quarta-feira, 4 de julho de 2018

Um dos dias em A Velha Casa e Outros Dias


O girassol

Hoje o dia voltou a amanhecer chuvoso. O céu carregado de nuvens cinzentas vai mostrando que tanta chuva não poderá ser contida.
E, ao ver pela janela um envelhecido e delgado girassol, veio-me à memória uma personagem da minha infância, a D. Marieta, muito alta e muito magra, que vinha a A Ver O Rio, uma vez por mês, entregar revistas de moda.
E, tal como a chuva, estes versos foram tombando, gota a gota:

D. Marieta chegava 
No primeiro dia do mês 
E as crianças brincavam 
Alegres fora de casa
Com o galo ou a galinha pedrês

D. Marieta chegava
E vinha com o seu chapéu
Colocado sobre o lenço
E debaixo do guarda-sol
Que tapava todo o céu

D. Marieta chegava
E logo os meninos corriam
Para olharem o saco
Muito escuro como buraco
Donde as revistas saíam

D. Marieta chegava
Para vender as revistas
E as janelas que se abriam
Mostravam as clientes
Costureiras e modistas


E D. Marieta partia
Com as crianças por perto
Sem dela terem sorriso
Dizia que tivessem siso
E que fossem para o deserto

D. Marieta partia
A pé como sempre se andava
Não parecia feliz
Afastava qualquer petiz 
Só da perfeição gostava

D. Marieta partia
Achando o mundo imperfeito
Muito austera ia pensando
Que só em revistas de moda
A vida é bela e sem defeito

domingo, 1 de julho de 2018

Ontem, na "Mimos e Livros" - em Gondomar

Como previsto, ontem à tarde, realizou-se uma pequena tertúlia à volta de (dois) livros, da Editora Lugar da Palavra:
. A velha casa e outros dias - de Maria Dolores Garrido
. História que daria um livro - de Manuel Maria


Por sugestão do editor, a conversa girou à volta de temas como:
- O processo literário e a presença do autor na obra produzida.

Para mim, foram bons momentos de diálogo sobre o trabalho recentemente apresentado.

À noite, os portugueses é que não foram mimados com um bom resultado da Seleção Nacional.
Infelizmente não houve golos que nos bastassem. 
Felizmente há também alegrias pelos livros que se partilham em momentos que nos mimam.

Hoje: da Afurada até Lavadores - "caminhada da diferença"


Cores naturais de Londres


sábado, 30 de junho de 2018

Mariza - Melhor de Mim (que, tristemente, rima com FIM!)

Portugal-Uruguai: Quem cantará mais ao cair da noite?

Ana Prada "Da buena suerte"

Elas também permitem voar

Orhan Pamuk

Nota - Estes e outros postais sobre a comemoração do Dia das Bibliotecas, dia 1 de julho, foram enviados pelo Clube das Histórias.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Post do dia 3 de junho

Há dias, Vítor Oliveira enviou-me um comentário ao post que publiquei no dia 3 de junho, domingo, em que abordava o lançamento, no dia anterior, do meu livro A Velha Casa e Outros Dias, da Edit. Lugar da Palavra.
Gostava de o partilhar e convoco-o agora, porque já publiquei bastantes posts posteriormente.

O comentário estabelece a ligação com o blogue

https://carruagem23.blogspot.com/2018/?m=0

Vale a pena entrar na Carruagem 23, bela, atenta e informada Carruagem, e, pela parte que me toca mais diretamente, achei o post, também de 3 de junho, maravilhoso, dando uma excelente visão do que se passou na Biblioteca Municipal de Gondomar no dia 2 de junho.

Se puderem, vejam! Vale a pena. Posso assegurar que a viagem é muito estimulante.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

CONVITE

 Como o texto não está bem legível, transcrevo o convite.

A Mimos e Livros e os autores Maria Dolores Garrido e Manuel Maria têm a honra  de convidar V. Ex.a e família a assistir e participar na tertúlia "Criação Literária", onde serão abordados temas como o processo criativo, a presença do autor no processo literário, etc.
No próximo dia 30 de junho, pelas 17 horas, na Mimos e Livros (Rua 5 de outubro, 91, em Gondomar - frente à empresa Águas de Gondomar).

