sábado, 20 de outubro de 2018

E às vezes dizemos que "são todos iguais"!

Não, não estou a falar dos políticos, mas de alguém que emigrou há dois anos, após a morte da mãe. O pai trabalhava em França e arranjou-lhe trabalho na construção civil, mas que se arranjasse sozinho a partir daí.
Quando pôde, veio passar uns dias de férias em casa de uma tia que, após ficar desempregada, andava sempre deprimida e encharcada de medicamentos.
Ele interrogava-se se valia a pena ter vindo porque a tia dormia de dia e vagueava pela casa de noite, continuando sozinho.
Um dia, foi à procura de amigos, mas não os encontrou. Chegou a casa, a tia estava acordada e começou-lhe a falar da morte da mãe e dos defeitos do pai até adormecer, com os olhos meio abertos. O rapaz foi ao frigorífico, bebeu toda a cerveja que havia, pôs-se a falar muito alto, acordou os vizinhos que vieram ver o que se passava e se era preciso alguma coisa.
O rapaz, que tinha acabado de fazer dezoito anos, chorava e dizia que só precisava de amor.

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