sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Apetece "O Silêncio"

Emília Nadal

O Silêncio


Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"

domingo, 11 de outubro de 2015

Amsterdam

Amsterdam - hoje

sábado, 10 de outubro de 2015

Gabriel Garcia Marquez

Casa do escritor em Cartagena - Colômbia

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Vindos do Nepal

Falta de fuel, a quanto obrigas!

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Trecking nos Himalaias

 


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Confiança

Amadeo Souza Cardoso
O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...

Miguel Torga

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Belo outono



Belo Nepal


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Nepal - Kathmandu


terça-feira, 29 de setembro de 2015

Olhares da Índia - hoje



segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Do "Expresso Curto" de hoje

"Por cá, alguém que não conhecesse o país suporia que foi o PS que esteve no Governo nos últimos quatro anos. Da direita à esquerda só se discute o PS, o programa do PS, as promessas do PS, os cortes na segurança social do PS, o acordo da troika que o PS assinou, o plano secreto que o PS tem para se aliar à CDU e ao BE para não deixar o centro-direita governar. A coligação Portugal à Frente acusa o PS de criar instabilidade e insegurança, a CDU e o BE acusam o PS de subscrever as políticas da direita.

E ninguém debate os últimos quatro anos, os 485 mil emigrantes que vão de engenheiros, economistas e médicos a investigadores, enfermeiros e bombeiros, os cortes nos salários da Função Pública e nas pensões dos reformados, a desmotivação completa dos funcionários públicos, o desemprego, o emprego que está a ser criado (90% é precário), os 50% de portugueses que ganham menos de 8000 euros por ano, o facto de estarmos a trabalhar mais 200 horas por ano e a ganhar em média menos 300 euros, o descalabro na educação (com o silêncio ensurdecedor de Mário Nogueira e da FESAP, ao contrário do que aconteceu quando Maria de Lurdes Rodrigues era ministra da Educação), a miséria que se vive no Serviço Nacional de Saúde (onde muitos profissionais são obrigados a comprar luvas ou a fazer garrotes com material improvisado), os medicamentos que faltam nas farmácias e só estão disponíveis daí a dois dias, a machadada que levou a ciência e investigação, os problemas que se continuam a verificar na justiça, a inexistência de respostas ao envelhecimento da população (em 2014 já havia mais de 4000 pessoas acima dos 100 anos em Portugal e há 595 mil portugueses com mais de 80 anos), a irrelevância do ministro dos Negócios Estrangeiros, a fragilidade da ministra da Administração Interna, as múltiplas garantias de Passos Coelho que foram sempre desmentidas por decisões do próprio Passos Coelho, o programa da coligação que não se discute porque não existe, etc, etc."

(...)
            Nicolau Santos

domingo, 27 de setembro de 2015

Índia, Delhi - ontem




sábado, 26 de setembro de 2015

Boris Vian- Le déserteur

Obrigada, Ana (Cardoso), 
por teres recordado esta canção!
Monsieur le Président
Je vous fais une lettre
Que vous lirez peut-être
Si vous avez le temps
Je viens de recevoir
Mes papiers militaires
Pour partir à la guerre
Avant mercredi soir
Monsieur le Président
Je ne veux pas la faire
Je ne suis pas sur terre
Pour tuer des pauvres gens
C'est pas pour vous fâcher
Il faut que je vous dise
Ma décision est prise
Je m'en vais déserter

Depuis que je suis né
J'ai vu mourir mon père
J'ai vu partir mes frères
Et pleurer mes enfants
Ma mère a tant souffert
Elle est dedans sa tombe
Et se moque des bombes
Et se moque des vers
Quand j'étais prisonnier
On m'a volé ma femme
On m'a volé mon âme
Et tout mon cher passé
Demain de bon matin
Je fermerai ma porte
Au nez des années mortes
J'irai sur les chemins

Je mendierai ma vie
Sur les routes de France
De Bretagne en Provence
Et je dirai aux gens:
Refusez d'obéir
Refusez de la faire
N'allez pas à la guerre
Refusez de partir
S'il faut donner son sang
Allez donner le vôtre
Vous êtes bon apôtre
Monsieur le Président
Si vous me poursuivez
Prévenez vos gendarmes
Que je n'aurai pas d'armes
Et qu'ils pourront tirer


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Fernando Pessoa numa rua da Bulgária


Obrigada, Sofia, pela partilha das fotos: 
Fernando Pessoa e o início do poema "Tabacaria" do seu heterónimo Álvaro de Campos.

