sábado, 31 de outubro de 2015

Uma canção com um belo café dentro


Obrigada, D.R., pelo teu e-mail com este texto e com belíssimas imagens.
Gostava bem de conhecer (ter conhecido) este local, beber um chocolate quente, olhar a neve, ouvir boa música, ler um livro, estar em boa companhia... tudo bem melhor, de facto, do que falar de muitos/as políticos/as!!

"Esta é uma daquelas histórias que daria um bom romance ou um excelente filme.

Há mais de cinquenta anos, o lendário cantor francês Gilbert Bécaud visitou Moscovo. Quando voltou a Paris,  escreveu a canção Nathalie e dedicou-a à sua guia russa.

A canção diz qualquer coisa como "Caminhávamos à volta de Moscovo, visitando a Praça Vermelha, tu dizias-me que tinhas aprendido coisas sobre Lenine e a Revolução, mas eu só desejava que estivéssemos no café Pushkin, a olhar a neve lá fora, a beber chocolate quente e a falar sobre algo completamente diferente..."

A canção tornou-se incrivelmente popular em França e os turistas franceses, que iam a Moscovo, tentavam encontrar o famoso café Pushkin.

Mas nunca o conseguiram encontrar, uma vez que só existia como fantasia poética na canção de Bécaud.

Em 1999, esta fantasia poética tornou-se realidade quando um artista franco-russo, Andrei Dellos, e Andrei Mákhov abriram o café Pushkin numa mansão barroca histórica na rua Tverskoy.

E o mais fantástico desta história? Bécaud, o cantor que tudo inspirou, cantou Nathalie na inauguração do café-restaurante".

 

domingo, 25 de outubro de 2015

Crianças com livros


 
Ontem, a  Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, era um espaço feliz. Apesar de alguma chuva, o anfiteatro encheu-se de crianças, pais, educadores, amantes dos livros...
E alegrava ver crianças, aparentemente com hábitos de leitura,  a entrar no edifício com um livro na mão, à espera de um autógrafo e, talvez, de um olhar sorridente da autora, que conheceram através das histórias.
E o auditório manteve-se interessado ao longo de duas horas que não foram longas.
Luísa Ducla Soares, respondendo a questões, falou da sua vida e da sua obra. Trabalhou no Ministério da Educação (lendo muitas cartas com erros de ortografia e uma grande parte com pedidos, disse com humor); na Biblioteca Nacional, também muito inspiradora para a escrita dos seus livros.
Falou afetuosamente da família, dos colegas de escrita (teve, ao seu lado, o escritor António Torrado, durante uma boa parte da sessão); reconheceu o trabalho dos educadores e professores do primeiro ciclo, revelou boa disposição e um grande amor pelas várias dimensões da vida (talvez uma grande razão da sua alegria e jovialidade, direi eu)..
E referiu dois esteios fundamentais para a sua escrita, vindos da sua infância: a professora primária que reconheceu o valor dos seus textos, e o pai que lhe contava histórias, que lhe lia poesia, que partilhava com ela lengalengas, etc.
Em tempo de tantas cisões e crispações, presenciar um número tão grande de crianças, acompanhadas por adultos, a aderir ao mundo maravilhoso dos livros talvez ajude a acreditar num mundo melhor. Mesmo que ainda não maravilhoso.
A presença do grupo dos Gambozinos foi um feliz exemplo do imenso trabalho que muitas pessoas realizam à volta dos livros e da arte. 
Por isso, ontem, a Biblioteca Almeida Garrett não podia deixar de ser um espaço feliz.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Um texto que li e de que gostei



"Conta-me histórias
A atividade dos mais novos aumenta quando ouvem histórias de embalar, garante um estudo científico

