Era um homem discreto, afável, falava pouco e o sorriso era sereno. Sempre o vi junto ao fogão da cozinha de grandes dimensões. Ao centro, havia uma mesa também grande, onde a Comunidade Emaús, então sediada na rua do Almada, no Porto, tinha as refeições.
A Comunidade era, e continua a ser, constituída por pessoas sem abrigo - designados companheiros - por voluntários e um pequeno grupo de dirigentes.
Ora, o Isolino era voluntário e cozinheiro e administrador da cozinha que sempre mantinha limpa e organizada. A comida que fazia era boa e saborosa. Quando os tachos, ainda a fumegar, estavam prontos para ir à mesa, sorria sem alarde e depois ficava contente se via que a sua comida estava a saber bem.
Isolino fez este trabalho durante longos anos, dedicando o seu tempo livre à Instituição.
Soube há pouco do falecimento deste homem pacato, persistente, solidário, sábio confecionador de sabores e alimentos.
Apesar da sábia dedicação, Isolino nunca abriu nem abrirá telejornais, mas deixa a sua marca. Para muitos também um porto de abrigo.
Bom dia
ResponderEliminarSão dezenas ou até centenas de Isolinos que infelizmente passam despercebidos sem lhes darem o devido valor.
Não dão audiências , digo eu .
JR
Sim, é verdade, Joaquim. Sem eles, o mundo estaria bem pior.
ResponderEliminarBom domingo,