sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Em dia em que a Educação sai mais à rua!


 Ontem, recuperei um texto de 2011, hoje, partilho outro texto de 2013.
Prefiro, sem dúvida, posts sem azedume, mas se até a amêndoa amarga é natural!!

Oxalá os problemas atuais ligados sobretudo
 à contagem do tempo de serviço docente se resolvam quanto antes, 
porque é nocivo tanto cansaço em Educação.



Dr MST, are you a clown?

Dr MST, leio, habitualmente, as suas crónicas no Expresso. A minha opinião em nada lhe poderá interessar, mas, mesmo assim, quero dizer-lhe que aprecio as suas crónicas e os seus comentários na televisão. Também li dois dos seus livros: Equador e No teu deserto. Gostei muito.

No que diz respeito aos professores, acho que você (desculpe não dizer DR, mas você utiliza muito esta forma de tratamento e se a usa é porque está correta) deve ter um problema muito mal resolvido. Claro que todos têm coisas mal resolvidas, mas quando digo “todos” refiro-me aos comuns mortais, coisa demasiado pequenina para quem tão grande ego tem.

Na crónica “Os novos tempos”, do Expresso de 15 de junho 2013, você elogia a sua professora primária, a D. Constança, e boas razões tem para tal:

“Éramos uns 80 alunos, da 1ª à 4ª classe, todos juntos na mesma e única sala de aula da escola”;

“A escola não tinha um vigilante, um porteiro, uma secretária administrativa. Ninguém mais do que a D. Constança…”

E não era preguiçosa nem mariquinhas:

“Se porventura adoecesse, ou se na aldeia houvesse, que não havia, um médico disposto a passar-lhe uma baixa psicológica ou outra qualquer quando não lhe apetecesse ir trabalhar, as 80 crianças da aldeia em idade escolar ficavam sem escola”.

Dr MST, não duvido das suas palavras, mas estariam realmente as 80 crianças na mesma sala? Ou então eram todas tão magrinhas, devido à miséria da época, que ocupavam pouco espaço. Não me diga que você tinha um lugar melhor, como acontecia nesse tempo! Se assim foi, então não vale!

Não duvido de nenhuma palavra sua, nem mesmo quando confundiu filatelia com filantropia, num dos comentários da SIC. Nem sei até se dessa vez os editores foram logo a correr mudar os dicionários, porque da sua boca e da sua mão só saem verdades.

Peço-lhe desculpa de voltar atrás, mas, se calhar, a história dos 80 alunos na mesma sala não foi bem assim. Quem sou eu para não acreditar, mas você, na mesma coluna do jornal também diz:  “não me lembro se tinha ou não casas de banho, mas sei que não tinha qualquer espécie de aquecimento contra o frio granítico, de Novembro a Março…”

Se não se lembra de umas coisas também pode esquecer ou confundir outras, não acha? Quanto ao frio, realmente não havia necessidade de aquecimento. Então, com 80 crianças todas juntas numa sala há lá frio que resista? A menos que os meninos faltassem à escola ou fossem trabalhar para os campos, como também era frequente.

Não sei se o Ministério vai até aproveitar a sua ideia e pôr 80 alunos por sala. A poupança será colossal. E se os professores disserem que não aguentam e as salas também não, você dirá do seu pedestal ou a conduzir o seu jeep rumo a exótico destino: “Ai aguentam, aguentam”! E você tem a prova: a D. Constança aguentou.

Mas confesso que sinto uma certa ternura pela D. Constança. E sabe porquê? Porque ainda há muitas donas constanças, no masculino e no feminino, que você não conhece, porque vai quando quer para o Deserto e nem se apercebe que há muitos oásis dos quais ninguém fala nem escreve.

Gostava de o ver com trinta e tal alunos (não digo 80 porque não sou vingativa como parece estar na moda) numa sala de aula. E olhe que eu sempre me dediquei aos meus alunos!

