segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Comemorar com papoila ao peito

 Este fim de semana, e não só, com certeza, chamava a atenção o uso de uma papoila vermelha na lapela por muitos homens e mulheres. 
Havia-as de muitos materiais: cartolina, crochet, tecido...
Vi, depois, que várias instituições produzem-nas e vendem-nas para, assim, ajudar 
famílias de vítimas da I Guerra, cujo final é celebrado em diferentes países.

Hoje,  no Expresso Curto, é explicada a origem do uso das papoilas:

"Desde 1921 que se usam papoilas de cartão ao peito para honrar os caídos da guerra. A delicada flor vermelha foi escolhida por ser, pese embora a sua aparência frágil, a primeira a reflorescer depois de um campo ser arrasado pela guerra. Foi a professora americana Moina Michael quem promoveu a utilização das papoilas, vendidas para angariar fundos para os veteranos de guerra, inspirando-se no poema “Nos campos da Flandres”, escrito pelo tenente-coronel e médico canadiano John McRae, em 1915, em memória de um amigo morto na batalha de Ypres. Vale a pena reproduzi-lo na íntegra, em tradução livre do signatário destas linhas.

Nos campos da Flandres as papoilas florescem
Entre as cruzes, fila por fila,
Que marcam o nosso lugar; e no céu
As cotovias ainda cantam, bravas, voam
E mal se ouvem por entre os canhões lá em baixo.

Somos os Mortos. Há poucos dias
Vivíamos, sentíamos a madrugada, víamos o brilho do sol poente,
Amávamos e éramos amados, e agora jazemos
Nos campos da Flandres.

Prossigam o nosso combate com o inimigo:
A vós lançamos, de mãos que esmorecem,
A tocha; que seja vossa e que a ergais alto
Se trairdes a fé dos que morremos
Não dormiremos, ainda que as papoilas cresçam
Nos campos da Flandres."

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