Leva-nos além... E lembrou-me este poema de António Ramos Rosa - "Uma voz na pedra". Aí vai para se ser voz que nasce "na penumbra do vazio".
Beijinho, IA
Uma voz na pedra
Não sei se respondo ou se pergunto. Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio. Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra. Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho. De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante. A minha ebriedade é a da sede e a da chama. Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio. O que eu amo não sei. Amo em total abandono. Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente. Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim. Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido. Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença. Não sou a destruição cega nem a esperança impossível. Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.
Obrigada, IA, que bela lembrança, que belo poema. Sim, é daqueles que pede silêncio para ser lido e relido, devagar, e a cada palavra. Beijinho e domingo feliz. M.
Já li, Isaura, os posts recentes do teu "Bem-vindo ao paraíso". Um modo tranquilo e poético de começar uma tarde de domingo. Vale a pena uma visita. Vale a pena procurar/encontrar bocadinhos de paraíso. Um domingo feliz para todos! M.
Muito bom!:)
ResponderEliminar-
Não, não me troques por ninguém
-
Beijo, e um bom fim de semana.
Obrigada, Cidália, domingo feliz.
EliminarUm beijinho
M.
Leva-nos além... E lembrou-me este poema de António Ramos Rosa - "Uma voz na pedra".
ResponderEliminarAí vai para se ser voz que nasce "na penumbra do vazio".
Beijinho,
IA
Uma voz na pedra
Não sei
se respondo ou se pergunto.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou a do vinho.
De súbito ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha ebriedade é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.
Obrigada, IA, que bela lembrança, que belo poema. Sim, é daqueles que pede silêncio para ser lido e relido, devagar, e a cada palavra.
EliminarBeijinho e domingo feliz.
M.
Já li, Isaura, os posts recentes do teu "Bem-vindo ao paraíso".
ResponderEliminarUm modo tranquilo e poético de começar uma tarde de domingo.
Vale a pena uma visita. Vale a pena procurar/encontrar bocadinhos de paraíso.
Um domingo feliz para todos!
M.