Querido diário,
Daqui a dias, acabam as aulas e ainda tenho testes para fazer e um Contrato de Leitura para apresentar. Os professores andam aflitos para terminar a matéria, a minha mãe não me pode ver sentada no sofá sem estudar, mas stressa se me vê stressada: "Calma, Mariana, tudo se consegue se houver organização e vontade".
Só que ela diz estas coisas com uma voz de quem quer esconder que está stressada. Que aflição!
A cada passo, ouve-se muita gente conhecida a dizer: "Sejam felizes para aqui, sejam felizes para acolá", mas era melhor dizer que com esta correria e tanta coisa para fazer ser infeliz é mais normal.
O Gi anda numa de zen e diz-me para eu ter calma. Ele ainda não aprendeu que fico menos calma quando me dizem para ter calma!
Se me queixo deste sufoco de testes e trabalhos às minhas irmãs, logo que dizem: "se tivesses estudado como deve ser logo de início, não era nada disto". Não compreendem que o que está feito está feito.
Neste momento, acho que ninguém me pode ajudar. Não sou muito de chorar por tudo e por nada, mas se começasse até nascia um novo rio.
Pra mais, ontem à noite soube do atentado em Manchester. Em casa, ficamos logo atentos a tudo se acontecem coisas graves em Inglaterra. Não há direito. E há tantas pessoas boas como a minha irmã (é um bocado chata, mas acabo sempre por lhe dar razão, embora não lhe diga com facilidade), o meu cunhado e a minha sobrinha que acho horrível o que os terroristas fazem a tanta gente que só faz bem à Humanidade.
Nem quero pensar que acontece alguma coisa à Clarinha. Isso era super pior do que todo o sufoco na escola. Nem tem comparação possível. Que aflição.
E pensar que se vai a um concerto, como o da Ariana Grande, para se curtir música fixe e estar com pessoas fixes e acontece este massacre de repente. Não há direito.
Bem, vou estudar mais um bocado que a minha mãe já 'ta a stressar porque repete que 'ta cansada. É mau sinal. Que aflição!
Um abracinho, querido diário
Mariana
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