... dispensaria o 'Querido diário' e hoje escreveria:
Nesta Páscoa, tenho a família cá em casa. Antes da sua vinda, fiz uma lista para o supermercado para que não me esquecesse de nada. A folhinha foi deixada em cima da mesa da cozinha e fiz muitos acrescentos, sempre que me lembrava do que cada um gosta.
Na Sexta-Feira Santa, o mais pequenino fez anos e a família de Londres chegou ao aeroporto F. Sá Carneiro, cheiinho de emigrantes de visita à terra e de muitos turistas em busca de novas terras.
Levei um raminho de camélias do jardim para a minha neta e pus na cadeirinha do carro. Ela gostou da ideia e queixou-se da cadeira não ser de pessoa normal, segundo ela, na graça dos seus oito anos.
Chegados à festa de aniversário, eis a correria feliz no reencontro dos primos e amiguinhos. A minha neta vivia momentos sempre desejados: brincar com os primos portugueses, o que só acontece de vez em quando, como com os primos americanos. Às vezes, fica triste por não ter família mais perto.
E ver crianças contentes e felizes é, por si só, uma festa.
Mas as festas, para mim, não são o meu forte. Sobretudo no antes. Aprecio muito mais o durante e ainda mais o depois. Sobretudo se estou ligada à preparação. Quando sou apenas convidada, o constrangimento é menor.
Mas foi uma festinha bonita e ainda mais bonito foi ver o meu neto, que fazia três anos, a correr feliz.
Ontem, dia de Páscoa, veio o compasso logo de manhã. Não contava com a sua vinda tão cedo. Ficámos no hall da entrada, ainda com sacos de presentes da véspera. Eram simpáticos os elementos da visita pascal. Perguntaram aos meninos se queriam tocar o sino-campainha. Claro que sim. Achei bem o pequeno gesto e lembrei-me de igrejas bastante vazias e ainda mais de jovens.
À tarde, foram a uma caça ao ovo, em Gaia. Vinham divertidos e os meninos com desenho de um coelhinho nas carinhas larocas.
Preferi ficar em casa. Gosto de intervalos em que organizo a casa e a mente. Quando chegaram, havia arroz de polvo e pataniscas. Gostaram e fiquei contente.
Hoje, foram a outro lugar de diversão com priminhos. Para memória desta Páscoa ainda a decorrer e até agora feliz. Felizmente.
Com a casa silenciosa durante horas, escrevi mais uma página de uma história que estou a escrever com uma amiga e parceira de escrita.
Em breve, terei de novo a casa cheia e vou querer ouvir aventuras da tarde.
Já sei o que vou fazer para o jantar. Para já, vou tirar a loiça da máquina e descascar cebolas e cenouras.
PÁSCOA FELIZ!