sábado, 26 de outubro de 2013

Branca Flor na Biblioteca





O primeiro texto referido na apresentação do livro Branca Flor:

Biblioteca Municipal, 26 de out. 2013

Muito obrigada, Clementina, pelo convite que me fizeste para estar aqui e parabéns pela publicação do teu livro Branca Flor.
Saúdo também a mesa pela amizade que nos une e pelo gosto comum da leitura e da escrita, assim como cumprimento todos os presentes.
 Acrescento que é sempre um prazer estar aqui na Biblioteca Municipal de Gondomar.
Há mais de 20 anos que oiço falar desta história.
Comecei a ouvir falar dela quando as minhas filhas andavam na escola primária e a minha filha mais velha era aluna da Clementina.
A Ana chegava a casa e dizia com ar feliz: hoje a Clementina contou mais um bocadinho da história do Manuel.
É curioso que tenho memória de ter ouvido mais vezes o nome de Manuel do que de Branca Flor, apesar de ser esta personagem feminina que encontra muitas soluções para as dificuldades que ocorrem a cada passo.

E eu, que também sempre gostei de ouvir e ler histórias, ficava interessada pelo reconto que me ia chegando, através da minha filha, sendo sempre realçado o modo de contar da professora.
Mais tarde, durante uma viagem, que fizemos com as nossas famílias, recordo-me de ouvir a Clementina contar a história às crianças, enquanto seguíamos num percurso longo de autocarro. E nós, os adultos, ficámos calados, ouvindo a história, assim como os outros viajantes dos lugares  próximos.
Foi, portanto, com muita alegria, carinho e emoção que ouvi da Clementina que ia publicar Branca Flor e quando vi a história escrita, ilustrada e em livro.
Por estes dias, falando com as minhas filhas sobre a narrativa, passados mais de vinte anos, vejo que se mantém o encantamento pela forma como a história de Manuel e Branca Flor era contada na sala de aula ou noutros contextos. As palavras encantatórias faziam com que os ouvintes acompanhassem, em imaginação, o jovem casal através de montes e vales à procura de soluções para vencerem os obstáculos que, malevolamente, iam surgindo. A viagem imaginária ainda hoje continua.
E muitos alunos da Clementina foram ouvindo, ao longo dos anos, a história, por certo com o mesmo entusiasmo e sedução.
 
 Apesar de eu não ter conhecido Diamantino, que deu origem à divulgação deste conto, quase o imagino a contar a história de Branca Flor, enquanto Clementina, ainda menina, a escutava com interesse e atenção.
A referência a esse homem, de pouca instrução, pode ser também uma homenagem a muitos contadores de histórias que vivem de forma anónima, mas que vão deixando boas sementes pelos caminhos por onde passam.
 Crianças que ouviram a estória de Branca Flor estão cá hoje. Alguns já não são meninos e histórias como estas ajudaram, com certeza, a formar a sua personalidade.
As boas histórias, contadas oralmente ou por escrito, também aproximam as pessoas e convocam humanos sentimentos.
A vida uniu Manuel e Branca Flor e a sua história reuniu todos os que aqui estamos.
Para escrever o seu texto, a Clementina teve de escolher e cuidar das palavras, mantendo, no entanto, a vivacidade e o ritmo da tradição oral. As belas ilustrações completaram a obra de arte à qual agora todos temos acesso.
Neste momento, só me resta agradecer, mais um vez, o convite para estar aqui e, sobretudo, poder ler e ouvir a história em qualquer altura.  
Parabéns à Clementina pela escrita de Branca Flor; a Aurélio Mesquita pela ilustração; ao João Carlos, da Editora Lugar da Palavra, pela publicação.
Boas leituras e muito obrigada a todos.
DG



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