalá possa continuar a confiar.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
Ler (com) Sophia
Ontem, na Biblioteca Municipal de Gondomar, realizou-se a prova oral, relativa à fase concelhia, do Concurso Nacional de Leitura.
Os alunos, do 1º ciclo ao Secundário, haviam lido uma obra de Sophia de Mello Breyner para a sua prova de leitura, de interpretação e representação.
As obras foram assim distribuídas:
1º ciclo - A noite de Natal;
2º ciclo - O Rapaz de Bronze;
3º ciclo - O Bojador;
Secundário - Contos Exemplares (contos 'A viagem' e 'Retrato de Mónica'.
Foi uma tarde feliz e luminosa com crianças e jovens a ler, a interpretar, a representar com prazer. E, nos bastidores de todo aquele belo desempenho, estavam professores, pais, profissionais que acreditam, elogiam, motivam, sabem descobrir, prestam serviço público...
Sophia teria gostado de assistir a todo este trabalho e acrescentaria, por certo, outro poema ao mar da sua Prosa ou Poesia.
Os alunos, do 1º ciclo ao Secundário, haviam lido uma obra de Sophia de Mello Breyner para a sua prova de leitura, de interpretação e representação.
As obras foram assim distribuídas:
1º ciclo - A noite de Natal;
2º ciclo - O Rapaz de Bronze;
3º ciclo - O Bojador;
Secundário - Contos Exemplares (contos 'A viagem' e 'Retrato de Mónica'.
Foi uma tarde feliz e luminosa com crianças e jovens a ler, a interpretar, a representar com prazer. E, nos bastidores de todo aquele belo desempenho, estavam professores, pais, profissionais que acreditam, elogiam, motivam, sabem descobrir, prestam serviço público...
Sophia teria gostado de assistir a todo este trabalho e acrescentaria, por certo, outro poema ao mar da sua Prosa ou Poesia.
Gente feliz com... deficiência
Ontem à tarde, participou, na Biblioteca Municipal de Gondomar, a Associação Social de Silveirinhos, S. Pedro da Cova.
O grupo de dança da Instituição estava representado por dois elementos que dançaram e comoveram o público, constituído por alunos e professores de escolas do concelho, assim como encarregados de educação e elementos ligados à autarquia.
Como se celebrava Sophia no Concurso Nacional de Leitura, a nível concelhio, a dupla dançou uma música ligada ao mar e, no palco, havia um bonito barco, também realizado na Instituição.
A jovem dançarina era a ensaiadora do grupo e a todos encantou pelo belo movimento. Dulce - a senhora da cadeira de rodas - a todos comoveu pela alegria revelada ao interagir com todos através da arte.
A mentora da obra é a dra Matilde Monteiro que, com alegre dedicação, celebra o valor precioso da dignidade humana. E que, com certeza, com boa colaboração, torna muitas pessoas felizes, apesar da deficiência.
domingo, 17 de fevereiro de 2019
Conversa ao pé da porta
- Está tudo bem?
- Muito bem, felizmente. Nem imagina onde fui.
- Foi ver o mar?
- Não, pelo contrário; fui a Trás-Os-Montes, à terra da pintora Graça Morais.
- Não conheço, mas imagino que seja inspiradora.
- Tudo: os rostos, as árvores, as pedras...
- Também gostei da minha tarde de domingo.
- Foi onde?
- Não saí. Fui ao jardim e ao quintal e estive a olhar as camélias com mais atenção.
- Muito bem, felizmente. Nem imagina onde fui.
- Foi ver o mar?
- Não, pelo contrário; fui a Trás-Os-Montes, à terra da pintora Graça Morais.
- Não conheço, mas imagino que seja inspiradora.
- Tudo: os rostos, as árvores, as pedras...
- Também gostei da minha tarde de domingo.
- Foi onde?
- Não saí. Fui ao jardim e ao quintal e estive a olhar as camélias com mais atenção.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
Conversa ao pé da porta
- No rádio e na televisão, não se ouve outra coisa.
- Sim, hoje só se fala de amor.
- Mas, amanhã, já ninguém se lembra.
- Lembra-se quem contar o que fez hoje.
- Sim, hoje só se fala de amor.
- Mas, amanhã, já ninguém se lembra.
- Lembra-se quem contar o que fez hoje.
Subscrever:
Mensagens (Atom)