Sobre a greve aos exames, você recomenda aos professores: “… tenham pudor”. E como explica sempre tudo muito bem, cumpre a regra de juntar exemplos aos argumentos: “um cirurgião não resolve entrar em greve quando recebe um doente já anestesiado”…

Mais uma vez, você confundiu ou então estava com pressa e nervoso por não poder fumar um cigarro e comparou alhos com bugalhos para despachar. Tenha pudor, digo eu. Não tome a árvore pela floresta, nem um pedaço de areia por todo o deserto.

      Quando assim é, você parece um clown, a sad clown.


quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O Dunas


Hoje, dia em que se fala muito dos animais, e ainda bem,
partilho de novo um texto que publiquei aqui, em 2011.
É sobre o Dunas, um cão que viveu connosco mais de uma dezena de anos
e que deixou muitas saudades.

Há dias escrevi um pequeno texto sobre o Dunas, o nosso velho cão labrador. Dei-lhe o título: “Tal como eu”. Se o escrevesse hoje, infelizmente teria de pôr os verbos no passado. O Dunas partiu numa noite sem luar no início deste mês de Agosto.
Ficou(-me) a sua alegria segura e serena quando abanava a cauda bebendo água, vendo a comida, recebendo festas, tendo companhia, entrando no carro para ir passear...
O seu nome foi escolhido porque o pelo fazia lembrar dunas claras e macias. No verão, em Mindelo, gostava de correr na praia e subir as dunas. Sempre a abanar a cauda, sabia entregar-se - com certeza como qualquer cão - a momentos de felicidade simples e livre.
Quando era mais novo e estragava qualquer coisa, mostrava um olhar de arrependimento, baixando a cabeça e parecendo pedir desculpa. Era inteligente se é inteligência compreender os seres humanos e saber adaptar-se a eles.
Dava mais do que pedia. Sempre disponível e à espera que os donos chegassem. Entrando em casa, deitava-se na carpete da entrada, suspirava tranquilo e adormecia.
Perante a sua placidez, dizíamos muitas vezes: “meu bom cão”. Parecia não querer incomodar, apesar de gostar de conviver. Não sei se foi coincidência ou não, mas foi breve o tempo que antecedeu a partida.
Ao texto anterior sobre o Dunas dei o título “Tal como eu”. Corrijo agora: “ Melhor do que eu”.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Em Dia de (cada vez mais necessária) Não Violência



"Não quero que minha casa seja cercada por muros de todos os lados e que as minhas janelas esteja tapadas. Quero que as culturas de todos os povos andem pela minha casa com o máximo de liberdade possível."

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Charles Aznavour - Adieu?


Charles Aznavour - La Mama

Charles Aznavour - Que c´est triste Venise

João Gil e Ana Mesquita - A música também é imagem

No Dia Mundial da Música


A música das estrelas


As estrelas também cantam
Cantam uma canção de embalar
sobre uma estrela que caiu
no fundo do mar


Melhor lugar não há
para ouvir essa canção
do que deitado na relva
numa noite de Verão

Jorge Sousa Braga 


 Enviado pelo Clube das Histórias

 clubecontadores@gmail.com

Nós e a Música! Boa notícia!

4 Qui Out · 21:00 Entrada Livre
Via Direcional (junto ao Lidl)


Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música
Pedro Neves
direcção musical
Obras de Chabrier, Mejía, Moncayo García, Ravel, Falla, Carneyro, Ginastera e Márquez


"Os ritmos latinos dominam este programa sinfónico que a Casa da Música apresenta num concerto de entrada livre em Gondomar. São grandes êxitos das salas de concerto que contagiam qualquer um, mas são também obras-primas da música orquestral criadas por compositores que se deixaram seduzir pela riqueza das músicas populares. Do cante jondo espanhol ao malhão português, passando pelo danzón de origem cubana saído da pena de um compositor mexicano, esta é uma viagem que atravessa também outras paragens da América do Sul e tem um dos seus mais fortes atrativos no arrebatador Bolero de Maurice Ravel".

sábado, 29 de setembro de 2018

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Enquanto o mês não termina

Van Gogh

 

Pequena Elegia de Setembro

Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.

Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de setembro.

Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?

Queria falar contigo,
Dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.

Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?

Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.

