8 – Quando Domingos entrou em casa,
foi logo procurar o telemóvel. Abriu-o. Duas chamadas e uma mensagem de Flor.
Que tinha chegado bem. Que o pai, ao vê-la, tinha ficado feliz. Que lhe dissesse
o que se passava com ele porque não respondia.
Domingos
logo marcou o número.
“Sim?
Flor, desculpa por não ter atendido nem respondido à mensagem.”
“
Porquê? Não ouviste?”
“Fui
fazer uma caminhada e demorei mais tempo do que contava”.
“Foste
até à eternidade?!”
“Não
estejas zangada, Flor. Fui às Antas”.
“Havia
algum motivo especial para lá ires? Nunca lá fomos nem mostraste vontade de ir.
“Precisava
de caminhar, Flor. Quando regressas?”
“Ainda
não sei, porque encontrei muita coisa à minha espera”.
“Fazes-me
tanta falta, Flor”.
“O
meu pai diz o mesmo e quero vê-lo um pouco mais feliz. Amanhã, falamos de novo.
Pode ser? Estão a bater à porta”.
“Até
amanhã, Flor. Deixa-me só dizer-te uma coisa que poucas vezes disse ao longo da
minha vida: amo-te, Flor”.
“Até
amanhã, Domingos. Tenho mesmo de ir abrir a porta”.
(Continua,
com Domingos olhando os quintais vizinhos e ouvindo o eco das suas últimas
palavras).
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