Nota - Como Portugal irá jogar às 19 h, a "tertúlia" será às 16.30.

terça-feira, 26 de junho de 2018

Convite



segunda-feira, 25 de junho de 2018

A cedilha no Continente

 Sabiam que
... o c, para ser lido ss, não leva cedilha antes do e e do i

Ex. Meiguice
       Acidez
       Comece

A cedilha, neste caso, é usada antes de a, o e u.
Ex. Cabeça
       Começo
       Doçura
                                                                                     Assim,      
     Como "As crianças aprendem
Com o exemplo que lhes damos",
Também temos de aprender
Os sinais que utilizamos!

Por isso, meus senhores,
Se "rende ir ao Continente",
Também rende escrever bem
Para bem de muita gente!

Obrigada, G. pela foto!

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Em véspera(s) de S. João


Ó meu rico S. João
Anda cá que és preciso
Está lançada a confusão
Por cabeças sem juízo!

O Bruno do triste Sporting
De seu apelido Carvalho
Abre tanto tanto a boca
Que ainda lhe sai um alho!

O Trump que quer ser rei
Da América e não só
Separa os filhos dos pais
De ninguém sentindo dó!

Ó meu rico S. João
Vou-te pedir um favor
Não concedas o poder
Ao louco e ao ditador!


quinta-feira, 21 de junho de 2018

Desintegração

Foto: Jornal El Dia

"Nos Estados Unidos, foram usadas jaulas para crianças, que personalidades como Laura Ingraham, putativa secretária de Imprensa, desvendaram com gentilezas como esta: “no fundo, são campos de férias”.

"“Mais de dois terços dos norte-americanos têm vergonha do que está a passar-se na fronteira sul com o México, onde cerca de duas mil crianças foram separadas dos pais, todos eles imigrantes ilegais, enquanto as autoridades processam as suas entradas”, conta o correspondente do Expresso nos Estados Unidos. “As imagens dos menores a dormir no chão em celas que mais se assemelham a jaulas foi a gota de água que fez transbordar um copo que se encheu aos poucos, fruto do paulatino endurecimento das políticas de integração.”"


in Expresso Curto de hoje

terça-feira, 19 de junho de 2018

Caminhar também é ajudar!



Há música em livros que lemos


domingo, 17 de junho de 2018

Namoros de fim de semana

sábado, 16 de junho de 2018

Fim de semana junto ao mar?

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Pessoa popular?

"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.


Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...


Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!


Mas quem sente muito cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!"


Fernando Pessoa
(Lisboa, 13 de junho de 1888 - Lisboa, 30 de novembro de 1935)

Rosas (im)perfeitas



terça-feira, 12 de junho de 2018

Jardim com chá e bolo


Imagem da net

Um dia, ao passar a pé numa rua em Hampstead, muito perto do centro de Londres, vi o portão de uma casa aberto, dando para um bonito jardim, e aproximei-me de umas flores que me chamaram a atenção.
E a família, é claro, também me chamou logo a atenção.
De facto, é belíssima aquela zona residencial (com casas de preços incomportáveis para o comum dos mortais), coroada pelo imenso e verde parque de Hampstead Heath.
O recente filme "Hampstead", com Diane keaton, mostra-o bastante bem.
Vem isto a propósito de ter sabido que, no último domingo, muitos jardins de moradias em Hampstead estiveram abertos ao público e, para além das belezas partilhadas, os moradores ofereciam chá e bolo aos visitantes.
Imagino o prazer de tantas famílias e de tantas crianças (o problema da natalidade não parece existir por lá, felizmente) que, sobretudo ao fim de semana, desfrutam daqueles amplos e floridos espaços.
Afinal, não foi assim tão grande o meu atrevimento de ter passado o portão de um jardim para olhar algumas flores de mais perto!!!
Só que, reconheço, não era o momento certo! Até a beleza tem dias!

