Elizabeti tinha um irmão ainda bebé chamado Obedi. Via a mãe cuidar dele e, por isso, também queria ter um bebé para cuidar.
Mas não tinha nenhuma boneca. Assim sendo, saiu de casa e apanhou um pau. Pegou nele, tentou abraçá-lo, mas ele picava-a e, assim, ela deixava-o sempre cair ao chão. Depois, apanhou uma pedra. Tinha mesmo o tamanho ideal! Elizabeti podia segurá-la e não a magoava quando a abraçava. Por isso, beijou a pedra e deu-lhe um nome: Eva.
Quando o irmãozinho tomava banho, chapinhava e molhava a mãe. Mas quando Eva tomava banho, portava-se muito bem e só chapinhava um pouquinho.
A mãe dava de comer a Obedi e ele fazia "Brrrrp!" bem alto. Elizabeti dava de comer a Eva, mas ela era muito educada e nunca arrotava…
A mãe mudava os paninhos que embrulhavam o rabinho de Obedi e estavam todos sujos! Já Elizabeti ficou muito aliviada ao ver que o rabinho de Eva continuava limpo…
Quando a mãe fazia as tarefas domésticas, prendia Obedi às costas com um tecido brilhante, uma kanga. Quando Elizabeti fazia as tarefas domésticas, também prendia Eva às costas com uma kanga. A mãe tinha que dar uma ajudinha.
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Elizabeti foi visitar a sua amiga Rahaili. Esta riu-se quando viu que Elizabeti tinha uma pedra a fazer de boneca. Mas como também não tinha bonecas, quando a amiga foi embora, Rahaili foi à procura de uma pedra para si e chamou-lhe Malucey.
Quando Elizabeti chegou a casa, eram horas de ir buscar água ao poço da aldeia. Tirou Eva da kanga e deitou-a no chão à beira de outras pedras, para que não se sentisse sozinha. Depois, embrulhou a kanga numa trouxinha, pô-la à cabeça, e colocou o jarro da água por cima dela. Era sempre assim que transportava a água e outras coisas pesadas.
Elizabeti regressou rapidamente com a água e levou-a à sua irmã Pendo que estava na cabana, no sítio onde as refeições eram feitas. E depois correu lá para fora para ir buscar Eva. Mas Eva tinha desaparecido! Olhou em volta, mas não a via em lado nenhum!
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A mãe encontrou uma outra pedra e deu-a à filha. Mas a menina abanou a cabeça quando a viu. Aquela pedra era apenas uma pedra! Também Pendo trouxe uma pedra para a irmã. Mas também não era Eva… Elizabeti sentia-se muito triste e sentou--se muito quieta à espera de ajudar Pendo na cozinha.
Todas as noites ao jantar, a família comia arroz. E era a Elizabeti que competia pôr a panela do arroz no centro da fogueira, centro esse que era composto por três grandes pedras. Encheu tristemente a panela com água e colocou-a em cima das pedras, para ferver. Só que uma das pedras não era uma pedra. Era Eva!
Elizabeti chamou a mãe e, juntas, retiraram a panela com água e rebolaram Eva para longe do fogo. Embora estivesse um pouco suja, não se tinha magoado! Pendo correu logo lá para fora para arranjar uma nova pedra para a fogueira. Afinal, tinha sido assim que a pobre Eva tinha desaparecido…
Eva sentou-se muito sossegada enquanto Elizabeti a limpava e abraçava. À hora de deitar, a mãe cantou uma canção e embalou Obedi nos seus braços até ele adormecer. Elizabeti também cantou uma canção de embalar, mas adormeceu antes de Eva. A mãe cobriu ambas com um cobertor. Sorriu e pensou que, um dia, Elizabeti seria uma ótima mãe. Eva pensou exatamente o mesmo.
Stephanie Stuve-Bodeen
Elizabeti’s doll
New York, Lee &Low Books, 1998
(Tradução e adaptação)