Almeida Júnior |
Querido diário,
A tia Clarinha disse-me há dias:
"Então, Mariana, guardaste o teu diário? Estás de castigo e a tua mãe não
te dá espaço?"
Devo dizer que até corei, porque
me lembrei do raspanete que ouvi da minha mãe por não ter tido melhores notas.
Até nem foram más, mas as mães têm a mania que temos de ser os melhores. Eu, no
fundo, até nem me importava nada de ter notas tipo 18. Do que eu não gosto nada
é quando me dizem: "A Mariana é tão simpática". E não falam de outras
qualidades. Parece que existo só por fora. Tenho de me controlar para não me
passar. Eu tenho algum stress, mas como sorrio com frequência,
ninguém liga ou dizem-me logo: "Isso passa, Mariana!". Fogo!
Por falar em stress, eu disse à
minha mãe que gostava de ter um coração anti-stress, porque a Bia e muitos
colegas também têm e assim ficam mais calmos nas aulas. A minha mãe olhou para
mim e disse-me que era ela que estava a ficar com stress e que lhe caía o
coração aos pés se eu continuasse. E ainda veio com ameaças: "E se souber
pela tua diretora de turma que estás a fazer outras coisas na aula, a
gente conversa".
Quando a minha mãe diz "a
gente depois conversa", já sei que vai haver ralhete, mas por
acaso não é por isso que não tenho escrito o diário. Eu vou dizer, embora me
custe: no fundo, sou um bocadinho preguiçosa. Estou sempre ocupada, mas ficam
sempre coisas por fazer, por acabar e isso... Portanto, se calhar, tenho um
bocadinho de preguicite aguda.
A Bia consegue ter tudo em dia,
mas anda sempre com o coração anti-stress no bolso! A minha mãe diz-me
sempre: "Vês, a Bia consegue subir as notas cada vez mais!"
Não acho bem estas comparações, apesar dela (ou de ela? Nem sei, acho que na próxima aula, vou perguntar à setora de português) ser a minha melhor amiga. Cada qual é como é e cada um tem o seu valor.
Não acho bem estas comparações, apesar dela (ou de ela? Nem sei, acho que na próxima aula, vou perguntar à setora de português) ser a minha melhor amiga. Cada qual é como é e cada um tem o seu valor.
Obrigada, tia Clarinha, por me
ter dado a dica. Vou tentar organizar-me um bocadinho melhor para continuar o
meu diário. Prometo (esta palavra fez-me lembrar os atos de fala que estudámos há pouco). Com coração e sem stress. Ok?
Abracinhos
Mariana
PS - Já não vejo o Gi há uns tempos, mas não me apetece falar do assunto agora.
Pode ser que na próxima "conversa" já me tenha passado a onda. Será?
Ainda bem que voltaste, Mariana!
ResponderEliminarÉ natural que andes stressada nesta altura do ano. Deves tomar umas vitaminas para conseguir superar essa grande agitação e esse enorme cansaço que o meio, quase fim, do segundo período escolar costuma trazer.
A tua prima Zá ainda não comprou nenhum coração anti-stress, mas, no caso dela, terá de ser dois, pelo menos! :)
E por falar em "dela", na tua frase de terás de escrever "de ela", dado tratar-se de uma oração subordinada e tu não poderes contrair a preposição "de" com o pronome pessoal "ela", que desempenha a função sintática de sujeito simples, nessa mesma oração. O tio Vítor explicaria isto melhor na sua Carruagem 23! :)
Espero continuar a receber notícias tuas e que, na tua próxima página de diário, estejas mais animadinha!
Um beijinho grande,
da Tia Clarinha (e também da prima Zá)
Obrigada, tia Clarinha. Vou seguir o seu conselho, porque são tantos os testes, os trabalhos, as obrigações... Deve ser por isso que ando cansada. Estou mortinha por poder ir ao cinema com a prima Zá para nos rirmos um bocado e ver um filme fixe.
ResponderEliminarObrigada também pela explicação de gramática. Vê-se logo que a tia Clarinha é professora e escritora.
Um abracinho para si e para a prima Zá.
Mariana
Já faz algum tempo que a Mariana tem pedido para sermos ativos no blog, mas a complicada vida de estudante não nos permite fazê-lo. Apesar disso, esperar que esta azáfama acalmasse um pouco, não foi de todo má ideia, visto que este tema me diz muito mais do que qualquer outro, pois como já dei a perceber, eu e a Mariana temos, não só o nome igual, como também partilhamos a vontade de acabar com este inimigo número um, o stress. Tudo o que eu e todos os meus colegas que tentam "sobreviver" ao 11°ano queremos é ter um coração anti-stress como o da Beatriz e o mais rápido possível, para o guardarmos no bolso e lhe darmos uso sempre que necessário. Ai se queremos....
ResponderEliminarBjs
Mariana Ferreira
Que fixe, Mariana, teres arranjado um bocadinho de tempo para mim. Eu, por acaso, também acho que os "setores" não deviam marcar tantos trabalhos. Vem um e é um trabalho; sai da aula, vem outro e logo um tpc; vem outro e é logo: então, como estamos das apresentações orais?!
ResponderEliminarSe dizemos alguma coisa e isso, dizem logo: tem de ser, já sabiam há muito tempo, a vossa vida é esta, temos de cumprir o programa... julgam que os professores também não trabalham?!
Cá pra mim, os corações anti-stress não devem estar nada em crise!! Com este stress todo!!!
Um abracinho e atá segunda-feira! O que vale, amanhã, como é domingo, não é preciso despertador!
Mariana
Ainda bem que é assim. Já vamos preparados para o futuro. Mas às vezes stressamos demasiado e os nervos não ajudam nada.
ResponderEliminarMariana Ferreira
Bjs e até segunda
Eu não gosto de dar graxa, mas os "setores" também devem ter muito stress. Resumindo; todos temos de fazer o melhor possível e, assim, o stress vai passando.
ResponderEliminarAbracinho
Mariana
Claro que sim, o secundário é difícil para todos, tanto para os alunos como para os professores. O importante é termos consciência disso.
ResponderEliminarBjs
Mariana Ferreira
Olá, Mariana!!
ResponderEliminarJá tinha saudades tuas. Eu até pensei que tivesses perdido o diário onde vaia escrevendo e com o desgosto não quisesses escrever mais. Ainda bem que estava enganada. Sabes, se continuares a escrever acabas por te sentir melhor, é quase um «diário terapia». Escreves e deitas cá para fora o stress todo e ele vai-se. Também te digo ser aluno não é nada fácil e com o acordo ortográfico ainda deve ser pior. Se fosse eu chumbava no exame de português, os erros seriam muitos. Se calhar, o melhor era fazer uma manifestação de estudantes para que o exame fosse feito no computador que tem a nova ortografia em ordem, não achas? Sei lá, acho isto tudo muito estranho e até alguns profs dão erros e depois não são selecionados para a docência. Como vês, tanto os alunos como os profs sofrem e de que maneira. Mas, deixemos os lamentos, vê lá se falas com o Gil que deve estar muito mais jeitoso, este ano.
A primavera está no ar, as flores inundam os nossos jardins e as magnólias estão uma beleza! E o amor acontece!
Bjs da tia cilinha.
Obrigada, tia Cilinha. Também voltei porque já tinha saudades de palavrinhas assim.
ResponderEliminarUm abracinho
Mariana