segunda-feira, 11 de junho de 2018

A minha mesa da cozinha

Depois de tomar o pequeno almoço, gosto de ficar à mesa o tempo que me é possível.
Vejo as notícias, abro o computador, abrindo-se um dos melhores momentos do meu dia.
Na minha mesa da cozinha, há quase sempre alguns livros bem perto do computador. E também a máquina do café e o cesto da fruta.
Muitas vezes, dou comigo a pensar que a harmonia de muitos dos meus dias assenta neste quase ritual do início das manhãs.
Vejo o blogue, as estatísticas (obrigada, queridos leitores portugueses, italianos, americanos, brasileiros, franceses, alemães, belgas, russos...), os comentários (poucos, mas sei que o tempo não dá para tudo e há prioridades) e, quando tenho alguma ideia que me parece pertinente, partilho-a, como se fosse um bolo, ainda que simples, com os sabores que pomos no que gostamos.
Quando me perguntam se tenho facebook e digo que não, vejo alguma expressão de espanto porque, atualmente, quase toda a gente utiliza essa rede social.
Mas o blogue não dispenso e quero continuar a alimentá-lo a esta mesa e em muitas outras, quando não estou em casa.
De facto, acho cada vez mais que, como ter uma mesa na cozinha, também é necessário comunicar, recorrendo a tantas e tão boas formas de o fazer.
No dia do lançamento do meu pequeno livro - A velha casa e outros dias, da Editora Lugar da Palavra - tive o gosto de rever pessoas amigas que visitam o Olámariana. O prazer de as ver foi redobrado.
Sim, também viajo e abraço a partir da minha mesa de cozinha, enquanto escrevo ou procuro a imagem que me parece ilustrar bem a mensagem escolhida.
Ah! Mas, como poderão imaginar, a minha mesa da cozinha poucas vezes está arrumada!

domingo, 10 de junho de 2018

Em Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas


Turner - 1839



Balada de Lisboa
 
Em cada esquina te vais
Em cada esquina te vejo
Esta é a cidade que tem
Teu nome escrito no cais
A cidade onde desenho
Teu rosto com sol e Tejo


Caravelas te levaram
Caravelas te perderam
Esta é a cidade onde chegas
Nas manhãs de tua ausência
Tão perto de mim tão longe
Tão fora de seres presente


Esta e a cidade onde estás
Como quem não volta mais
Tão dentro de mim tão que
Nunca ninguém por ninguém
Em cada dia regressas
Em cada dia te vais


Em cada rua me foges
Em cada rua te vejo
Tão doente da viagem
Teu rosto de sol e Tejo
Esta é a cidade onde moras
Como quem está de passagem


Às vezes pergunto se
Às vezes pergunto quem
Esta é a cidade onde estás
Com quem nunca mais vem
Tão longe de mim tão perto
Ninguém assim por ninguém


 Manuel Alegre





Andam palavras na noite
Cansadas de me chamar.
Trago os meus lábios salgados
E algas no paladar.

Eu sou um grande oceano
Que só fala a voz do mar!
Mas já sinto o mar cansado
De pedir o luar ao céu
Que a Noite não lhe quer dar!

Natália Correia 

 

 

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Por aqui também!


segunda-feira, 4 de junho de 2018

"Mãe, o fim de semana foi bom!"

Sim, gostei muito do fim de semana. E, embora não tenha o hábito de extravasar muitos estados de alma pessoais - às vezes, faço-o aqui usando a terceira pessoa -, vivi boas emoções.

No sábado, publiquei o meu primeiro livro - A velha casa e outros dias -, um pequeno diário ficcionado, mas que não deixa de ter bocadinhos de mim.
Ter as minha filhas comigo, porque a que vive em Londres não quis faltar num momento que ela sabia ser muito importante para mim; com a presença dos meus pais, de muita família, de muitos amigos;  ver o meu livro apresentado com todas as cores da amizade, do carinho, do amor pelas palavras na Biblioteca Municipal de Gondomar, luminoso e bonito lugar... Tantos motivos de alegria!
Oxalá haja alguém que o sinta ao ler o livro.
Ontem, domingo, fui a Mesão Frio - e o tempo estava bem frio - ouvir Pedro Mexia falar de Agustina Bessa-Luís.
Há dias que, pelas mais variadas razões, trazem muita felicidade.

Sim, filha, o fim de semana foi mesmo bom.

"Somos Douro"


Ontem, dia 3 de junho, Pedro Mexia esteve na Biblioteca Municipal de Mesão Frio, a convite de Anabela Mota Ribeiro, promotora do "Somos Douro", para falar de Agustina Bessa-Luís, escritora que - disse - "sempre fez o que quis", que "nunca se preocupou em ser amada", para quem "o orgulho e a independência" são marcas das pessoas da região.
Uma das obras mais referidas foi O Manto, livro escrito em 1961 e agora reeditado.