Apesar de terem passado muitos anos, tenho bem presente o meu tempo de conselho diretivo numa escola secundária. As minhas filhas eram muito pequenas e eram quase sempre as últimas a sair da escola (privada que frequentaram até ao quarto ano, passando, depois, para o ensino público até final dos cursos), porque o trabalho na escola parecia multiplicar- se.
Apesar de muito trabalho, tanto na escola como em casa, foram quatro anos que me trouxeram muita felicidade, apesar de muitos constrangimentos. Nesse tempo, as equipas que geriam as escolas eram eleitas por todos os docentes, ao contrário de agora em que a eleição é feita por um conselho de representantes da comunidade escolar e educativa.
Nesse tempo, para gerir a escola, não era necessário ter cursos específicos de gestão escolar. Valia-nos o gosto pela boa gestão e harmonia daquela comunidade para a qual havia muito trabalho comum. Ah, e um grande amor ‘pela camisola’. No entanto, sou a favor de cursos de maior especialização.
Os serviços não estavam informatizados como agora. Com tentativas e erros, trabalhávamos no sentido da melhoria dos diferentes setores. Por exemplo, ver os equipamentos da cantina mais modernos foi uma alegria, porque, assim, alunos, professores e funcionários passariam a ter melhores condições de trabalho e de utilização.
Uma área que muito fascinava era ver sucessos dos alunos, fossem eles na avaliação, na participação em atividades, etc., áreas em que muitos professores se empenhavam de alma e coração e em que funcionários também colaboravam.
Foi um tempo de grande entusiasmo e aprendizagem, embora momentos menos bons também existissem, como é natural, e que tentávamos superar.
Em todos os tempos, a gestão escolar - quando desenvolvida de porta aberta - não é fácil e a exigência sempre foi crescente.
Conheço muitos casos de grande dedicação e competência, tanto do passado como no presente. Possa assim continuar porque a vida da escola é um mundo.
E todos esperam e desejam um Mundo em progresso e sempre melhor.