Ler aos filhos desde cedo foi sempre um conselho dos pediatros. Há quem recomende a leitura desde os seis meses do bebé. Em setembro, a revista norte-americana "Pediatrics" publicou um estudo que registou imagens de ressonâncias magnéticas da atividade cerebral das crianças de 3 a 5 anos, enquanto ouviam histórias para a sua idade. Percebeu-se que havia diferenças na ativação cerebral entre crianças a quem liam de vez em quando e as que viviam em casas com muitos livros, em qua a leitura era habitual. A ativação era significativamente maior numa região do hemisfério esquerdo do cérebro, chamada córtex, de associação parietal temporal-occipital, que está relacionada com  a "integração multissensorial que integra som e estimulação visual", explica o autor principal do estudo, John S. Hutton, Investigador do Centro Médico Hospitalar Infantil de Cincinatti, EUA.
Crescer com livros, ler em voz alta para as crianças são atos que ajudam ao desenvolvimento da linguagem e ao sucesso escolar, está comprovado. Para o psicólogo clínico Eduardo Sá, este estudo científico não é "completamente surpreendente". " A grande novidade são as provas imagiológicas da forma como estimulamos o cérebro que se torna mais versátil e mais capaz de transformar mais imagens em palavras.". Por outro lado, destaca, "é importante que se perceba que a relação é o grande arquiteto do sistema nervoso, através do modo como estimula áreas cerebrais. E, em função duma estimulação coerente e constante, cria redes sinápticas estáveis que passam a ser o nosso software". Ou seja, o  "software" adquire-se e desenvolve-se e não é um "equipamento de base" da natureza humana, como, por vezes, tantos dos que têm uma visão estritamente biológica do desenvolvimento e da vida psíquica são levados a "insinuar". Para o psicólogo, "estes dados permitem-nos perceber que, por falta da estimulação indispensável, muitas crianças acumulam danos, que as limitam vida fora, sem que aqueles que lhes fazem mal sejam severamente punidos. Sejam eles pais negligentes ou tribunais e serviços da segurança social que permitem que crianças muito pequenas estejam institucionalizadas para além daquilo que a lei permite, sem que ninguém se preocupe pela falta de um estímulo personalizado, sereno e amigo do conhecimento", alerta. "O sistema nervoso funciona como um músculo que precisa de ser estimulado, sob o risco de, ao não suceder assim, atrofiar". Além do mais, porque o acesso à palavra nos permite vestir em palavras aquilo que sentimos, crianças que melhor verbalizam podem tornar-se mais felizes". Por fim, as histórias de embalar. "As histórias juntam imagens e palavras, ajudam a pensar. Crianças que mais precocemente acedem às histórias são mais aptas para a matemática, para a língua materna, para a representação e para a relação. Mais histórias significa crianças mais saudáveis e crianças mais inteligentes", termina,"

Katya Delimbeuf, in Expresso, 10 de outubro 2015

domingo, 18 de outubro de 2015

Notas em domingo de chuva

Tenho estado a corrigir composições de alunos. E dei comigo a escrever umas pequenas notas, no final de cada texto. Apreciações sobretudo a nível do conteúdo, porque, quanto à forma, lá estão as cruzinhas, os sublinhados, os tracejados...

    Conheço quase todos do ano anterior. Parece que os oiço, ouvindo a chuva que cai do pesado céu de chumbo desta tarde de domingo de outubro. Escrevendo é como se dissesse as palavras que, na aula, não há tempo de transmitir. Porque são muitos os alunos, porque parece tempo que se está a perder, porque passa logo a haver mais barulho e diálogo paralelo... Para não falar de "Ó setora, posso abrir a janela? Ó setora, posso ir à casa de banho? Ó setora, pode abrir a porta por causa do calor? 

Para não falar de "Não sabes que não podes ter o telemóvel durante a sala de aula..."

E o dia, hoje, proporciona-se. É domingo, está a chover e o tempo disponível não empurra com as pressas da velocidade voraz do relógio. Desliguei a televisão. Talvez ligue o rádio, mais tarde. Falar-se-á da "Escritaria" em Penafiel e que, este ano, celebra a vasta obra de Mário Cláudio? Gostava.

    Não releio as notas que escrevi. Amanhã, cada um dos alunos lê-las-á na aula. Uns, de forma mais emotiva; outros , com mais diferença. Nem a chuva cai sempre da mesma forma

sábado, 17 de outubro de 2015

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Um livro que quero ler


 O que escreveu, hoje, Valdemar Cuuz, no Expresso Curto, a propósito de Astronomia, último livro de Mário Cláudio:

"O QUE ANDO A LER E OUVIR
Entrei há dias em "Astronomia", o novo romance de Mário Cláudio. É uma autobiografia ficcionada, o que desde logo sugere um novo e estimulante desafio para o leitor. Após a exaustiva biografia de Tiago Veiga, um poeta imaginário, o escritor aventura-se agora pelo mundo do real, mas através de uma construção narrativa toda ela ancorada em processos ficcionais para os quais, pelo menos na primeira parte, a que estou a ler, são convocadas as histórias do Romanceiro, contos e ditos populares, ou as personagens fantásticas criadas por escritores como Hans Christian Andersen, os irmãos Grimm ou Charles Perrault".


