domingo, 18 de outubro de 2015

Notas em domingo de chuva

Tenho estado a corrigir composições de alunos. E dei comigo a escrever umas pequenas notas, no final de cada texto. Apreciações sobretudo a nível do conteúdo, porque, quanto à forma, lá estão as cruzinhas, os sublinhados, os tracejados...

    Conheço quase todos do ano anterior. Parece que os oiço, ouvindo a chuva que cai do pesado céu de chumbo desta tarde de domingo de outubro. Escrevendo é como se dissesse as palavras que, na aula, não há tempo de transmitir. Porque são muitos os alunos, porque parece tempo que se está a perder, porque passa logo a haver mais barulho e diálogo paralelo... Para não falar de "Ó setora, posso abrir a janela? Ó setora, posso ir à casa de banho? Ó setora, pode abrir a porta por causa do calor? 

Para não falar de "Não sabes que não podes ter o telemóvel durante a sala de aula..."

E o dia, hoje, proporciona-se. É domingo, está a chover e o tempo disponível não empurra com as pressas da velocidade voraz do relógio. Desliguei a televisão. Talvez ligue o rádio, mais tarde. Falar-se-á da "Escritaria" em Penafiel e que, este ano, celebra a vasta obra de Mário Cláudio? Gostava.

    Não releio as notas que escrevi. Amanhã, cada um dos alunos lê-las-á na aula. Uns, de forma mais emotiva; outros , com mais diferença. Nem a chuva cai sempre da mesma forma

sábado, 17 de outubro de 2015

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Um livro que quero ler


 O que escreveu, hoje, Valdemar Cuuz, no Expresso Curto, a propósito de Astronomia, último livro de Mário Cláudio:

"O QUE ANDO A LER E OUVIR
Entrei há dias em "Astronomia", o novo romance de Mário Cláudio. É uma autobiografia ficcionada, o que desde logo sugere um novo e estimulante desafio para o leitor. Após a exaustiva biografia de Tiago Veiga, um poeta imaginário, o escritor aventura-se agora pelo mundo do real, mas através de uma construção narrativa toda ela ancorada em processos ficcionais para os quais, pelo menos na primeira parte, a que estou a ler, são convocadas as histórias do Romanceiro, contos e ditos populares, ou as personagens fantásticas criadas por escritores como Hans Christian Andersen, os irmãos Grimm ou Charles Perrault".


Apetece "O Silêncio"

Emília Nadal

O Silêncio


Quando a ternura
parece já do seu ofício fatigada,

e o sono, a mais incerta barca,
inda demora,

quando azuis irrompem
os teus olhos

e procuram
nos meus navegação segura,

é que eu te falo das palavras
desamparadas e desertas,

pelo silêncio fascinadas.

Eugénio de Andrade, in "Obscuro Domínio"

domingo, 11 de outubro de 2015

Amsterdam

Amsterdam - hoje

sábado, 10 de outubro de 2015

Gabriel Garcia Marquez

Casa do escritor em Cartagena - Colômbia

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Vindos do Nepal

Falta de fuel, a quanto obrigas!

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Trecking nos Himalaias

 


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Confiança

Amadeo Souza Cardoso
O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...

Miguel Torga

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Belo outono



Belo Nepal


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Nepal - Kathmandu


terça-feira, 29 de setembro de 2015

Olhares da Índia - hoje



segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Do "Expresso Curto" de hoje

"Por cá, alguém que não conhecesse o país suporia que foi o PS que esteve no Governo nos últimos quatro anos. Da direita à esquerda só se discute o PS, o programa do PS, as promessas do PS, os cortes na segurança social do PS, o acordo da troika que o PS assinou, o plano secreto que o PS tem para se aliar à CDU e ao BE para não deixar o centro-direita governar. A coligação Portugal à Frente acusa o PS de criar instabilidade e insegurança, a CDU e o BE acusam o PS de subscrever as políticas da direita.