Eugénio de Andrade, in 'Antologia Poética'

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Doce transformação


Helena Almeida - A Obra/O Corpo que fica



Produziu a sua obra ao longo de 50 anos.
Vi, há uns dois ou três anos uma exposição da sua pintura em Serralves. Chamava-se "A minha obra é o meu corpo/ o meu corpo é a minha obra". Belo título para uma Vida dedicada à Arte.
Morreu ontem aos 84 anos, mas a sua obra, através do corpo, não. Felizmente.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Natal? Já?



Coletânea LUGARES E PALAVRAS DE NATAL 

Regulamento :

1. O prazo de inscrição para participação na coletânea LUGARES E PALAVRAS DE NATAL e envio de textos decorre até 29 de outubro de 2018.



2.Os textos devem ser enviados em suporte  informático  (tipo Word) e remetidos para editora@lugardapalavra.pt



3. Serão admitidos textos do género lírico (poemas) e narrativo (contos).



4. Cada autor poderá participar com um ou vários textos, que pode(m) ocupar até um máximo de quatro páginas, sendo que cada página corresponde a um conjunto  de 1700 caracteres (incluindo espaços) ou 1400 caracteres (sem espaços), para os contos, ou 30 linhas de verso (incluindo espaços de transição de estrofe e eventuais versos demasiadamente longos).



5. A ordem de publicação obedecerá a um critério a definir, posteriormente, pela organização.



6. Os autores podem utilizar pseudónimo, embora sejam obrigados a identificar-se e o seu nome ser incluído na breve biografia a constar do livro.



7. Os autores devem enviar uma curta nota biográfica, que será publicada, com um máximo de 600 caracteres, incluindo espaços.



8. O tema de todos os textos é o Natal e/ou os valores à data associados.



9. No caso de a organização entender que o número de participantes não é suficiente para a edição do livro, os textos serão publicados on.line no site da editora Lugar da Palavra, em  www.lugardapalavra.pt
e enviado um exemplar em formato pdf a todos os participantes. A organização é soberana na seleção dos textos a incluir na obra.


10. A obra estará disponível em vários pontos de venda, com um preço de venda ao público (PVP) a definir em função do número de páginas.



11. Todos os textos serão alvo de revisão, com vista a apresentar um trabalho da maior qualidade possível, comprometendo-se, obviamente, a organização a nunca desvirtuar o original do autor.



12. Os participantes disponibilizam os seus textos exclusivamente para a presente publicação, sendo-lhes obviamente reconhecido o seu direito de autor (pelo qual assumem essa responsabilidade), mas não serão pagos quaisquer direitos patrimoniais. Ou seja: o participante envia textos da sua autoria (se já publicados, com a respetiva autorização competente) e cede-os exclusivamente para o fim em questão, não resultando da sua publicação a obrigação da editora de pagamentos de direitos patrimoniais ao autor.



