Visitei há pouco um ateliê de designers em Gondomar. Desenham peças de mobiliário. Trabalham, diariamente, num pequeno gabinete, tendo, frente a cada um, o seu computador. O ambiente é jovem e descontraído, apesar de não haver muita claridade nem o local ter grande visibilidade.
No gabinete, o “comercial” mostrava aos visitantes algumas peças e, chegando a um exemplar que havia sido premiado, apontou para um dos jovens de escultural cabeleira: esta mesa foi uma “paridela” deste designer. Este, sorrindo e em silêncio, ia clicando para mostrar diferentes pormenores da peça que (re)criou e que já é um objeto que pode ser adquirido pelas pessoas.
O tempo breve neste ateliê confirma que para haver criação é necessária muita observação prévia, muito trabalho de organização e que um ambiente estimulante é tão ou mais importante do que as boas condições físicas.
Em terra de tradicional marcenaria, é bom encontrar um grupo de jovens criativos que, para além de alimentarem o negócio, desenvolovem e concretizam novos conceitos.
Retomando uma das palavras lá ouvidas, oxalá sejam sinais da “paridela” de um mundo mais belo e sólido. Que pode emergir aos poucos como uma boa peça de mobiliário.