terça-feira, 20 de junho de 2017

Um bom filme numa boa casa de cinema


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Vejamos algumas linhas do enredo:
Um homem sisudo, pelo peso do passado, é gerente de uma pastelaria que fabrica e vende panquecas recheadas de pasta doce de feijão (dorayakis). O negócio não corre bem porque os doces não satisfazem os clientes.
Um dia, uma senhora com mais de setenta anos vem propor-se para trabalhar com o pasteleiro. Para além da idade avançada, ela sofre de deformação nas mãos, não sendo aceite. Porém, persiste na vontade de lá trabalhar e oferece pasta de feijão, feita por ela, ao gerente da pastelaria. Provando a perfeição do doce, o gerente contrata-a e a loja ganha muitos clientes que, às vezes, têm de ser atendidos pelos dois.
No entanto, a deformação das mãos leva a que várias pessoas se questionem sobre o problema que pode afetar quem consome os doces.
Paralelamente, a septuagenária revela grande fascínio pelas coisas simples do dia a dia - a beleza das cerejeiras, o cantar dos pássaros, as histórias que todos os seres vivos trazem consigo - que contagia o gerente e uma jovem frequentadora da pastelaria, criando laços de amizade e novas maneiras de encarar a vida.

Gostei muito dos cenários com a exuberância das cerejeiras; da história que veicula problemas dos mais velhos, das pessoas a quem são cobrados favores por favores antigos; do poder avassalador dos boatos, etc.
A personagem mais velha revela uma grande e enternecedora sabedoria no ver e no ouvir o mundo. Nalgumas cenas, talvez se recorra um pouco à caricatura, reconhecendo, contudo, que na cultura japonesa existem traços não usados no Ocidente, como a vénia.
Em todos os momentos, a velha senhora introduz uma grande leveza e harmonia nas relações que estabelece com todos, como que ajudando a transpor muitos muros.
O filme está em exibição no cinema Trindade, no Porto. É um cinema calmo, com duas salas e bons filmes para ver.
Ah, e não há publicidade antes de o filme começar nem há pipocas!

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