9 de novembro 2011
Querido diário,
Hoje na primeira aula da manhã fiz aquilo que adoro fazer: escrever. A setora já tinha dito que queria que nós participássemos do concurso de contos de natal. Leu-nos o regulamento e ficámos a saber que tinha de haver um sem-abrigo e um ou uma adolescente e a história tinha de se passar na cidade. Podíamos fazer sozinhos ou em pares. E foi então que o Gi disse logo: ó setora, posso fazer com a Mariana? E eu que preferia fazer com a Bia, ele vem lá com aquela. E a setora: Ó Gil, por mim, tudo bem, se querem assim…
Se querem assim?! Essa é boa. Eu nem sequer fui ouvida. Às vezes, os setores têm cada uma! O que uns dizem parece sagrado, o que dizem outros já tem de se ver melhor. A Bia ficou a olhar para mim. E o Gi também. Os olhos dele pareciam faróis. A Bia, então, disse assim: ó setora, quando é para escrever, eu prefiro fazer sozinha. É a minha melhor amiga, mas às vezes não a percebo.
Enquanto a setora explicava o que tínhamos a fazer, o Gi ainda me falou outra vez do voto na Associação de Estudantes. Que nervos. Eu até lhe dei uma cotovelada porque queria ouvir tudo sobre o conto. E pra mais é das coisas de que mais gosto.
Achei altamente, a prof dizer assim: tentem ouvir os vossos sentimentos e não tenham medo das emoções. Depois, uma rapariga perguntou-lhe se podia pôr coisas imaginárias e a setora disse outra coisa que eu achei mesmo fixe: nós, com a escrita, podemos fazer tudo.
A prof depois disse-nos depois que tinha estado num workshop de escrita com um escritor famoso americano mas que vive em Portugal e que ele tinha dito estas coisas e ela tinha gostado muito e queria dizer-nos também. Eu então pensei que há uma cadeia de conhecimentos como há uma cadeia alimentar.
Depois começámos a pensar no conto. Ainda estivemos, o Gi e eu, algum tempo para chegar a acordo e a uma conclusão, mas acho que vai ficar fixe.
Muitos beijinhos, tantos como as letras do abecedário que agora são 26.
Mariana