domingo, 2 de junho de 2019

Um domingo e um funeral

O funeral era de um rapaz de uns quarenta anos. Também pela idade, o ambiente era de consternação, de bastantes silêncios, de vozes baixas, muitas lágrimas e muitas flores.
Dei comigo a olhar à minha volta e a lembrar-me de outros velórios e funerais em que o telemóvel tocava de forma estridente, as pessoas falavam alto, riam-se... desprezando a vida e memória daquela pessoa que jazia ali bem perto depois de muito sofrimento.
E hoje, naquele ambiente de muita dor, ia pensando que o melhor é valorizar o que de facto é essencial na vida, que pode ser demasiado efémera, e não perder tempo com coisas menores que não valem a pena.
De regresso a casa, liguei o rádio na TSF. Falava-se de corrupção, tema que remete igualmente para formas de morte, neste caso, da democracia, desprezando também a vida e memória dos que trabalharam e trabalham honestamente durante a vida inteira. E que tubarões e advogados da mesma espécie ignoram e de quem se riem, mostrando os dentes ávidos da ganância.
 


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