Conheço casas com jardins ou quintais - ainda que pequenos - onde há uma mesa, uns bancos, mas onde ninguém descansa um pouco ou desfruta das plantas que estão à volta, do céu que nunca se esconde, mesmo com nuvens, não aproveitando nunca esses bens simples e bons.
Esses bancos, onde as pessoas se podiam sentar tranquilamente de vez em quando para manterem ou recuperarem energias, servem muitas vezes para pousar coisas utilitárias que podiam viver noutro lugar e deixar aquele espaço mais livre e mais convidativo. E mais bonito.
Muitas vezes, as pessoas têm as coisas, mas não lhes cumprem a função. Parece que é pecado parar e não fazer nada de vez em quando, se o corpo e a alma pedem um pouco de repouso, ou simplesmente apetece e a paragem a ninguém prejudica.
Parar quando se pode também é preciso, sem culpas nem receios de lembrar a preguiça. E a preguiça, cujo peso pecaminoso se foi esbatendo com o tempo, também pode ser necessária para o equilíbrio humano.
E se se tem um banco no jardim ou no quintal, por que não dar-lhe uso? São dois em um e quem o faz fica a ganhar. E também quem está à sua volta, incluindo as plantas se as houver. Parando um pouco, ouvindo sons da natureza, cresce a atenção aos pormenores e àquilo que escapa quando a pressa e a azáfama não deixam ver as diferentes cores e muito menos as tonalidades.
Ter as coisas e não as usar também é desperdício e, cada vez mais, temos de as ulilizar o melhor possível. Sobretudo quando não custa nada.