domingo, 22 de outubro de 2023

Ir ver os aviões

 


Há muito muito tempo, quando havia dias certos para o namoro, o aeroporto do Porto - então Pedras Rubras - era um espaço que escolhíamos para umas horas da tarde de domingo. Havia uma sala grande e com muita gente donde víamos os aviões enquanto lanchávamos.  No tempo atual, isso seria impensável.

Íamos então ver os aviões - agora tão criticados por ativistas climáticos, os que atiram tinta e os que a utilizam para fins mais comuns.

O aeroporto do Porto -  muito mais moderno e de nome Francisco Sá Carneiro - é, para mim, um local de muita alegria, quando, por exemplo, a minha filha e família chegam; um lugar de ansiedade, quando o avião que eu espero se atrasa muito; um sítio de algumas dores de barriga antes de partir; um espaço de regresso após consolos revisitados, etc

Um aeroporto pode representar, de facto, inúmeros estados de alma; para mim, sempre mais tranquilos às chegadas do que nas partidas.

Desde o tempo em que se ia ver os aviões até agora, foi toda uma vida. Os aviões eram bem menos e também o número de pessoas que viajavam. Confesso que ainda sinto algum fascínio quando vejo levantar ou aterrar um avião, embora saiba que não será um meio de transporte sustentável.  Porém, e pondo os pés na terra, muitas vezes, as alternativas são difíceis, porque o tempo perdeu a lentidão de uma tarde de namoro ao domingo, em que se ia ver os aviões.

 


14 comentários:

  1. Cada tempo tem o seu hábito e forma. Nem melhor nem pior. Apenas diferente.
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    Saudações cordiais. Domingo feliz
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    Pensamentos e devaneios poéticos
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    1. E vamo-nos adaptando, para nosso equilíbrio. Ter uma atividade que dê prazer também ajuda.
      Boa 5ª f, Ricardo

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    1. Bom dia, Cidália. Esta dupla tem músicas muito engraçadas, falando de coisas do dia a dia.
      Um beijinho e que tudo esteja a correr bem.

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  3. Gostei de saber que no Porto se namorava no aeroporto. Em Lisboa as empregadas domésticas que ali serviam também iam ao aeroporto ver os aviões, aparelhos que eram completa novidade para elas. Não namorei a ver aviões, nem recordo passeios durante o namoro. mas, ao invés da Maria Dolores, sou adepta das partidas e muito pouco das chegadas. Partir é ir à aventura, ver coisas novas e bonitas, não me preocupar com refeições, atirar fora as preocupações diárias; chegar é voltar ao conhecido. E, embora a casa me receba prestimosa e esteja no mesmo lugar, torna-se um bocadinho melancólico. Penso sempre: quando será que parto de novo. E ando tão pouco de avião.
    Boa semana

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    1. Bom dia, Bea
      De me desligar por uns dias das tarefas normais e (quase) obrigatórias, também gosto - se gosto! - e de ver novos ambientes também, mas, habitualmente, também me agrada chegar. O que vivi já cá está e, se houver uma próxima, ainda melhor. Se não houver, paciência, mas ficam pontas que podem ser retomadas de muitas formas.
      Um abracinho, Bea, e um dia com descobertas - que não precisam de ser grandes para serem boas.

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  4. É impensável viver sem aviões.
    Mas, no futuro, creio que serão propulsionados a hidrogénio ou outra energia verde.
    Também gosto de os ver pousar e levantar...
    Uma ótima semana.
    Beijinhos.

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    1. Bom dia, Jaime
      Ah, quando isso acontecer será bem bom e todos ficam a ganhar, incluindo, claro, a natureza.
      Um beijinho e uma 5ª f feliz

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  5. Mais um excelente tópico Maria Dolores, como compreendo bem o seu prazer nas "chegadas" para ver sua filha, neta e genro embora minha filha ainda habite connosco.
    Mas também sinto toda a emoção da Bea nas "partidas" pois também as compartilho e relembro sempre aquele dito popular: para onde vais Maria?; para a festa, senhora (voz alegre); de onde vens Maria?; da festa senhora (voz triste)!!

    Passeios durante o namoro há sempre, nem que seja à pastelaria do bairro, ao cinema, à praia, à eira ou ao pinhal no fim do povoado. Mas também pode um dos namorados estar acamado, mas durante o namoro todo? Bem, por aí já não me meto.
    Mas o namorico no aeroporto é de truz Maria Dolores (deixe-me adivinhar se o consorte é comissário ou piloto) :))
    Não me leve a mal, uma boa tarde e obrigado por este bocadinho.

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    1. Bom dia, Joaquim
      Sim, é uma maravilha ir ao aeroporto e ver a minha neta a chegar muito feliz e a correr na nossa direção.
      Espero em breve ter esse prazer, tal como espero que haja Paz nos aeroportos.
      Ao ânimo de ir para a festa e ao cansaço da chegada sempre lhe achei graça e continua por cá a ser dito.
      Compreendo bem o ponto de vista da Bea, porque partir traz mais desejo de descoberta do que chegar. Eu devia estar a pensar no desconforto (leia-se medo) que é para mim andar de avião.
      Sobre a profissão da pergunta, julgo que quem trabalhava nos aviões já não teria vontade de passar umas horitas da tarde de domingo no aeroporto! Talvez quisessem era um lugar onde nem se vissem nem ouvissem aviões!
      Um dia feliz, Joaquim, a namorar a vida, o que também sabe bem.

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  6. Os tempos são outros e tudo é passível de mudança.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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  7. Bom dia!
    Sim, muita mudança. Já Luís de Camões, no séc XVI, o lembrou num dos seus sonetos:

    'Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
    Muda-se o ser, muda-se a confiança,
    Todo o mundo é composto de mudança
    (...)'

    Um dia a escrever-se bem, Jovem Jornalista.

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  8. Gosto muito desta música...vou ouvir
    um beijinho e uma boa noite

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  9. Olá, Gábi
    Também gosto. Nunca vi nenhum concerto destes músicos, mas se fosse, não deixaria de cantar com a multidão.
    Um beijinho e boa semana

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