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Imagine-se uma loja grande dos Chineses. Ao fundo,
dois provadores: os dois ocupados e com as cortinas fechadas. Num deles, uma
jovem a vestir um vestido de joaninha: saia vermelha com pintas pretas e
bandolete com laço a condizer.
Entretanto, a mãe da elegante joaninha, que estava
da parte de fora, entreabriu a cortina para dar a sua opinião sobre o
comprimento, a largura do vestido e os etecetras do gosto maternal. Que bonito. Fica-te tão bem. Pareces uma menina. Lembras-te de um vestido...
De repente, a cortina ao lado abriu-se,
saindo de lá uma mão que foi bater-lhe no ombro. Que susto.
Apercebendo-se do que se passava, logo se
tranquilizou. Era um jovem que provava também um fato, mas não sabia como pôr
as asas.
- Pode ajudar-me? Desculpe, não sei pôr isto.
- Deixe ver. Tem de puxar o elástico e enfiar um
braço de cada vez.
Obrigado, disse ele, olhando-se ao espelho e vendo
um corpo enorme, quase coberto pelo fato de joaninha macho e com asas bem
abertas. O sorriso foi de meninos.
E a joaninha macho ainda perguntou:
- Acha que me fica bem?
- Sim, o fato é muito engraçado.
Já na caixa, voltaram a sorrir, desejando bom
carnaval. E de novo o sorriso parecia de meninos.
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