Diário com vontade de deixar de contar os dias,
mas com vontade de viver todos os dias.
E tanta coisa aconteceu de há cinquenta dias até agora:
- Os números de óbitos (há quem prefira dizer 'fatalidades') e infetados covid-19 diminuíram em um ou dois dígitos, o que é bastante bom, embora não seja o ideal.
- As magnólias estavam em botão, neste momento já floriram e as folhas vão substituindo as flores.
- Trump estava no poder e já não está, embora queira voltar e tente segurar tentáculos à sua volta.
- As escolas fecharam, mas estará para breve a reabertura. As crianças e os jovens estão ansiosos e os pais também.
- Marcelo terminava o seu mandato e outro está a iniciar.
- Do avião português e a jato, com meia tonelada de droga apreendida no Brasil, ainda não se falava, agora fala-se muito, ainda que se saiba pouco.
- As árvores de fruto estão floridas e há cinquenta dias eram estacas secas ou despidas.
- Rui Rio talvez já tivesse Moedas na cartola, que tirou nos últimos dias.
- A chuva e frio do inverno abundavam e agora a primavera está à porta.
- O campeonato estava ao rubro por causa do leão que não deixou de rugir e de reinar sozinho ao longo deste tempo.
- As lojas fechavam e muitos gritam agora pela sua reabertura porque abrem os bolsos e encontram-nos vazios.
- O turismo ficou pela hora da morte e agora os ingleses anunciam nova vida, sobretudo para o Algarve.
- O papa Francisco não saiu em tempo de pandemia; neste momento, está em visita ao Iraque, país nunca pisado por outros papas.
- As vacinas anti covid-19 eram promessa e ainda causavam receio; agora já vários milhares de pessoas a tomaram, muitos mais a querem e desejam, mas as reservas sabem a pouco.
- ...
E tanta coisa deixou de acontecer no mesmo espaço de tempo.
Vou deixar de contar de contar os dias,
mas gostava de continuar a contar momentos dos meus dias.
Obrigada.