sexta-feira, 15 de julho de 2011

Tal como eu


Tenho um cão há uns 14 anos. Chama-se Dunas. É um velho Labrador. Pesado e dócil. Quando estou dentro de casa, deita-se perto de mim e põe-se a dormir profundamente. Às vezes estremece. Falo-lhe e logo sossega.

Quando vou à rua ou ao quintal, vai comigo ou espera-me, pacientemente, à porta.

Quando o vejo assim, lembro-me de quando eu era pequena. Nas tardes quentes de verão, a minha mãe ia dormir a sesta (ia descansar, como dizia e diz). Se eu precisasse de alguma coisa do quarto dela, ficava sentada à porta até que a minha mãe acordasse. Sempre a brincar, na calma silenciosa do começo da tarde.

Dizem que as pessoas se parecem quando vivem muitos anos na mesma casa. Olho para o Dunas e interrogo-me se o mesmo não se passará com os animais.

Nesses momentos, ele olha-me sem compreender. Ou compreenderá?

DG


2 comentários:

  1. O Dunas é um fofinho e compreende bem quem lhe faz bem. Da dona, aprende-se a gostar bem. Beijinho.

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