E ninguém debate os últimos quatro anos, os 485 mil emigrantes que vão de engenheiros, economistas e médicos a investigadores, enfermeiros e bombeiros, os cortes nos salários da Função Pública e nas pensões dos reformados, a desmotivação completa dos funcionários públicos, o desemprego, o emprego que está a ser criado (90% é precário), os 50% de portugueses que ganham menos de 8000 euros por ano, o facto de estarmos a trabalhar mais 200 horas por ano e a ganhar em média menos 300 euros, o descalabro na educação (com o silêncio ensurdecedor de Mário Nogueira e da FESAP, ao contrário do que aconteceu quando Maria de Lurdes Rodrigues era ministra da Educação), a miséria que se vive no Serviço Nacional de Saúde (onde muitos profissionais são obrigados a comprar luvas ou a fazer garrotes com material improvisado), os medicamentos que faltam nas farmácias e só estão disponíveis daí a dois dias, a machadada que levou a ciência e investigação, os problemas que se continuam a verificar na justiça, a inexistência de respostas ao envelhecimento da população (em 2014 já havia mais de 4000 pessoas acima dos 100 anos em Portugal e há 595 mil portugueses com mais de 80 anos), a irrelevância do ministro dos Negócios Estrangeiros, a fragilidade da ministra da Administração Interna, as múltiplas garantias de Passos Coelho que foram sempre desmentidas por decisões do próprio Passos Coelho, o programa da coligação que não se discute porque não existe, etc, etc."

(...)
            Nicolau Santos

domingo, 27 de setembro de 2015

Índia, Delhi - ontem




sábado, 26 de setembro de 2015

Boris Vian- Le déserteur

Obrigada, Ana (Cardoso), 
por teres recordado esta canção!
Monsieur le Président
Je vous fais une lettre
Que vous lirez peut-être
Si vous avez le temps
Je viens de recevoir
Mes papiers militaires
Pour partir à la guerre
Avant mercredi soir
Monsieur le Président
Je ne veux pas la faire
Je ne suis pas sur terre
Pour tuer des pauvres gens
C'est pas pour vous fâcher
Il faut que je vous dise
Ma décision est prise
Je m'en vais déserter

Depuis que je suis né
J'ai vu mourir mon père
J'ai vu partir mes frères
Et pleurer mes enfants
Ma mère a tant souffert
Elle est dedans sa tombe
Et se moque des bombes
Et se moque des vers
Quand j'étais prisonnier
On m'a volé ma femme
On m'a volé mon âme
Et tout mon cher passé
Demain de bon matin
Je fermerai ma porte
Au nez des années mortes
J'irai sur les chemins

Je mendierai ma vie
Sur les routes de France
De Bretagne en Provence
Et je dirai aux gens:
Refusez d'obéir
Refusez de la faire
N'allez pas à la guerre
Refusez de partir
S'il faut donner son sang
Allez donner le vôtre
Vous êtes bon apôtre
Monsieur le Président
Si vous me poursuivez
Prévenez vos gendarmes
Que je n'aurai pas d'armes
Et qu'ils pourront tirer


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Fernando Pessoa numa rua da Bulgária


Obrigada, Sofia, pela partilha das fotos: 
Fernando Pessoa e o início do poema "Tabacaria" do seu heterónimo Álvaro de Campos.

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo

..."

"Cafetero" na Colômbia

                
         
                     
                 
                               Obrigada, F.

domingo, 20 de setembro de 2015

Em breve outono




quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Filipa Leal

Jane Aukshunas

Douro

Não sei se prefiro o rio
ou o seu reflexo nas janelas espelhadas.

De um lado
os barcos ancorados, do outro lado:
barcos — na imediata memória das âncoras.
Deste lado, o porto, ou o cais,
contracenando com a sua própria inexistência
daquele lado.

Existirá aquele rio nos espelhos?
Poderá este subsistir sem as janelas?

Sou dourada como os peixes que te
desabitaram. E, do outro lado, sou
desabitada.

Leal, Filipa, Talvez os Lírios Compreendam, Porto: Cadernos do Campo Alegre / 8, 2004

Resultado de imagem para filipa leal poemas