“Meu filho: onde vais que tens do rio o caminhar?” Não espreites a estrada, mãe, que eu nasci onde o tempo se despenhou. “Meu filho: onde te posso lembrar se apenas te dei nome para te embalar?” Mãe, minha mãe: não te pese saudade que eu voltarei sempre como quem chega do mar. “Meu filho: onde te posso nascer se meu ventre seco nunca ninguém gerou?” Mãe, nascerás sempre na pedra em que te escuto: a tua ausência, meu luto, teu corpo para sempre insepulto. Mia Couto
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