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo

..."

"Cafetero" na Colômbia

                
         
                     
                 
                               Obrigada, F.

domingo, 20 de setembro de 2015

Em breve outono




quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Filipa Leal

Jane Aukshunas

Douro

Não sei se prefiro o rio
ou o seu reflexo nas janelas espelhadas.

De um lado
os barcos ancorados, do outro lado:
barcos — na imediata memória das âncoras.
Deste lado, o porto, ou o cais,
contracenando com a sua própria inexistência
daquele lado.

Existirá aquele rio nos espelhos?
Poderá este subsistir sem as janelas?

Sou dourada como os peixes que te
desabitaram. E, do outro lado, sou
desabitada.

Leal, Filipa, Talvez os Lírios Compreendam, Porto: Cadernos do Campo Alegre / 8, 2004

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"Com os dedos do coração"



Ontem à noite, o auditório da Biblioteca Municipal de Gondomar encheu para ver e ouvir Pedro Lamares e Ana Dias, combinando, de uma forma perfeita, Música (Harpa) e Poesia. Formam uma dupla à qual deram o nome Jacarandá.
Os poetas escolhidos foram, por exemplo, Herberto Helder, Jorge de Sena, Eugénio de Andrade, Maria do Rosário Pedreira, José Tolentino de Mendonça...
E também poetas menos conhecidos: António José Forte, Filipa Leal...
Entre as declamações e audição da música, havia algumas palavras reveladoras do trabalho em comum: os ensaios que faziam em Lisboa, em casa de Ana, pela noite fora, misturando Música, Poesia e Gastronomia; a paixão comum pela Literatura, nomeadamente pela Poesia; o trabalho de criação de Ana e o ensino da música...
E Pedro Lamares contou: Ana dizia aos seus pequenos alunos: "Toca com os dedos do coração".
De facto, ela tocou sempre "com os dedos do coração" e o público aplaudiu vivamente com a mesma verdade.
Também a voz de Pedro Lamares e o seu talento para a declamação entraram no coração de todos pela expressiva inteireza como dizia os poemas. Uma belíssima forma de apresentar temas sempre atuais: amor, solidão...
Foi, assim, um espetáculo quase intimista em que as palavras dos Poetas e os sons da Harpa (Ana também leu um poema) a todos tocaram. Era visível pelo silêncio (nenhum telemóvel tocou nem havia conversas paralelas) e pelo desejo de ficar mais um pouco após a sessão. E não era apenas pelo sumo ou pelo chá, mas pelo prazer - que espelhava no rosto das pessoas - daquele feliz e profundo  encontro.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Doçuras de outono



Hoje, foi - e está a ser - um dia de tempestade, pelo menos aqui no Norte de Portugal! Ele é chuva, ele é vento forte!
E eu, que até gosto de chuva, fugi dela porque, aliada ao vento, era violenta e entranhava-se, fria, até à alma.
Quando assim é, chegar a casa é uma doçura. Olhar os frutos de quase outono mima também a humana natureza. 
Dentro de dias, voltará o sol. A iluminar as folhas das árvores que se vão soltando de tão amarelecidas ou vermelhas.
Os figos não gostarão da chuva, mas a figueira rejubilará.
As maçãs cairão com o vento. 
E nós, sempre insatisfeitos com o tempo, vamos pensando na quieta doçura do sol.

Outono



Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929)
Frutos de outono (1907)

domingo, 13 de setembro de 2015

Instantes


Quando cheguei a West Hampstead, vi, presa a um poste, uma bicicleta cor-de-rosa com flores no guiador. Logo pensei: uma imagem bonita e um bonito instante.
Nos dias seguintes, lá continuava a bicicleta hippie, como passei a chamar-lhe.
Porém, quando ia tirar uma fotografia - para fixar e partilhar o instante -, a bicicleta... já lá não estava. E tive pena. Assim como de ter perdido, como tantas vezes acontece, o instante.
Mas, afinal, a bicicleta hippie voltou (obrigada, filha, pela foto). 
Com as mesmas flores no guiador. Depois de ter proporcionado, por certo, muitos outros instantes. Possam ter sido bonitos também.