Ela entrou no táxi para uma viagem curta. A luz amarelada do fim da tarde acetinava-lhe os cabelos negros. Os brincos compridos tombavam em ousadia.
Ouviam-se as chamadas constantes para a rua X, nº Y.
Ela ia vendo a paisagem que raramente olhava, porque habitualmente passava a conduzir.
O taxista olhava a cliente pelo retrovisor onde refletiam os seus óculos Ray-Ban.
Quando ela entrou, a música de fundo era o som da rádio. Poucos minutos depois, era jazz, cantado por voz feminina e em língua inglesa.
Ela olhava a paisagem amarelada pelo fim da tarde e início do outono que a música mais harmonizava.
Ele olhava pelo retrovisor e via que a cliente estava a gostar, apesar de se manter em silêncio.
Durante o dia, o taxista já tinha posto Tony Carreira, Xutos e Pontapés, Amália...
Os seus óculos Ray-Ban eram como o algodão: nunca enganavam!
Até me fez lembrar a música dos Taxi, anos 80!
ResponderEliminarPor acaso raramente ando de taxi, mas não posso deixar de pensar que há alguma coisa de sedutor na troca de olhares que o taxista e os clientes trocam. Quem sabe, ao som de uma música tipo chiclete. Vou andar de taxi um dia destes, pourquoi pas?
CS
O pior é se te aparece um daqueles que ultrapassa tudo e todos sempre a vociferar contra a crise (e alguns com muita razão).
ResponderEliminarBjs e até logo
M.