quarta-feira, 14 de novembro de 2012

O desejo de Ruby



                                                                           Imagem da net

Se caminhar por uma certa rua de uma certa cidade na China, e passar pelo mercado de animais de estimação, com os papa-arroz amarelos e verdes a saltar nas gaiolas de bambu, os peixinhos dourados e as tartarugas de água doce nas taças de porcelana, há de chegar a um quarteirão de casas. Nesses edifícios, agora castanhos devido à idade e à sujidade, moram muitas famílias. Porém, se olhar com atenção, verá que outrora essas casas eram uma só, uma magnífica casa que pertencia a uma única família.
A casa foi construída por um velho que tinha estado na Montanha de Ouro. Era este o nome que os Chineses davam à Califórnia, quando muitos deles participaram na Corrida ao Ouro, mas poucos regressaram. Este homem regressou, e regressou muito rico. Fez, em seguida, o que todos os homens ricos faziam na Antiga China: casou com muitas mulheres. As mulheres tiveram muitos filhos e os filhos também tiveram muitas mulheres. A dada altura, a casa transbordava de gritos e risos de mais de uma centena de crianças.
Entre estas crianças, havia uma menina a que todos chamavam Ruby, porque adorava a cor vermelha. Na China, o vermelho é a cor das celebrações. No Dia de Ano Novo, as crianças recebem envelopes vermelhos cheios de “dinheiro da sorte” e as noivas vestem-se de vermelho no dia do casamento. Contudo, Ruby insistia em vestir-se de vermelho todos os dias. Mesmo quando a mãe a obrigava a usar cores mais sóbrias, como as primas faziam, Ruby atava o seu cabelo negro com fitas vermelhas.
Uma vez que tinha muitos netos, o avô de Ruby contratou um professor para vir a casa ministrar as lições. Todos os netos que quisessem aprender tinham aulas com este tutor. Esta não era uma situação comum na China de então, dado que a maioria das raparigas nunca aprendia a ler ou escrever.
Sempre que o tempo estava bom, as aulas tinham lugar no jardim. As janelas do escritório do avô davam para o jardim e, com frequência, o velho levantava-se para observar os netos.
Um dia, o avô viu a parede alta e branca do jardim coberta de caligrafias. Os netos tinham estado a praticar a escrita. O avô riu-se ao ver que muitos tinham a cara e as mãos cheias de tinta! Foi então que reparou que uma das folhas era mais bela do que as restantes. Qual dos seus netos produzira tão bela caligrafia? Entretanto, no jardim, o tutor elogiava Ruby, que tinha as orelhas tão vermelhas como o casaco que vestia.
Para acompanhar os primos nos estudos, a verdade é que Ruby tinha de se esforçar o dobro. Com efeito, quando terminavam os estudos, os rapazes iam brincar; as raparigas, porém, tinham ainda de aprender a cozinhar e a governar a casa. Eram estas as únicas tarefas que as mães achavam dignas de aprendizagem. Uma a uma, todas as netas abandonavam as aulas. Todas exceto Ruby, que escolhia a noite para compensar os bordados que não fizera de dia. E, durante muitas noites, a sua vela era a única acesa em toda a casa, depois de todos se terem ido deitar.
Um dia, o tutor pediu às crianças que escrevessem um poema. Ruby escreveu:
Má sorte ter nascido rapariga;
pior sorte ter nascido nesta casa
onde apenas os rapazes recebem atenção.
O professor ficou impressionado com o poema da menina e mostrou-o ao avô. Este também ficou impressionado, além de preocupado. Chamou, então, a neta ao escritório. Ruby viu o avô sentado na cadeira, com o poema pousado na secretária diante dele.
— Foste tu que escreveste este poema? — perguntou.
— Sim, avô, escrevi — respondeu a neta.
— Achas que nesta casa só nos preocupamos com os rapazes?
— Não, avô — respondeu Ruby, arrependida por ter perturbado o avô.
— Ruby — disse o avô, gentil — gostaria de saber porque escreveste este poema. De que forma cuidamos melhor dos rapazes?
A neta tentou escolher um exemplo insignificante.
— Bem, quando se realiza o Festival da Lua, e nos dão um bolinho a cada um, os rapazes ficam sempre com a parte da gema.
— Ai sim? — disse o avô, como que à espera de mais revelações.
— E quando fazemos o Festival da Lanterna, as raparigas só recebem simples lanternas de papel, enquanto os rapazes recebem lanternas vermelhas com a forma de peixinhos dourados, galos e dragões.
O avô riu baixinho. Nunca havia pensado naquilo. Mas imaginava, facilmente, o quanto a neta gostaria de ter uma lanterna vermelha.
— Mas o mais importante — concluiu Ruby, fitando as biqueiras dos seus sapatos vermelhos — é que os rapazes vão para a universidade, enquanto as raparigas se casam.
— Não queres casar-te? — perguntou o avô. — Tens muita sorte, porque uma rapariga desta família pode casar com quem quiser.
— Eu sei, mas preferia ir para a universidade.
O avô afagou-lhe o cabelo.
— Obrigado por teres desabafado comigo, Ruby. Continua a estudar. Aproveita o mais que puderes.
E Ruby continuou a estudar. Alguns dos rapazes cresceram e foram para a universidade. Outros ficaram em casa e constituíram família. Mas todas as raparigas casaram e foram viver com as famílias dos maridos. Ruby sabia que, em breve, chegaria a sua vez. Nos lagos, observava as carpas cor de laranja e brancas, que procuravam pão sob uma fina camada de gelo. O Ano Novo chinês aproximava-se e a menina sabia que seria o último que passaria naquela casa.
No Dia de Ano Novo, calçou os sapatos de veludo vermelho e prendeu o cabelo com fitas vermelhas. Depois foi desejar a todos um feliz ano. Começou pelas primas casadas, e em seguida felicitou os pais, os tios e as tias. Cada um lhe deu um envelope vermelho cheio de dinheiro da sorte. Por fim, fez uma vénia ao avô:
— Desejo-te boa sorte e prosperidade, avô.
— Boa sorte, Ruby — respondeu ele, entregando-lhe um envelope vermelho muito grosso.
Todos os olhares da família se cravaram nela enquanto abria o presente. O presente não era dinheiro; era algo muito melhor: era a carta de uma universidade que se dizia orgulhosa por aceitar Ruby como uma das suas primeiras alunas!
E foi assim que Ruby realizou o seu desejo.
Esta história é verdadeira.
Sei-o, porque Ruby é minha avó. E todos os dias veste algo vermelho.
Shirin Yim Bridges
Ruby’s Wish
San Francisco, Chronicle Books, 2002
(Tradução e adaptação)


