segunda-feira, 11 de junho de 2018

A minha mesa da cozinha

Depois de tomar o pequeno almoço, gosto de ficar à mesa o tempo que me é possível.
Vejo as notícias, abro o computador, abrindo-se um dos melhores momentos do meu dia.
Na minha mesa da cozinha, há quase sempre alguns livros bem perto do computador. E também a máquina do café e o cesto da fruta.
Muitas vezes, dou comigo a pensar que a harmonia de muitos dos meus dias assenta neste quase ritual do início das manhãs.
Vejo o blogue, as estatísticas (obrigada, queridos leitores portugueses, italianos, americanos, brasileiros, franceses, alemães, belgas, russos...), os comentários (poucos, mas sei que o tempo não dá para tudo e há prioridades) e, quando tenho alguma ideia que me parece pertinente, partilho-a, como se fosse um bolo, ainda que simples, com os sabores que pomos no que gostamos.
Quando me perguntam se tenho facebook e digo que não, vejo alguma expressão de espanto porque, atualmente, quase toda a gente utiliza essa rede social.
Mas o blogue não dispenso e quero continuar a alimentá-lo a esta mesa e em muitas outras, quando não estou em casa.
De facto, acho cada vez mais que, como ter uma mesa na cozinha, também é necessário comunicar, recorrendo a tantas e tão boas formas de o fazer.
No dia do lançamento do meu pequeno livro - A velha casa e outros dias, da Editora Lugar da Palavra - tive o gosto de rever pessoas amigas que visitam o Olámariana. O prazer de as ver foi redobrado.
Sim, também viajo e abraço a partir da minha mesa de cozinha, enquanto escrevo ou procuro a imagem que me parece ilustrar bem a mensagem escolhida.
Ah! Mas, como poderão imaginar, a minha mesa da cozinha poucas vezes está arrumada!

domingo, 10 de junho de 2018

Em Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas


Turner - 1839



Balada de Lisboa
 
Em cada esquina te vais
Em cada esquina te vejo
Esta é a cidade que tem
Teu nome escrito no cais
A cidade onde desenho
Teu rosto com sol e Tejo


Caravelas te levaram
Caravelas te perderam
Esta é a cidade onde chegas
Nas manhãs de tua ausência
Tão perto de mim tão longe
Tão fora de seres presente


Esta e a cidade onde estás
Como quem não volta mais
Tão dentro de mim tão que
Nunca ninguém por ninguém
Em cada dia regressas
Em cada dia te vais


Em cada rua me foges
Em cada rua te vejo
Tão doente da viagem
Teu rosto de sol e Tejo
Esta é a cidade onde moras
Como quem está de passagem


Às vezes pergunto se
Às vezes pergunto quem
Esta é a cidade onde estás
Com quem nunca mais vem
Tão longe de mim tão perto
Ninguém assim por ninguém


 Manuel Alegre





Andam palavras na noite
Cansadas de me chamar.
Trago os meus lábios salgados
E algas no paladar.

Eu sou um grande oceano
Que só fala a voz do mar!
Mas já sinto o mar cansado
De pedir o luar ao céu
Que a Noite não lhe quer dar!

Natália Correia 

 

 

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Por aqui também!


segunda-feira, 4 de junho de 2018

"Mãe, o fim de semana foi bom!"

Sim, gostei muito do fim de semana. E, embora não tenha o hábito de extravasar muitos estados de alma pessoais - às vezes, faço-o aqui usando a terceira pessoa -, vivi boas emoções.

No sábado, publiquei o meu primeiro livro - A velha casa e outros dias -, um pequeno diário ficcionado, mas que não deixa de ter bocadinhos de mim.
Ter as minha filhas comigo, porque a que vive em Londres não quis faltar num momento que ela sabia ser muito importante para mim; com a presença dos meus pais, de muita família, de muitos amigos;  ver o meu livro apresentado com todas as cores da amizade, do carinho, do amor pelas palavras na Biblioteca Municipal de Gondomar, luminoso e bonito lugar... Tantos motivos de alegria!
Oxalá haja alguém que o sinta ao ler o livro.
Ontem, domingo, fui a Mesão Frio - e o tempo estava bem frio - ouvir Pedro Mexia falar de Agustina Bessa-Luís.
Há dias que, pelas mais variadas razões, trazem muita felicidade.

Sim, filha, o fim de semana foi mesmo bom.

"Somos Douro"


Ontem, dia 3 de junho, Pedro Mexia esteve na Biblioteca Municipal de Mesão Frio, a convite de Anabela Mota Ribeiro, promotora do "Somos Douro", para falar de Agustina Bessa-Luís, escritora que - disse - "sempre fez o que quis", que "nunca se preocupou em ser amada", para quem "o orgulho e a independência" são marcas das pessoas da região.
Uma das obras mais referidas foi O Manto, livro escrito em 1961 e agora reeditado.


sexta-feira, 1 de junho de 2018

"Hoje é Dia da Criança"

 Postal enviado pelo Clube das Histórias
Hoje é Dia da Criança
e eu quero dar-te a Lua.
Mas há meninos sem nada
que dormem sós numa rua.


Hoje é Dia da Criança,
na aula lês teus direitos.
Mas há meninos nas obras,
a mando de alguns sujeitos.