13. A participação implica a aceitação de todos os termos do presente regulamento.



14. Os casos omissos serão resolvidos pela organização.


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

"Mimos de Novembro" - Convite à participação


Mimos de Novembro
Antologia Poética 2018

A Mimos e Livros continua a celebrar a Poesia e quer comemorá-la consigo!
Vamos publicar nova Antologia Poética: MIMOS DE NOVEMBRO.
A data limite para entrega dos textos é 15 de outubro de 2018.
Participe!
Regulamento
  1. O prazo de inscrição para participação na antologia MIMOS DE NOVEMBRO e envio de textos decorre até 15 de outubro de 2018.
  2. Os textos devem ser enviados em suporte informático (tipo word) e remetidos para geral@mimoselivros.pt
  3. Serão admitidos textos do género lírico (poemas e prosa poética).
  4. Cada autor poderá participar apenas com um texto, que pode ocupar até 30 linhas de verso (incluindo espaços de transição de estrofe e eventuais versos demasiadamente longos) ou, na prosa poética, um máximo de 1400 caracteres (espaços incluídos).
  5. A ordem de publicação obedecerá a um critério a definir, posteriormente, pela organização.
  6. Os autores podem utilizar pseudónimo, embora sejam obrigados a identificar-se e o seu nome ser incluído na breve biografia a constar do livro.
  7. Os autores devem enviar uma curta nota biográfica, que será publicada, com um máximo de 500 caracteres, incluindo espaços.
  8. O tema dos textos é livre.
  9. No caso de a organização entender que o número de participantes não é suficiente para a edição do livro, os textos serão publicados on.line no site da editora Lugar da Palavra, emwww.lugardapalavra.pte enviado um exemplar em formato pdf a todos os participantes. A organização é soberana na seleção dos textos a incluir na obra.
  10. A organização e seleção dos textos para publicação pertencem à Mimos e Livros Edições, uma chancela da Lugar da Palavra Editora. Da decisão de seleção ou não do júri não haverá recurso.
  11. Todos os textos serão alvo de revisão, com vista a apresentar um trabalho da maior qualidade possível, comprometendo-se, obviamente, a organização a nunca desvirtuar o original do autor.
  12. Os participantes disponibilizam os seus textos exclusivamente para a presente publicação, sendo- lhes, obviamente reconhecido o seu direito de autor (pelo qual assumem essa responsabilidade), mas não serão pagos quaisquer direitos patrimoniais. Ou seja: o participante envia textos da sua autoria (se já publicados, com a respetiva autorização competente) e cede-os exclusivamente para o fim em questão, não resultando da sua publicação a obrigação da editora de pagamentos de direitos patrimoniais ao autor.
  13. A participação implica a aceitação de todos os termos do presente regulamento.
  14. Os casos omissos serão resolvidos pela organização.
  15. O CONSELHO EDITORIAL da Antologia Poética MIMOS DE NOVEMBRO é constituído por
    Maria Albertina Santos, Celeste Almeida e Maria Eugenia Ponte, e terá como função:
    1. Pronunciar-se sobre a inclusão ou não de alguns textos que serão enviados pela organização com vista a garantir a qualidade da antologia;
    2. Redigir uma crítica da obra a publicar.
Edições Mimos e Livros/Lugar da Palavra Editora

sábado, 22 de setembro de 2018

Aretha Franklin - I Say A Little Prayer

Aretha Franklin - (You Make Me Feel Like) A Natural Woman [1967]

Hoje recordei-me da morte de Aretha Franklin. 
Não poderia deixar de partilhar algumas das suas canções mais célebres.

"Há escolas..."

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"Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado".

Ruben Alves 


Postal enviado pelo Clube das Histórias.
Vale a pena consultar os seus blogues em língua portuguesa, francesa, espanhola e alemã

http://contadoresdestorias.wordpress.com/

"Um Pouco Mais de Nós"

Sofia Areal

Podes dar uma centelha de lua,
um colar de pétalas breves
ou um farrapo de nuvem;
podes dar mais uma asa
a quem tem sede de voar
ou apenas o tesouro sem preço
do teu tempo em qualquer lugar;
podes dar o que és e o que sentes
sem que te perguntem
nome, sexo ou endereço;
podes dar em suma, com emoção,
tudo aquilo que, em silêncio,
te segreda o coração;
podes dar a rima sem rima
de uma música só tua
a quem sofre a miséria dos dias
na noite sem tecto de uma rua;
podes juntar o diamante da dádiva
ao húmus de uma crença forte e antiga,
sob a forma de poema ou de cantiga;
podes ser o livro, o sonho, o ponteiro
do relógio da vida sem atraso,
e sendo tudo isso serás ainda mais,
anónimo, pleno e livre,
nau sempre aparelhada para deixar o cais,
porque o que conta, vendo bem,
é dar sempre um pouco mais,
sem factura, sem fama, sem horário,
que a máxima recompensa de quem dá
é o júbilo de um gesto voluntário.

E, afinal, tudo isso quanto vale ?
Vale o nada que é tudo
sempre que damos de nós
o que, sendo acto amor, ganha voz
e se torna eterno por ser único e total.

José Jorge Letria

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Aline Frazão - Tanto


Ouvi hoje pela primeira vez Aline Frazão e gostei. 
Tem 30 anos e reside atualmente em Angola, onde nasceu, depois de ter estado em vários países, como Portugal, onde tirou o curso de Ciências da Comunicação. O seu mais recente trabalho é Dentro da Chuva.