Título: para quê?

 Hoje, uma amiga enviou este texto.
O título é meu.
Cada vez me convenço mais de que os escritores, esses seres muitas vezes solitários,
são também solidários no desejo de transformação do mundo.
Tudo seria bem mais cinzento sem a sua observação da realidade.

       
"Agora sol na rua a fim de me melhorar a disposição, me reconciliar com a vida.

Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda
compramos coisas, que injusto tanta queixa, tanto lamento.

Isto é internacional, meu caro, internacional e nós, estúpidos,
culpamos logo os governos.

Quem nos dá este solzinho, quem é? E de graça. Eles a trabalharem para
nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal agradecidos,
protestamos.

 
Deixam de ser ministros e a sua vida um horror, suportado em estoico
silêncio. Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias
Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não
esteja na franja da miséria. Um único. Mais aqueles rapazes generosos,
que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não
estendem a mão à caridade.

O senhor Rui Pedro Soares, os senhores Penedos pai e filho, que isto
da bondade as vezes é hereditário, dúzias deles.

Tenham o sentido da realidade, portugueses, sejam gratos, sejam
honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem. Uns
sacrificados, uns Cristos, que pecado feio, a ingratidão.

O senhor Vale e Azevedo, outro santo, bem o exprimiu em Londres. O
senhor Carlos Cruz, outro santo, bem o explicou em livros. E nós, por
pura maldade, teimamos em não entender. Claro que há povos ainda
piores do que o nosso: os islandeses, por exemplo, que se atrevem a
meter os beneméritos em tribunal.
Pelo menos nesse ponto, vá lá, sobra-nos um resto de humanidade, de respeito.

Um pozinho de consideração por almas eleitas, que Deus acolherá
decerto, com especial ternura, na amplidão imensa do Seu seio. Já o
estou a ver:
- Senta-te aqui ao meu lado ó Loureiro
- Senta-te aqui ao meu lado ó Duarte Lima
- Senta-te aqui ao meu lado ó Azevedo

que é o mínimo que se pode fazer por esses Padres Américos, pela nossa
interminável lista de bem-aventurados, banqueiros, coitadinhos,
gestores que o céu lhes dê saúde e boa sorte e
demais penitentes de coração puro, espíritos de eleição, seguidores
escrupulosos do Evangelho. E com a bandeirinha nacional na lapela, os
patriotas, e com a arraia miúda no coração. E melhoram-nos
obrigando-nos a sacrifícios purificadores, aproximando-nos dos
banquetes de bem-aventuranças da Eternidade.