Apetece "O Silêncio"

Emília Nadal

O Silêncio


Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"

domingo, 11 de outubro de 2015

Amsterdam

Amsterdam - hoje

sábado, 10 de outubro de 2015

Gabriel Garcia Marquez

Casa do escritor em Cartagena - Colômbia

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Vindos do Nepal

Falta de fuel, a quanto obrigas!

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Trecking nos Himalaias

 


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Confiança

Amadeo Souza Cardoso
O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...

Miguel Torga

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Belo outono



Belo Nepal


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Nepal - Kathmandu


terça-feira, 29 de setembro de 2015

Olhares da Índia - hoje



segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Do "Expresso Curto" de hoje

"Por cá, alguém que não conhecesse o país suporia que foi o PS que esteve no Governo nos últimos quatro anos. Da direita à esquerda só se discute o PS, o programa do PS, as promessas do PS, os cortes na segurança social do PS, o acordo da troika que o PS assinou, o plano secreto que o PS tem para se aliar à CDU e ao BE para não deixar o centro-direita governar. A coligação Portugal à Frente acusa o PS de criar instabilidade e insegurança, a CDU e o BE acusam o PS de subscrever as políticas da direita.

E ninguém debate os últimos quatro anos, os 485 mil emigrantes que vão de engenheiros, economistas e médicos a investigadores, enfermeiros e bombeiros, os cortes nos salários da Função Pública e nas pensões dos reformados, a desmotivação completa dos funcionários públicos, o desemprego, o emprego que está a ser criado (90% é precário), os 50% de portugueses que ganham menos de 8000 euros por ano, o facto de estarmos a trabalhar mais 200 horas por ano e a ganhar em média menos 300 euros, o descalabro na educação (com o silêncio ensurdecedor de Mário Nogueira e da FESAP, ao contrário do que aconteceu quando Maria de Lurdes Rodrigues era ministra da Educação), a miséria que se vive no Serviço Nacional de Saúde (onde muitos profissionais são obrigados a comprar luvas ou a fazer garrotes com material improvisado), os medicamentos que faltam nas farmácias e só estão disponíveis daí a dois dias, a machadada que levou a ciência e investigação, os problemas que se continuam a verificar na justiça, a inexistência de respostas ao envelhecimento da população (em 2014 já havia mais de 4000 pessoas acima dos 100 anos em Portugal e há 595 mil portugueses com mais de 80 anos), a irrelevância do ministro dos Negócios Estrangeiros, a fragilidade da ministra da Administração Interna, as múltiplas garantias de Passos Coelho que foram sempre desmentidas por decisões do próprio Passos Coelho, o programa da coligação que não se discute porque não existe, etc, etc."

(...)
            Nicolau Santos

domingo, 27 de setembro de 2015

Índia, Delhi - ontem




sábado, 26 de setembro de 2015

Boris Vian- Le déserteur

Obrigada, Ana (Cardoso), 
por teres recordado esta canção!
Monsieur le Président
Je vous fais une lettre
Que vous lirez peut-être
Si vous avez le temps
Je viens de recevoir
Mes papiers militaires
Pour partir à la guerre
Avant mercredi soir
Monsieur le Président
Je ne veux pas la faire
Je ne suis pas sur terre
Pour tuer des pauvres gens
C'est pas pour vous fâcher
Il faut que je vous dise
Ma décision est prise
Je m'en vais déserter

Depuis que je suis né
J'ai vu mourir mon père
J'ai vu partir mes frères
Et pleurer mes enfants
Ma mère a tant souffert
Elle est dedans sa tombe
Et se moque des bombes
Et se moque des vers
Quand j'étais prisonnier
On m'a volé ma femme
On m'a volé mon âme
Et tout mon cher passé
Demain de bon matin
Je fermerai ma porte
Au nez des années mortes
J'irai sur les chemins

Je mendierai ma vie
Sur les routes de France
De Bretagne en Provence
Et je dirai aux gens:
Refusez d'obéir
Refusez de la faire
N'allez pas à la guerre
Refusez de partir
S'il faut donner son sang
Allez donner le vôtre
Vous êtes bon apôtre
Monsieur le Président
Si vous me poursuivez
Prévenez vos gendarmes
Que je n'aurai pas d'armes
Et qu'ils pourront tirer


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Fernando Pessoa numa rua da Bulgária


Obrigada, Sofia, pela partilha das fotos: 
Fernando Pessoa e o início do poema "Tabacaria" do seu heterónimo Álvaro de Campos.

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo

..."

"Cafetero" na Colômbia

                
         
                     
                 
                               Obrigada, F.