sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Diálogos improváveis que deixaram de o ser

1.

 - Filho, que tal a Faculdade?

- Muito fixe, mãe.

- Foram boas, então, as tuas primeiras impressões.

- Mesmo. Já nem me lembrava de estar numa sala de aula.

- E dos teus colegas, gostaste?

- Claro. Poder falar sem ser pelo zoom, a gente conhecer-se pessoalmente, conversar... nem   parecia verdade; foi mesmo fixe.


2.

- Bom dia, setora, desculpe o atraso.

- Bom dia, sente-se então no seu lugar.

- Até me admira não me dizer nada por ter perdido a camioneta.

- O que podia dizer? Só estou a conhecê-lo agora.

- Como assim?

- Vim hoje fazer esta substituição.

- Desculpe, setora, com a máscara, nem reparei que não era a nossa setora.


3.

- Mamã, quando não houver vírus, podemos ir a Portugal?

- Sim, filha, claro. E estamos com a família, brincas com os primos, vamos à praia...

- Gostava tanto de ir. Já não vamos lá há tanto tempo.

- Também tenho saudades de Portugal, filha.

- O vírus ainda vai ficar muito tempo, mamã?

- Não se sabe, filha, mas ele é muito chato e não quer ir embora.

- Mamã, posso começar a fazer a minha mala?

- Já, filha? Ainda nem marcamos a viagem!

- Assim, o vírus não entra porque vê que vamos sair!

 

6 comentários:

  1. Conversas que mudam constantemente, não de conteúdo nem de contexto, mas sim, na forma de surgirem...
    .
    Feliz fim-de-semana
    Abraço

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  2. Sim, por isso se fala da 'nova normalidade'.
    Bom fim de semana. De outono.
    M.

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  3. Gostei dos diálogos, sobretudo do último
    um beijinho e bom fim-de-semana

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    Respostas
    1. Obrigada, Gábi.
      São reais. As duas últimas linhas do terceiro diálogo é que não é.
      Beijinho e bom fim de semana
      M.

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