Hoje é Dia da Criança
saboreias chocolate.
Mas há meninos raptados
que sonham com o resgate.


Hoje é Dia da Criança
em todo o Planeta Terra.
Mas há meninos que morrem
em combates, numa guerra.


Hoje é Dia da Criança,
tu brincas, cantas, sorris.
Um dia, cada criança
como tu será feliz.


Luísa Ducla Soares

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Como se aproxima a data...


Cores-de-rosa e cravo


quarta-feira, 30 de maio de 2018

"As crianças..."



Enviado pelo Clube das Histórias


terça-feira, 29 de maio de 2018

Quase no Dia Mundial da Criança

Este postal foi enviado pelo Clube das Histórias


Em Londres - de uma janela


Júpiter olhando a lua
Tempestade

quinta-feira, 24 de maio de 2018

"Haverá música mais harmoniosa?"



Ontem à noite, no Ateneu Comercial do Porto, houve boa música tocada por três jovens de Gondomar, alunas de escolas de música.
A Inês Silva tocou piano a solo e acompanhou a Ana Sofia Matos em clarinete, sendo evidente a concentrada sintonia entre artistas e instrumentos.




A terceira interveniente foi Mariana Ribeiro, que tocou as suas peças de forma entusiástica.

É bom quando as regiões se vão afirmando também pelos talentos artísticos e vontades fortes de muitos dos seus habitantes.
Foi um serão com juventude, talento e seriedade. Haverá música mais harmoniosa?

Perto do Bolhão

Há dias, fui ao mercado temporário do Bolhão, no Centro Comercial La Vie, junto ao Via Catarina e bem perto do Bolhão.
Achei-o um pouco mais frio do que o original, apesar das cores dos frutos, das flores e das hortaliças.
Os novos tempos exigem a renovação de espaços e de equipamentos. Oxalá o mercado do Bolhão reabra de cara lavada para servir os residentes e turistas.
Gostei da homenagem que foi feita aos vendedores do Bolhão, à entrada destas instalações temporárias, através de grandes fotografias, com os nomes e com os respetivos produtos vendidos.
Como se entrássemos num espaço humano criado por muitas pessoas, cujo rosto é conhecido, e que, ao longo de muitos anos, foram acarinhando as suas raízes.

terça-feira, 22 de maio de 2018

Júlio Pomar 1926-2018


O almoço do trolha - 1950  


Banho turco - 1971

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Valter Hugo Mãe - O paraíso são os outros



Acabo de ler O paraíso são os outros de Valter Hugo Mãe.
A leitura pode demorar menos de uma hora, ou mais, se houver paragens ou recuos.
A narradora é uma menina e as palavras fluem poéticas, inocentes, sábias e verdadeiras.
O amor, os casais, os filhos são temas recorrentes. 
O que a mãe costuma dizer à menina parece abraçar o leitor. E o o outro. E os outros. E a humanidade.
As ilustrações são também do autor. Quem escreve e desenha assim já entrou no paraíso.


Quando comprei o livro, perguntei:
- É para crianças?
Responderam-me:
- É para todas as idades.
E tinham razão. 


domingo, 20 de maio de 2018

Desculpem, é publicidade!!!


sábado, 19 de maio de 2018

Flashes de Londres


O chapéu da senhora japonesa
A senhora japonesa entrou no comboio. Os passageiros vinham quase todos do aeroporto e seguravam malas. Algumas, muito grandes, quase barravam a passagem no corredor da carruagem. Era primavera, o tempo ia frio e as roupas eram escuras.
A senhora japonesa vestia um fato claro e trazia um chapeuzinho de palhinha branca com um raminho de flores num dos lados. Nas mãos, segurava uma pequena carteira e um  telemóvel com rosadas flores de cerejeira na capa.
Uma das malas bateu-lhe ligeiramente no pé. Sorriu, desviou-o e adormeceu, deixando cair o rosto redondinho. Que parecia dar lugar ao redondo chapeuzinho.

A menina e o varão
A carruagem do metro ia quase vazia. Nela entrou uma mulher jovem com uma menina alta, na fronteira de menina pequena para menina grande. A mulher jovem, que devia ser a mãe, ficou de pé, sempre a escrever no telemóvel. Nunca desviou o olhar do ecrã.
A menina, apoiando-se no varão da carruagem, começou a dançar inclinando a cabeça para trás. Rodava e a saia rodada também parecia dançar à volta das pernas altas e esguias.
Não sei se era loucura ou vontade de não desperdiçar nenhum momento de liberdade.

Dá-me a tua mão
Era domingo. A família da menina foi almoçar fora. Escolheu um pub descontraído, como são quase todos em Londres. O sunday roast não era muito caro, sem deixar de ser bom.
As mesas de madeira foram-se enchendo de famílias.
Enquanto os adultos comiam ainda, algumas crianças já corriam entre as mesas. Foi quando se ouviu uma menina dizer para um menino com quem brincava: "Dá-me a tua mão".
Quando a família da menina saiu do pub, a família do menino ainda ficou. Os meninos deram uma abracinho de despedida e as famílias trocaram sorrisos como se todos dessem as mãos.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Visita às flores de maio!