Um dia. ou melhor, uma noite, fui ao Rivoli, no Porto, ver Maria João Pires. Muito forte era o meu desejo de ouvir tocar a pianista. Eu tinha alguns CDs dela, um dos quais este, Nocturnos de Chopin. Sempre o oiço com quase emoção. Quando o silêncio pede música; quando os testes se amontoam e sugerem que se suvize o momento e em tantos outras ocaiões.
Quando a pianista começou a tocar, só os sons pareciam existir.
O concerto ia já adiantado quando, de repente, tocou um telemóvel - não desligado de imediato. Do palco, veio um olhar quase fulminante, de crítica à inevitável desconcentração.
A música que se seguiu, embora continuasse encantatória, parecia mais agreste. O frio agradecimento final confirmou-o.
A música que se seguiu, embora continuasse encantatória, parecia mais agreste. O frio agradecimento final confirmou-o.
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