 
As empresas fecham, os desempregados aumentam, os impostos crescem,
penhoram casas, automóveis, o ar que respiramos e a maltosa incapaz de
enxergar a capacidade purificadora destas medidas. Reformas ridículas,
ordenados mínimos irrisórios, subsídios de cacaracá? Talvez. Mas
passaremos sem dificuldade o buraco da agulha enquanto os Loureiros todos abdicam,
por amor ao próximo, de uma Eternidade feliz. A transcendência deste
ato dá-me vontade de ajoelhar à sua frente. Dá-me vontade? Ajoelho à
sua frente,  indigno de lhes desapertar as correias dos sapatos.
Vale e Azevedo para os Jerónimos, já!
Loureiro para o Panteão já!
Jorge Coelho para o Mosteiro de Alcobaça, já!
Sócrates para a Torre de Belém, já! A Torre de Belém não, que é tão
feia. Para a Batalha.

 
Fora com o Soldado Desconhecido, o Gama, o Herculano, as criaturas de
pacotilha com que os livros de História nos enganaram.
Que o Dia de Camões passe a chamar-se Dia de Armando Vara. Haja
sentido das proporções, haja espírito de medida, haja respeito.
Estátuas equestres para todos, veneração nacional. Esta mania tacanha
de perseguir o senhor Oliveira e Costa: libertem-no. Esta pouca
vergonha contra os poucos que estão presos, os quase nenhuns que estão
presos como provou o senhor Vale e Azevedo, como provou o senhor
Carlos Cruz, hedionda perseguição pessoal com fins inconfessáveis.

Admitam-no. E voltem a pôr o senhor Dias Loureiro no
Conselho de Estado, de onde o obrigaram, por maldade e inveja, a sair.

Quero o senhor Mexia no Terreiro do Paço, no lugar D. José que, aliás,
era um pateta. Quero outro mártir qualquer, tanto faz, no lugar do
Marquês de Pombal, esse tirano. Acabem com a pouca vergonha dos
Sindicatos. Acabem com as manifestações, as greves, os protestos, por
favor deixem de pecar.

Como pedia o doutor João das Regras, olhai, olhai bem, mas vede. E
tereis mais fominha e, em consequência, mais Paraíso. Agradeçam este
solzinho.

Agradeçam a Linha Branca.

Agradeçam a sopa e a peçazita de fruta do jantar.

Abaixo o Bem-Estar.
Vocês falam em crise mas as atrizes das telenovelas continuam a
aumentar o peito: onde é que está a crise, então? Não gostam de olhar
aquelas generosas abundâncias que uns violadores de sepulturas, com a
alcunha de cirurgiões plásticos, vos oferecem ao olhinho guloso? Não
comem carne mas podem comer lábios da grossura de bifes do lombo

e transformar as caras das mulheres em tenebrosas máscaras de Carnaval.
Para isso já há dinheiro, não é? E vocês a queixarem-se sem vergonha,
e vocês cartazes, cortejos, berros. Proíbam-se os lamentos injustos.

Não se vendem livros? Mentira. O senhor Rodrigo dos Santos vende e,
enquanto vender, o nível da nossa cultura ultrapassa, sem dificuldade,
a Academia Francesa.
Que queremos? Temos peitos, lábios, literatura e os ministros e os
ex-ministros a tomarem conta disto.
Sinceramente, sejamos justos, a que mais se pode aspirar?

O resto são coisas insignificantes: desemprego, preços a dispararem,
não haver com que pagar ao médico e à farmácia, ninharias. Como é que
ainda sobram criaturas com a desfaçatez de protestarem? Da mesma forma
que os processos importantes em tribunal a indignação há-de,
fatalmente, de prescrever. E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de
litro e beijando-nos uns aos outros com os bifes das bocas seremos,
como é nossa obrigação, felizes".


António Lobo Antunes

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Escrever ...em tempo de crise

Menez
Escreva, minha filha, escreva. Quando 
estiver entediada, nostálgica, desocupada,
neutra, escreva. Escreva mesmo 
bobagens, palavras soltas, experimente 
fazer versos, artigos, pensamentos soltos, 
descreva como exercício o degrau da 
escada de seu edifício (saiu em verso 
sem querer), escreva sempre, mesmo 
para não publicar e principalmente para 
não publicar. Não tenha a preocupação 
de fazer obras primas, que de há muito 
eu já perdi, se que algum dia a tive, mas só
e simplesmente escrever, se exprimir, 
desenvolver um movimento interior que 
se encontra em si próprio sua justificação. 
Isto é muito melhor do que traduzir 
Proust, distração que não distrai, porque
é chata como toda a tradução e acaba nos
desculpando muito fracamente perante 
nós mesmos de não havermos escrito por 
nossa conta e responsabilidade.

