A peça está no Teatro Nacional de S. João, no Porto e fui vê-la ontem à noite.
O ator principal é Nuno Lopes, mas relevantes são também Maria João Luís, Isabel Munoz Cardoso e muitos outros que trabalham em palco durante umas duas horas e meia, criando ambientes sombrios mas humanos.
É um espetáculo longo porque a noite também é longa, passada num hotel fraco da costa do Pacífico. O hotel é gerido por uma mulher que acabara de perder o marido que não amava. Um dos hóspedes é um ex-pastor religioso que foi caindo em abismos empurrado pelo álcool, atraído por raparigas muito jovens, mergulhado em desespero e que tenta sobreviver como guia turístico de senhoras católicas dando-lhes a conhecer monumentos do México.
Duas outras personagens são um avô e uma neta, ele poeta de pouco talento e ela, pintora que tenta vender os seus quadros, mas não consegue. Vivem na miséria e pedem para ficar no hotel, apesar de não poderem pagar.
E todos dialogam sobre a sua condição - por vezes de modo dramático, outras com humor, embora sarcástico.
Ah! E existe uma iguana presa que acaba por ser libertada.
Tal como qualquer uma das personagens desejaria. O final deixa entrever a esperança.