sábado, 21 de junho de 2014

Para bandeirinhas de S. João (?)




Ó meu rico S. João
Ó meu rico S. Joãozinho
Dá a todos saúde e amor
Sem esquecer o dinheirinho

És um alegre santo
E mesmo assim és muito rico
Porque espalhas alegria
Com perfume a manjerico

É regar e pôr ao luar
Diz o povo e com razão
O manjerico aquece os sentidos
Como a sardinha faz ao pão

As crianças olham alegres
Para os balões a subir
Olham para a sua luz
Sem pensar que vão cair

Ó meu rico S. João
Eu não sei o que dizer
O país anda prà frente
Ou está a retroceder?

A erva cidreira espera
Ir dançar no bailarico
Também sabe fazer festas
Não é só o manjerico

A Troika trocou as voltas
E tantas trocas (des)fez
Os que só recebem trocos
Decidem partir de vez

Eu gosto do S. João
E da festa que ele traz
Parece muito inocente
Mas é crítico e mordaz




Aquele balão vai subindo
Parece ter asas e voar
Mas a lua vai pensando
Que a si não pode chegar

O martelinho bate bate
E dá cor a muitas ruas
E quem com ele bate
Também vai fazendo das suas

A sardinha assada na brasa
No S. João não pode faltar
Saborosa e gordinha
Põe-se na broa a pingar

Ó meu rico S. João
Andamos desanimados
Traz-nos mais animação
Mas sem salários cortados

Vou-te fazer uma pergunta
Ó meu rico S. João
Se aqui manda Portugal
Ou se é o governo alemão

Se eu te soubesse dizer
O que da alma me não sai
Ó meu rico S. João
Até darias um ai

Nas ruas do Porto a folia
Começa cedo a crescer
E só quando nasce o dia
É que começa a morrer

Andam dúvidas nos portugueses
Mais do que balões no ar
Se é mentira ou verdade
O que se ouve jurar



sexta-feira, 20 de junho de 2014

S. João, pois então!



O Porto cheirava a S. João
Ontem mesmo pela noitinha
E na praça da Batalha
Já não faltava tendinha

E havia nas varandas
Muita bandeirinha colorida
Cenário de sardinha assada
No pão a pingar de bem nutrida

O visor da farmácia
23 graus apontava
Se de junho o dia fosse 23
Já muita gente dançava

E no Teatro ao lado
Também de nome S. João
Viu-se a peça O regresso a casa
Com Perry de nome próprio João

Questões de género e poder
Sobem a este Teatro restaurado
Peça escrita por Harold Pinter
E por Jorge de Silva Melo encenada

Cá fora, o regresso aos cheiros
Mostrava o sabor da variação
São muitos os palcos da vida
Mas que nunca falte o da festa de S. João

E um vaso de manjerico
Eu hoje quero comprar
O género é em perfume muito rico
E o poder vem da água e do luar!

terça-feira, 17 de junho de 2014

In this moment

        

The day after



Hoje, 17 de junho, dou comigo a (re)pensar no ano letivo, que está a terminar.
Como sou um ser comum, ocorrem-me palavras comuns: parece que foi ontem que começou e já estamos no fim.
Turmas que eu não conhecia, uma outra que já trazia do 10º ano. Esta última com exame do 12º ano. Amanhã. Meninos, atenção aos argumentos. E aos exemplos. Apresentem-nos com objetividade e clareza. Não escrevam nas margens. A letra deve ser legível. Não se esqueçam de dividir o texto argumentativo em parágrafos. A estrutura também conta. Não escrevam frases demasiado longas, perdem a coesão. Aproveitem o tempo. Deem o máximo. Têm dúvidas?... Ficarei muito feliz se tiverem bons resultados. E vocês também, é claro. E os vossos pais. Não venham para o exame sem tomar o pequeno-almoço…
As turmas do 10º ano: tão diferentes. E tão iguais na alegria, nos sonhos, no entusiasmo: Ai que fixe, setora, irmos ao Parque dos Poetas. E solidários, quando tantas vezes parecem esquecidos os valores: ó setora, estamos consigo.
As idas frequentes ao hospital para estar contigo. Para te dar algumas refeições. Para saberes que estava sempre contigo e que compreendia as tuas dores. Para além de termos nascido do ventre da nossa mãe, tínhamos gostos comuns: sobre livros, sobre lugares, sobre filmes, sobre políticos, sobre o clube de futebol…
Estava contigo quando o fio da vida se foi apoucando até se romper. Foi numa tarde de maio, havia muita luz lá fora e, de repente, o tempo ficou quieto pela inquietude de tantos porquês.
O livro de contos que vi amadurecer. Como planta que se semeia e, sempre acompanhada, ajudamos a dar frutos. Histórias com um livro dentro foi uma das meninas dos olhos da nossa Oficina de Língua da ESG, porque reúne contos de alunos, professores, funcionários e encarregados de educação. E desenhos de meninos do 7º ano. E muita colaboração. E muito brilhozinho nos olhos.
Nos últimos dias, as reuniões de avaliação. Estarei a ser justa? Estarei a ajudar a abrir caminhos para que cada aluno se vá desenvolvendo como um ser humano feliz e útil à sociedade?
E já hoje é outro dia.

domingo, 15 de junho de 2014

Há pouco

... vi, no Porto Canal, Ana Capicua (não conhecia) a ser entrevistada por Valter Hugo Mãe.
É autora de letras, de músicas e de muito mais.
 Falaram do último CD. dela. Procurei-o na net e, como gostei, partilho-o aqui e agora.