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 11 de novembro de 2012

Violette


 Imagem da net

Je m’appelle Violette.
Parfois, quand je suis un peu fâchée, je viens ici pour rêver à comment c’est ailleurs. Je crois toujours qu’ailleurs c’est mieux.
Ensuite, je remonte et je me mets à la fenêtre pour regarder les chiens passer. Si j’en vois un gentil, je partirai avec lui, peut-être.
Tiens, en voilà un avec deux taches. Les taches, c’est bon signe ! Tous les héros ont des taches.
Hé, Duchien ! Attends-moi !
Et maintenant, qu’est-ce qu’on fait ?
Viens, on part tous les deux ! On dirait qu’on se serait perdus dans le blizzard ! Bizarre, ce blizzard, bizarre, bizarre ! On dirait que le bizarre blizzard soufflerait très fort, mais alors très très fort, d’accord ?
Si fort qu’on aurait décollé, toi et moi, hein Duchien ?
Si fort que toutes les choses et les maisons et les cochons auraient décollé. Et même les arbres.
On tournerait tout autour de la Terre, Duchien, si fort, si vite que c’est la Terre qui aurait l’air de perdre la boule.
Hé Duchien ! Qu’est-ce qui m’arrive ? Où es-tu ?
On dirait que le bizarre blizzard est tombé. Mais toi, ne me laisse pas tomber, Duchien !
Bête de branche cassée qui m’a laissée sur le carreau avec un drôle d’oiseau !
Duchien, je me sens seule, très seule. Oh, où es-tu ? Que fais-tu ?
Prenons l’air de rien pour ne pas nous faire remarquer. Au fait, ça a l’air de quoi, l’air de rien?
Raté, ils m’ont vue ! Maman le dit bien, que je me fais toujours remarquer…
Hé là, Durouge ! Tu me fais mal ! Au secours !
Ouf ! Il est parti ! N’empêche, j’aimerais bien voir Duchien.
Duchien ! Du-chien ! Te voilà ! Enfin… !
Comme tu es beau, mon Duchien.
Je voudrais rester avec toi toute la vie.
Au fait, Duchien, tu sais que c’est bon de rentrer à la maison ?
Natali Fortier ; Paul du Bouchet
Violette
Paris, Gallimard Jeunesse, 2003


Em dia de S. Martinho...


S. Martinho (imagem da net)
Provérbios:

Martinho bebe o vinho, deixa a água para o moinho. 

No dia de S. Martinho, come-se castanhas e bebe-se vinho. 

No dia de S. Martinho, mata o teu porco, chega-te ao lume, assa castanhas e prova o teu vinho.

Veräo de S. Martinho säo três dias e mais um bocadinho.

Imagem da net.
Lembro-me de ver, durante muitos anos, este Homem das Castanhas, nas ruas do Porto.

Diário de Mariana


 Domingo, 11 de novembro 2012
 Querido diário,

A minha mãe anda a aprender inglês. Inscreveu-se num instituto com outras amigas. Quando ela me disse, eu fiquei a olhar para ela, porque, de repente, imaginei uma professora mais nova do que a minha mãe a ditar o homework e a perguntar se perceberam bem, mas durou pouco o que eu pensei. A minha mãe estava contente depois da primeira aula e disse-me assim: ó Mariana, ainda sei tantos verbos e tanta gramática e pôs-se a dizer: to be, was, been; to go, went, gone; to like, liked, liked…

Achei o máximo, mas como sou sincera, disse assim: ó mãe, mas se falares com alguém em Inglês, não vais dizer os verbos, pois não, tens de saber mais vocabulário. De repente, pensei que ela ia levar a mal, mas não, até me disse: tens razão, Mariana, é por isso que eu ando nas aulas de inglês. Eu acho que, às vezes, quando as pessoas envelhecem ficam mais fixes. Outras, não.

Eu, por acaso, acho que é fixe quando se quer aprender mais, mesmo quando se é um bocado cota. Assim, as pessoas até parecem mais felizes e bem dispostas e não falam só de tristezas e de doenças. E assim falam de coisas boas com entusiasmo e com pica. Eu tenho uma tia que anda na Universidade Sénior e até parece mais nova e mais bonita.

Eu também tenho alguns setores assim, que dizem que aprender é bom e vê-se mesmo que põem isso em prática. Já não gosto muito quando dizem isso para não dizerem diretamente que somos ignorantes. Há dias um setor estava a tomar café no bar da escola e eu, por acaso, ouvi o que ele disse: “a grande maioria dos alunos só ouve poesia nas aulas, por isso, esses momentos são muito importantes”. Eu sei que fui um bocado cusca porque pus-me a ouvir sem ele saber, mas achei altamente.

Estou a olhar pela janela e o dia está mesmo bonito. Também já bastou a chuva de ontem. Está bom tempo, mas vou ficar em casa. Tenho tantos trabalhos de casa para fazer. Ai, ai, mas tenho ao menos de ir de vez em quando ao quintal. Quero ver a Castanha toda contente, a correr como uma tolinha. De contente, é claro.

Muitos abracinhos

Mariana